Aracaju, 27 de abril de 2024
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Fábio Mitidieri: “Hoje, comemoramos não apenas a Emancipação Política de Sergipe, como também o centenário da historiadora Maria Thetis”

Neste sábado ( 8) de julho, no Palácio Museu Olímpio Campos, foi celebrado os 203 anos de Emancipação Política do Sergipe. Promovido pelo Governo, o evento representou um momento significativo de apreço à história e reconhecimento da autonomia sergipana. A solenidade contou com a presença do governador Fábio Mitidieri, juntamente com o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, e demais autoridades.

A chegada do governador foi marcada por uma recepção especial da Revista da Tropa e dos Dragões da Independência, que trouxeram uma atmosfera solene e grandiosa ao evento. Em seguida, ocorreu o Hasteamento das Bandeiras, com a participação da banda da Polícia Militar que executou o Hino Nacional.

“Hoje, comemoramos não apenas a Emancipação Política de Sergipe, como também o centenário de Maria Thetis com essa grande homenagem aqui no Palácio Museu Olímpio Campos. Eu estou muito feliz em poder proporcionar este momento de respeito à história do povo sergipano. Este é meu primeiro ano comemorando, como governador, o aniversário de Sergipe e é muito emocionante ver a grandiosidade da nossa história e das pessoas que fizeram parte dela dando a sua contribuição. Isso nos estimula a trabalhar cada vez mais, pois um dia também faremos parte dessa história, deixando um legado de trabalho e dedicação ao nosso povo”, expressou o governador Fábio.

Mitidieri também ressaltou a importância desse ato simbólico, que evidencia o quanto Sergipe valoriza sua história. “Nosso estado atravessou muitas batalhas para alcançar sua independência, mas essa luta é contínua, pois seguiremos empenhados em transformar a vida dos sergipanos, promovendo cada vez mais avanços e desenvolvimento para nosso estado. Sergipe tem história e alma, e nós, continuaremos a escrever essas páginas para que, no futuro, as próximas gerações tenham orgulho de dizer que vale a pena viver aqui.”

Homenagem – Um dos destaques da solenidade foi a entrega da Medalha do Mérito Historiadora Maria Thetis Nunes, cujas contribuições foram fundamentais para a pesquisa, desenvolvimento, proteção e disseminação da história de Sergipe.

Entre os homenageados, estiveram Claude Franklim, Josevanda Franco, Lúcia Marques, Maria Neli, Vladimir Souza Carvalho, Dilton Maynard, Beatriz Góis Dantas, Maria da Glória Santana de Almeida e Izaura Júlia de Oliveira Ramos.

Ao participar da entrega da homenagem, Mitidieri também expressou sua emoção ao celebrar o centenário de Maria Thétis Nunes na mesma data da Emancipação Política de Sergipe. “Quero agradecer a todos os homenageados desta manhã pelo trabalho, pela história, pelo afeto e pela dedicação que possuem ao nosso estado. Vocês fizeram e continuam fazendo muito por Sergipe. Muito obrigado”, disse.

Maria Nély Santos Ribeiro, autora do livro “Profª Thetis, uma vida”, foi uma das homenageadas do evento e teve a oportunidade de discursar. Ela destacou o valioso trabalho realizado por Maria Thetis, especialmente seu ensaio histórico intitulado “Sergipe no Processo de Independência do Brasil”.  “O encontro de hoje celebra a memória de dois importantes acontecimentos que se entrelaçam, remetendo à história de Sergipe. Minha missão é manter viva a lembrança de Maria Thetis, que, se estivesse viva, estaria comemorando seus 100 anos.”

Independência – Para o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, também presente na cerimônia, o estado de Sergipe possui uma história marcada por muita determinação e luta para se tornar um ente federado. “Hoje, estamos celebrando essa força de pessoas que, há 203 anos, lutaram e trabalharam para conquistar nossa independência. Essa independência nos permitiu crescer, desenvolver-nos e avançar, tanto em Sergipe quanto em Aracaju”, disse Edvaldo, enfatizando a importância da capital na independência de Sergipe.

Ao final, a solenidade também contou com a execução do Hino de Sergipe, seguida da abertura da Exposição Fotográfica Detalhes de Sergipe que apresentou as obras dos fotógrafos sergipanos Arthuro Paganini, Gilton Rosas e Paulo Maia. As imagens retratam a rica história e tradição de Sergipe, proporcionando aos presentes uma verdadeira imersão visual sobre a cultura sergipana.

A música também teve seu espaço, com a participação do Quinteto da Orquestra Sinfônica de Sergipe que, na abertura da exposição, encantou o público com sua apresentação, enriquecendo ainda mais a celebração.

Maria Thétis Nunes – A vida de Maria Thétis Nunes continua a ser uma fonte de inspiração para estudiosos familiarizados com seu trabalho. Historiadora, escritora e professora, Thetis foi a primeira mulher sergipana a ingressar no ensino superior. Nascida em 6 de janeiro de 1923, em Itabaiana, filha de José Joaquim Nunes e Maria Anita Barreto, ela frequentou a educação primária em sua cidade natal. Mais tarde, mudou-se para Aracaju, onde iniciou e concluiu o ensino secundário no Colégio Atheneu Sergipense.

Ela se formou em História e Geografia pela Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia. Ao finalizar sua graduação, Thétis prestou concurso para o cargo de professora no Colégio Atheneu, apresentando a tese “Os Árabes: sua influência na civilização oriental”. Em 1951, tornou-se a primeira diretora do Atheneu, exercendo o cargo de 1952 a 1955. Durante esse período, destacou-se pelas reformas pedagógicas que implementou. Thétis também foi responsável pela inauguração do Teatro Atheneu em 1954, uma adição muito bem recebida na cidade, dada a demanda cultural existente em Aracaju.

Emancipação – A independência política de Sergipe em relação à Bahia está diretamente ligada à sua participação na luta contra a Revolução Pernambucana de 1817. Sergipe lutou ao lado das tropas leais à coroa contra o movimento que buscava estabelecer um governo republicano, como afirma o historiador Felisbelo Freire. De acordo com Freire, Sergipe contribuiu de forma significativa, fornecendo um contingente importante para a vitória do partido realista, contando também com o apoio das capitanias de Alagoas e Rio Grande do Norte.

Como resultado desse envolvimento, três anos após o fim da Revolta em Pernambuco, Sergipe foi elevado à categoria de Capitania independente do governo baiano, por meio de um Decreto Real assinado pelo rei Dom João VI, em 8 de julho de 1820. Essa elevação permitiu a Sergipe ter governadores indicados por D. João, formar um secretariado próprio e conceder terras a sesmeiros, fortalecendo assim sua autonomia e capacidade de governança.

 

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