Aracaju, 28 de abril de 2024
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Flurona: infecção dupla não é necessariamente mais grave

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Em plena pandemia de Covid-19, ao menos 22 estados brasileiros e o Distrito Federal registraram surtos de gripe entre o final do ano passado e o início deste ano. Em meio a esta circunstância, surgem os casos das pessoas que apresentam os dois vírus no organismo ao mesmo tempo, batizados de ‘flurona’.

A flurona foi o nome dado à infecção tanto com o SARS-CoV-2, causador da Covid-19, quanto pelo vírus Influenza, que causa a gripe. “Os pacientes que desenvolvem sintomas gripais ficam muito confusos, assim como os profissionais de saúde, porque os primeiros sintomas de síndromes gripais são muito difíceis de serem diferenciados. A diferenciação é feita através da identificação do agente etiológico no exame”, explica a infectologista cooperada Unimed Sergipe, Mariela Cometki.

Embora os casos de dupla infecção tenham assustado pessoas no mundo inteiro neste início de ano, a infectologista explica que este não é um motivo para pânico. “Não é novidade dentro da especialidade de infectologia identificarmos a colonização das vias aéreas dos pacientes com dois tipos de vírus. Inclusive, aqui no nosso Estado já foi identificada a presença dos dois vírus em um paciente, tanto da Covid, quanto do vírus da gripe. Mas as pessoas não precisam se desesperar. Foi criado um novo termo para essa infecção dupla, mas isso não é um atestado de que o paciente vai ter gravidade. A gente considera que a doença que está se manifestando é apenas uma”, ressalta a médica

De acordo com a infectologista, a flurona não é uma nova doença, sendo apenas um termo criado para nomear a dupla infecção e, dificilmente, uma pessoa vai adoecer com duas doenças virais ao mesmo tempo e apenas uma delas vai prevalecer. “É necessário uma interpretação técnica ao receber esses exames e uma consulta com um médico de confiança, que acompanhe esse paciente caso ele venha apresentar gravidade”, completa a médica.

Gripe

No final do ano passado, algumas cidades brasileiras começaram a registrar um aumento nos casos de síndromes respiratórias associadas ao vírus Influenza. Nos primeiros dias de 2022, o surto de gripe já havia atingido a maioria dos Estados brasileiros, aumentando o número de internações e provocando superlotação em hospitais.

“O vírus que circula hoje, nesse surto, é o H3N2, que chamamos de cepa Darwin, que é uma cepa diferente da que era contemplada na vacina sazonal que foi distribuída em 2021 no Brasil. Embora a vacina não tenha essa cepa específica, as pessoas que se vacinaram têm uma imunidade genérica estimulada por esse imunizante, que nos protege de evoluir com gravidade. É muito importante que as pessoas mantenham a vacinação”, alerta a infectologista.

De acordo com Mariela, é necessário que, após a apresentação dos primeiros sintomas, a pessoa faça o isolamento social e busque realizar o teste para identificação do vírus, que pode ser feito entre o terceiro e sétimo dia de sintomas. Medidas de proteção individual também continuam sendo eficazes na prevenção.

“Já sabemos quais são as medidas preventivas e nós precisamos, com gestos individuais, nos proteger e proteger quem a gente ama. O primeiro deles é manter a imunização em dia. Se já saiu a época da sua dose de reforço, mantenha seu cartão vacinal atualizado, tanto para a gripe, quanto para a Covid. Utilize sempre máscaras de qualidade e as descarte de forma correta, no lixo. Se optar por uma máscara de tecido, ela precisa ter pelo menos duas camadas e deve ser higienizada de forma correta. Lembrar também da higienização das mãos e de manter o distanciamento social”, pontua a médica.

Assessoria de Imprensa

AGÔ – Comunicação Estratégica

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