A Produtividade em Pesquisa (PQ) é reconhecida pelo CNPq com concessão de bolsa, mas mulheres cientistas ainda são minoria.

Desde a Antiguidade, as mulheres contribuem para o progresso científico e tecnológico por meio da ciência. Poucas cientistas, no entanto, foram reconhecidas e tiveram destaque. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) brasileiro é otimista e aponta que o número de mulheres pesquisadoras vai superar o de pesquisadores do gênero masculino em uma década, e reconhece a contribuição científica reconhecida por meio da concessão de bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ).

Com vasta experiência em eletroquímica, no uso do método sol-gel para desenvolvimento de novos materiais e na caracterização de sólidos por difratometria de raios X, a professora do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Processos da Universidade Tiradentes (PEP/Unit), Dra Katlin Ivon Barrios Eguiluz, teve sua dedicação à ciência reconhecida com a renovação da bolsa, subindo do nível 2 para 1D, dentro da categoria 1.

Segundo ela, o reconhecimento é resultado de cooperação. “Conseguir este reconhecimento é resultado não só da minha dedicação e vocação pela pesquisa, mas também, é fruto do amadurecimento das linhas de pesquisa do laboratório do qual faço parte. Atribuo à dedicação, ao amadurecimento do trabalho e ao trabalho dos discentes que fazem parte do laboratório”, diz Eguiluz.

“É muito gratificante este reconhecimento por parte da academia brasileira. Por outro lado, ainda existe desigualdade de gênero na academia brasileira. Segundo dados do CNPq, das 184.728 bolsas outorgadas entre 2010 e 2021, 64,7% foram para homens e 35,3% para mulheres”, lamenta.

Desde 2009, a professora faz parte do corpo docente da Unit e atua como pesquisadora no Instituto de Pesquisa e Tecnologia (ITP), parceiro da instituição, liderando o Laboratório de Eletroquímica e Nanotecnologia, juntamente com o Dr. Giancarlo Richard Salazar Banda.

Para ela, o trabalho desenvolvido com discentes de pós-graduação, assim como a colaboração com universidades nacionais e internacionais contribuem para a sua consolidação na pesquisa e incentiva outras mulheres a ingressarem nesse universo. “Agradeço pela confiança depositada durante estes 13 anos que faço parte da instituição. Também pelo apoio na realização do pós-doutoramento realizado na Inglaterra por um período de um ano. Espero servir de inspiração para os discentes que queiram seguir com a carreira acadêmica”, conclui a pesquisadora.

Entenda as categorias

Os pesquisadores da categoria 1, podem ser enquadrados em quatro diferentes níveis (A, B, C ou D), com base comparativa entre os seus pares e nos dados dos últimos 10 anos, entre eles o que demonstre capacidade de formação contínua de recursos humanos.

O nível A é o nível mais alto, reservado aos pesquisadores com excelência continuada na produção científica e na formação de recursos humanos, liderando grupos de pesquisa consolidados.

Assim, ser bolsista de produtividade representa o reconhecimento pelo trabalho científico e de formação de recursos humanos que os professores pesquisadores realizamos.

Asscom Unit