Aracaju, 18 de maio de 2024
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Conscientização ambiental é reforçada por órgãos municipais em ações de limpeza das praias

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Aracaju é conhecida nacionalmente pelas belas praias, de mar de águas mornas e rasas, em meio ao agradável clima tropical, um convite irrecusável para um passeio com a família e amigos. Mas para manter esses espaços públicos de lazer sempre agradáveis e aptos a receber os aracajuanos e turistas, existe uma agenda confeccionada pela Prefeitura de Aracaju no sentido de realizar ações de manutenção e limpeza, fiscalização, além de promover a conscientização ambiental entre banhistas e proprietários de bares e hotéis.

Ao todo, a capital de Sergipe possui 22 km de extensão litorânea, totalizando oito praias – Artistas, Atalaia, Cinelândia, Aruana, Náufragos, Refúgio, Mosqueiro e Viral -, sendo a Atalaia a mais famosa, por possuir uma das mais bonitas orlas do país.  A tarefa de deixar esses mais de 20 km de praia sempre limpos não é fácil, mas pode ser facilitada, quando a população que frequenta o ambiente se compromete em jogar lixo nos locais adequados.

Quando isso não é possível, entram em campo as equipes de limpeza da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), que atuam sempre nos períodos de sexta a domingo, justamente quando há mais banhistas na região.

“A limpeza da praia é feita com acompanhamento contínuo e de forma sazonal. Depende muito do fluxo da população que está acessando. Temos duas equipes fixas que são destinadas para limpar toda a faixa de areia de praia da cidade. Quando acontece o aumento de demanda, nós aumentamos também as equipes manuais. Também acontece a coleta diária dos lixos dos bares”, esclarece o diretor de operações da empresa municipal, Bruno Moraes.

Bruno lembra que, de março até o final do mês de agosto deste ano, o acesso às praias estava suspenso em virtude da pandemia da covid-19, ocasionando uma vertiginosa diminuição na produção de lixo. Agora, com a retomada das atividades, as praias voltaram a ser bastante frequentadas e a coleta de lixo, por conseguinte, também aumentou.

“Neste momento de pandemia, após autorização dos governos, as pessoas passaram a utilizar mais as praias. Hoje temos uma procura às quintas, sextas, sábados, domingos e às segundas-feiras. Nesses períodos de uso das praias a gente acompanha o processo de limpeza, mas orientamos à população a não descartar lixo na areia nem no mar. Quando a procura aumenta, a gente vai expandindo os dias e as equipes. A demanda quem vai determinar é a população. Se tiver demanda todos os dias, vamos limpar todos os dias”, ressalta o diretor da Emsurb.

Bruno também destaca a utilização de uma máquina saneadora na ação, uma espécie de grande peneira acoplada a um trator que passa pelas praias de Aracaju recolhendo o lixo e auxiliando o trabalho manual das equipes. “Recolhe o lixo que, eventualmente, não foi recolhido de maneira manual. A máquina recolhe pequenos resíduos a uma profundidade de até 20 cm e armazena em um compartimento com capacidade para até 750 litros, que depois é esvaziado em uma caixa estacionária”, detalha.

Tráfego de veículos

Nas praias, a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) realiza todo um trabalho rotineiro (com intensificação às quintas, sextas, sábados e domingos) de fiscalização, no sentido de coibir o tráfego de veículos na faixa de areia, uma prática proibida por lei.

“Nossas equipes realizam frequentemente o monitoramento e fiscalização na faixa litorânea de Aracaju para fazer cumprir a Lei 2.024/1.993, que proíbe a circulação de veículos na areia da praia. Mas, tendo em vista a extensão da nossa costa, precisamos sempre do apoio da população, que pode denunciar ocorrências dessa natureza através do telefone 118”, destaca o superintendente da SMTT, Renato Telles.

Conscientização ambiental

Todas essas práticas de limpeza e de fiscalização para coibir o tráfego de veículos nas praias também fazem parte do estímulo à preservação do meio ambiente, corroborado pelas ações de conscientização implementadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema), como explica o gestor da pasta, Alan Lemos.

“A faixa litorânea tem uma delimitação de prerrogativa de atuação dos três entes, federal, estadual e municipal. Realizamos o monitoramento dos efluentes descartados de forma irregular, como esgoto; fazemos a fiscalização e autuação, se for o caso; temos uma atuação conjunta com o ICMbio, na preservação e monitoramento de tartarugas marinhas;  temos um programa permanente de educação ambiental e uma das áreas mais focadas é justamente o litoral, que envolve os donos de bares, banhistas e restaurantes”, explica o secretário.

Sobre os bares e restaurantes, Alan Lemos lembra que existe uma parceria entre a Sema e uma empresa, para recolher óleos de cozinha, evitando o seu descarte irregular no meio ambiente.

“Temos uma parceria com uma empresa que é intermediária e responsável por todo o processo, do recolhimento à destinação, já que as praias concentram o polo gastronômico mais importante da cidade. Então, esse óleo é recolhido pela empresa e, em troca os bares e restaurantes recebem o sabão, que é preparado a partir do óleo usado. No caso do descarte nos pontos específicos, o proprietário ou qualquer cidadão recebe um sabão em barra, a cada litro de óleo, e um sabão pastoso, a cada dois litros de óleo. Qualquer cidadão pode fazer a troca”, enfatiza.

O secretário destaca ainda a realização de outras ações para assegurar a obrigatoriedade da utilização de cestos de lixo, por parte de todos que realizam algum tipo de comércio na faixa litorânea, desde pequenos ambulantes a grandes bares.

“São ações que vão desde preservação ambiental à educação ambiental. Também temos fiscalização de poluição sonora na praia e fazemos o contato com os donos dos terrenos das proximidades para que eles mantenham seus espaços adequadamente limpos.  Existe uma série de atividades em prol do meio ambiente”, conclui.

AAN

Foto: André Moreira (arquivo)

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