Um dos compromissos da gestão da Prefeitura de Aracaju é com a destinação correta do lixo. Além de fazer parte do Planejamento Estratégico, cuidar do meio ambiente é uma forma de pensar no futuro das próximas gerações e, para isso, a cidade precisa estar preparada para cuidar do que produz. Assim, uma das formas utilizada pela administração municipal é dar a devida atenção aos pneus, por exemplo. Em Aracaju, existem três situações que contemplam o cuidado com esse material.
Uma dessas é a logística reversa que, de forma resumida, é uma série de ações que visam viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor industrial para reaproveitamento. Essas medidas atendem à legislação ambiental da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Mesmo não estando diretamente ligada a este procedimento, já que é de responsabilidade das indústrias, ainda assim, a Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb) trata da fiscalização dessas ações, juntamente com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema).
De acordo com o diretor de Operações da Emsurb, Bruno Moraes, a logística reversa é feita a partir de um contrato diretamente com uma empresa, que vai ao local especificamente para recolher os pneus. “Quem contrata são as indústrias que fazem as vendas de pneus aqui no estado. Elas contratam a empresa e essa empresa tem a obrigação de ir ao local e pegar o refugo, os pneus que não servem mais na troca dos carros. A gente fiscaliza porque é uma obrigação legal da empresa fazer esse recolhimento. Quando constatamos que está havendo falha, de imediato entramos em contato com a Sema para que ela notifique a indústria”, explicou.
Um relatório anual produzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recurso Naturais Renováveis (Ibama) revelou que, em 2016, ano referência da última avaliação, foram recolhidas 9.864,41 toneladas de pneus em Sergipe, o que corresponde a 2% de toda a meta nacional referente à prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis. Em Aracaju, existe quatro pontos de coleta de pneus inservíveis, segundo o relatório do Ibama. Eles estão localizados: rua Contorno, 50, no conjunto Valadares, no Santa Maria; rua Estância, 1553, no bairro Cirurgia; rua Manoel Santos Silva, no Ponto Novo; e rua Vitória, 645, no bairro José Conrado de Araújo.
A segunda situação referente à coleta de pneus está relacionada ao trabalho da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) no combate ao mosquito Aedes aegypti. Quinzenalmente, equipes de agentes de saúde realizam o monitoramento em pontos estratégico da cidade, onde, normalmente, os focos do inseto são detectados com maior frequência. Além disso, regularmente, as equipes da SMS, por meio de uma empresa contratada, realiza a coleta de pneus em locais como borracharias, terrenos baldios e pontos de descarte irregular.
Já a terceira situação é a que justamente envolve as equipes da Emsurb. Ela é responsável pelo pente fino na cidade. Quando, por ventura, o trabalho da primeira situação não funciona a contento ou o da segunda não consegue chegar a alguns locais, a empresa municipal faz uma varredura pela cidade para recolher os pneus que estejam em locais como canais, rios, mangues ou outros pontos de difícil acesso. “O que recolhemos, reaproveitamos nos pontos de descarte irregular fazendo o paisagismo. A finalidade do nosso serviço é não deixar falhas na cadeia de limpeza. Em média, reunindo essas três situações, mensalmente, recolhemos em torno de 40 toneladas de pneu por toda a cidade”, ressaltou Bruno Moraes.
Mesmo com o trabalho ostensivo e direcionado, o diretor de Operações da Emsurb, destacou o papel da população. “Em todos os casos, seja na troca de pneu do carro ou menos para o controle do Aedes aegypti, a população pode e dever se ater aos cuidados necessários. Sempre que necessário, fazer o descarte correto dos pneus é uma questão de pensar no futuro da nossa cidade e, obviamente, do meio ambiente que nos cerca e acolhe”, pontuou.
Foto: Marco Vieira
Por Tirzah Braga