O impacto das eleições brasileiras na economia é bem conhecido por todos, desde a dona de casa que nota variações nos preços até o investidor ou trader do mercado financeiro. No entanto, as eleições se tornam um indicador particularmente importante para esse último grupo. Como um primeiro choque, as pesquisas e a efetiva vitória de um candidato causam oscilações nas bolsas e no câmbio.
De olho em como o mercado reage às expectativas antes, durante e após as eleições, investidores buscam identificar pontos de suporte e resistência. Ou seja, momentos em que o valor de mercado de um ativo tende a estacionar devido ao encontro de níveis similares de oferta e demanda.
Com um conhecimento de suporte e resistência avançado, entende-se quando o valor pode tornar a subir ou entrar numa queda forte em direção ao próximo suporte. Mesmo para quem não está acostumado a utilizar indicadores econômicos nos investimentos, ou até mesmo quem não conhece mais do que a poupança do seu banco, não é difícil entender a relação entre a turbulência política e os ânimos do mercado.
Antes ou depois: quando as eleições impactam mais o mercado?
Responder à pergunta no título demanda astúcia, assim como a certeza de que cada eleição possui características únicas. Quanto mais polarização frente a possíveis alterações econômicas, maior a oscilação do mercado. Basta que as pesquisas ou intenções de voto mostrem alguma mudança para que as relações se invertam.
É nesse momento que algo tão complexo quanto o cenário das eleições pode se tornar um único indicador econômico para o mercado financeiro. Não se fala que o Candidato X fez o mercado se sentir confiante, mas sim que as atuais perspectivas com as eleições fizeram o mercado subir ou o Real se valorizar frente ao dólar, por exemplo.
Então, se o cenário pré-eleições já tiver sido antecipado, como se vê em 2022 com uma polarização já esperada, não se nota mudanças bruscas nas movimentações dos mercados. Isso é verdade também para falas de cunho polêmico, como acusações do gênero daquela realizada pelo deputado federal Capitão Samuel.
Neste tipo de cenário, a incerteza aumenta conforme a data da eleição se aproxima, com movimentos de acordo com qual for o resultado com maior probabilidade. Frente a isso, entra em cena a questão abordada do suporte e resistência, quando parte do mercado vê oportunidade nessa incerteza e a outra prefere a venda.
O papel das notícias e o problema das fake news
Tanto o eleitor que não entende de mercado financeiro quanto o investidor trader que busca entender pela análise de gráficos o caminho dos ativos que negocia precisam de informações. Essas informações e os dados que são transmitidos pela mídia, incluindo o FaxAju, são essenciais para formar a opinião do primeiro grupo e ajudar o segundo a decidir entre o momento certo de compra ou de venda.
A grande problemática dos últimos anos, as fake news, são tão abundantes quanto mais facilmente identificáveis. Afinal, elas sempre existiram, desde a época em que informações digitais falsas eram propagadas via e-mail e não nas redes sociais. Hoje, conta-se com ferramentas para identificar esse tipo de informação falsa e os próprios veículos tomaram a responsabilidade de negar esses ruídos produzidos propositalmente.
Outra fonte de informação preciosa quando se fala em eleições são as urnas. Enquanto um cidadão comum pode se surpreender ao ver uma mudança repentina nas intenções de voto, para o investidor, falar sobre o impacto da “eleição” pode ser um indicador no mercado, para perceber uma ameaça ou oportunidade.
Muito menos óbvio do que o índice inflacionário ou a taxa de desemprego, esse indicador econômico que possui impacto no mercado financeiro em qualquer país é cada vez mais comentado. Fala-se em
oportunidades nas eleições, especialmente por parte dos que não acreditam num mercado totalmente racional, e há quem aguarde especialmente esse momento para analisar o que está em jogo e negociar.
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