A Prefeitura de Aracaju realiza um amplo programa de controle e prevenção ao mosquito Aedes aegypti, vetor das arboviroses dengue, zika e chikungunya. Diante da epidemia em que vive o país, a gestão municipal se empenha para manter baixo os índices de infestação na capital, por meio de um planejamento de intensificação das ações. Ainda no mês de fevereiro, a Prefeitura, através de uma força-tarefa envolvendo diversos órgãos municipais, lançou a campanha Aracaju contra a Dengue, iniciativa que visa ampliar as ações de combate ao mosquito.
A última epidemia de dengue registrada em Aracaju foi no ano de 2008, na primeira gestão do prefeito Edvaldo Nogueira, quando foram registrados 10 mil casos confirmados e, desde aquele momento, as ações foram aprimoradas no município. Este ano, a Prefeitura, visando a antecipação do combate ao mosquito para que a capital não entre na zona de epidemia, como acontece em outras regiões do Brasil, instituiu o Centro de Operações Emergenciais de Aracaju (COE), com foco na deliberação de medidas de enfrentamento às situações adversas que possam ocasionar impactos intersetoriais e que tragam riscos iminentes à população, onde a primeira ação do Centro, foi a elaboração do plano preventivo para o combate à dengue na cidade, tendo como resultado a campanha Aracaju contra a Dengue.
O período de sazonalidade, iniciado no mês de março, é marcado por chuvas e clima quente, fatores que provocam aumento na reprodução do vetor. Pelo fato do Aedes aegypti ter ganhado resistência ao longo dos anos, esse é um momento crucial para as intervenções dos órgãos responsáveis. As ações da campanha consistem no monitoramento da disseminação do mosquito para que, assim, seja possível controlar as arboviroses provocadas por ele. Por isso, o trabalho da gestão é realizado de maneira integrada e intersetorial pelas Secretarias Municipais da Saúde (SMS), da Educação (Semed), da Defesa Social e Cidadania (Semdec), através da Defesa Civil de Aracaju e Guarda Municipal, e pela Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb).
A princípio, a SMS disponibilizou um novo canal de denúncia de foco do mosquito, por meio de um link, no site da Prefeitura, o qual direciona para um formulário que deve ser preenchido com informações e imagens a respeito da denúncia. Além disso, também é possível comunicar através do 0800 729 3534, na opção 1.
A secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, pontua que, além das ações, a SMS tem intensificado a orientação aos profissionais de saúde. “Todo paciente que chegue com quadro suspeito de arbovirose em algum dos nossos equipamentos de saúde, primeiro, os profissionais devem fazer a notificação para a SMS, para que possamos monitorar e planejar as nossas ações. Segundo que, toda a notificação é seguida da coleta do exame, para que enviemos ao Lacen [Laboratório Central do estado] e possamos identificar qual vírus está circulando”, explica.
Segundo a gestora, desde agosto do ano passado, tem sido intensificada a coleta e, por isso, foi possível identificar três vírus no bairro São Conrado, tipo 1 e tipo 2 de dengue, e um de chikungunya, com base no último LIRAa. “No último levantamento estávamos com uma quantidade baixa de notificações, sendo que das cerca de 400, só 12 foram confirmadas como dengue, mas sabemos que o vírus está circulando e a nossa maior preocupação é com o período de sazonalidade que está chegando, agora em março, com chuva e tempo quente, propício ao desenvolvimento do mosquito, além de síndromes gripais. Portanto, precisamos ter muito cuidado e que a população chegue junto das ações de combate”, salienta Waneska.
No dia 02 de março, a pasta realizou o Dia D de combate à dengue, uma campanha do Ministério da Saúde a qual Aracaju se somou, realizada no bairro São Conrado. A ação contou com a atuação da Semdec, que utilizou um drone, assim como dos agentes de limpeza da Emsurb, para identificação e eliminação do mosquito.
O controle é uma dos pontos chave para o plano de prevenção do Aedes aegypti. São utilizadas a aplicação de inseticidas, intensificação de ações como o Cata-Treco e coleta de pneus pela Emsurb, e a retirada de móveis que não são mais utilizados nas escolas. Outra ação importante no combate, já iniciada pela SMS, é a coleta de dados para o segundo Levantamento de índice Rápido de Aedes aegypti (LIRAa), por onde o órgão terá maiores possibilidades de fiscalizar e entender os números de proliferação do mosquito e mapear os locais de contaminação.
Além disso, a gestão municipal realiza visitas de campo e aplicação de fumacê costal nas escolas públicas e privadas, a partir de uma ação integrada com a Semed, e também realiza visitas domiciliares noturnas para a fiscalização do mosquito. A SMS também efetua a coleta de exames de pessoas que se contaminaram ou estão com suspeita de uma arbovirose. Após a coleta, os exames são enviados para o Lacen (Laboratório Central do estado) e assim é possível a identificação do vírus que contaminou aquele cidadão. Desse modo, é feito o rastreamento do local em que o mosquito está circulando e então barrar a contaminação.
Os investimentos nas áreas de saúde, educação e limpeza urbana realizados pela Prefeitura são fundamentais e necessários para combater o mosquito. No entanto, é importante salientar que a população deve se manter consciente e informada, para que concentrem a atenção e o cuidado dentro das próprias residências, evitando focos do mosquito em água parada. Além disso, é importante destacar a importância de aceitar a visita dos agentes de endemias dentro das residências, um trabalho que será intensificado a partir do dia 12 de março, com visitas domiciliares noturnas em bairros ou condomínios as terças e quintas-feiras, e mutirões aos fins de semana.
Foto: Marcelle Cristinne/Secom