Nos últimos dias, Sergipe viveu dois rompimentos na adutora que traz água do Rio São Francisco para a Grande Aracaju. O problema, de natureza técnica e fortuita, trouxe transtornos à população e exigiu pronta resposta do governo. Até aí, nenhum espanto: acidentes acontecem, e a prioridade deve ser corrigi-los.
O que chama atenção, contudo, não é a falha estrutural, mas a velocidade com que certos setores políticos se apressaram em transformá-la em símbolo de um suposto fracasso de gestão.
A cada falta d’água, multiplicavam-se vozes que, mais do que cobrar soluções, buscam desgastar a imagem do governo. Por que tanto desespero em explorar o episódio? Talvez porque, diante dos números, a crítica sem narrativa não encontra sustentação.
Em 2024, Sergipe destinou R$ 3,3 bilhões à educação, R$ 340 milhões a mais do que em 2023, superando o mínimo constitucional. Na saúde, foram R$ 2,16 bilhões, equivalentes a 16,6% da receita – muito além dos 12% exigidos. Na segurança, o Estado aplicou R$ 1,92 bilhão, 12% das despesas totais, colocando Sergipe como o quarto estado que mais investiu proporcionalmente em segurança pública no país.
Somados, os investimentos em saúde, educação e segurança ultrapassam 50% de todo o orçamento estadual, um dado que fala por si: o foco da gestão está no essencial.
No campo da valorização do servidor, depois de quase uma década de congelamento salarial nos governos anteriores, a atual gestão concedeu reajustes lineares em 2023, 2024 e 2025. Em alguns casos a revisão geral anual acumulou cerca de 30%, superando a inflação do período e recompondo perdas históricas. Enquanto isso, em Governos anteriores, os reajustes gerais foram praticamente inexistentes.
É nesse cenário que se entende o empenho em inflar politicamente o acidente da adutora. Quando os dados mostram investimentos robustos em áreas vitais e ganhos concretos para a população, resta tentar abafar os resultados com narrativas de ocasião.
Não se trata de negar a gravidade do desabastecimento temporário, nem de minimizar o transtorno às famílias. Mas é preciso distinguir a crítica legítima da exploração oportunista.
Os dois rompimentos da adutora foram reparados em três dias, e a normalidade restabelecida. Obras podem falhar, mas governos comprometidos se revelam na capacidade de agir com rapidez e, sobretudo, na construção diária de resultados que mudam a vida das pessoas.
O governo que reconstrói uma adutora em três dias é o mesmo que reconstrói a confiança em Sergipe a cada obra, a cada escola, a cada hospital. Essa é a verdade que não cabe nas narrativas.
Adir Machado
Advogado