Aracaju, 15 de julho de 2025
Search

Feira do projeto “Cultivando Cidadania” incentiva a autonomia de mulheres em Aracaju

8

“Com o dinheiro das vendas da feirinha, vou comprar o meu celular no final deste ano”. Este é o depoimento da dona de casa Maria Luíza dos Santos, 56, que participa da feira do projeto “Cultivando Cidadania”, criado pela Prefeitura de Aracaju, por meio da Gerência de Segurança Alimentar e Nutricional da Secretaria Municipal da Assistência Social.

Popularmente conhecida como “Fía”, ela sofria de depressão, vivia em situação de isolamento social e sentia fortes dores nas pernas. Aos poucos, tudo isso foi sendo solucionado graças a sua força de vontade de querer transformar a sua vida.

“Quando passei por esses problemas, parei de trabalhar. Só comia e dormia. Depois que participei desse projeto a minha vida mudou. Hoje eu me ocupo, vou para minha hortinha cuidar dela, é uma terapia para mim. Lá, planto alface, quiabo, pimentão, cebola, tomate e utilizo esses produtos para o meu próprio consumo e ainda consigo ganhar um dinheirinho para complementar a renda de casa e atingir a minha meta que é de comprar um celular no final deste ano”, relatou Maria Luíza, que mora no povoado Aloque, situado no bairro Jabotiana.

Cerca de 40 pessoas em Aracaju participam do processo de produção da feira “Cultivando Cidadania”, uma iniciativa da administração pública que tem por objetivo estimular o consumo de alimentos saudáveis sem agrotóxicos e gerar renda para as famílias que participam do projeto. A feira acontece quinzenalmente, às quintas-feiras, em um espaço instalado na entrada do Centro Administrativo Prefeito Aloísio Campos, na Prefeitura de Aracaju, situado no bairro Ponto Novo.

Todos os produtos comercializados na feira são frutos de hortas plantadas em espaços públicos, a exemplo das Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Referência da Assistência Social (Cras) e na área externa da Fundação Municipal de Formação para o Trabalho (Fundat) no Jardim Esperança. De acordo com a nutricionista e gerente da Segurança Alimentar e Nutricional da Assistência Social, Leila Gomes, os colaboradores encontram no projeto um estímulo para recuperar a autonomia e uma nova maneira para gerar renda.

“A maioria das pessoas que estão no projeto são mulheres e muitas delas são donas de casa. Com as hortas, elas veem algo diferente e uma oportunidade de melhorar de vida porque encontram uma nova forma de trabalho com geração de renda, sem depender dos seus companheiros. É também uma maneira de se distraírem, relaxarem, ficarem tranquilas e isso ajuda a resgatar a autoestima delas. Fazemos essa feirinha para elas mostrarem o seu trabalho e terem onde vender os seus produtos gerando renda e estimulando o consumo de alimentos saudáveis. Elas se animam muito com isso”, contou.

A dona de casa Maria José Oliveira, 57, é mãe de Diógenes Oliveira, 31, que possui deficiência intelectual. Eles participam do projeto há quase um ano e plantam vários tipos de hortaliças na área externa da Fundat no conjunto Jardim Esperança. Membros da Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comunidade (APABB), fazem questão de estar presentes em todas as edições da feira.

“Ficava em casa com o meu filho cuidando dele e com essa feira encontramos uma nova atividade e uma forma de ter uma renda extra. Além de me ajudar a complementar a renda em casa, também faz com que o meu filho tenha um melhor desenvolvimento e se distraia ao cuidar da horta. Nunca vendi nenhum tipo de produto até participar desse projeto. Essa feira é importante para mim e para ele porque nos ajuda em todos os sentidos, fico muito feliz”, disse.

Foto assessoria

Por Pábulo Henrique

 

Leia também