Um problema que vem afetando a qualidade do atendimento do SAMU e que parece não ter solução. Macas estão ficando presas no HUSE por falta de leitos (algumas chegam a ficar 48 horas), impedindo a saída das viaturas para atender a população em situações de urgência. Vale lembrar que na semana passada, uma turista e uma mulher grávida que ficaram sem atendimento chamaram a atenção da opinião pública, que fez duras críticas ao SAMU através das redes sociais.
Mesmo o problema sendo do conhecimento da Secretaria de Estado da Saúde, a solução mostra-se distante. De acordo com o assessor de comunicação da SES, o HUSE está sobrecarregado porque atende os 75 municípios sergipanos, inclusive os casos de baixa complexidade, que deveriam ocorrer em postos de saúde do interior.
Sobre a retenção das macas do SAMU, ele disse que a SES está buscando uma solução. “A Secretaria de Saúde realizou uma reunião com o HUSE e o SAMU para buscar iniciativas para minimizar esse impacto na indisponibilidade de leitos aos atendidos, pois entendemos a importância do Serviço de Urgência no atendimento pré-hospitalar aos sergipanos”, afirmou.
CONDIÇÕES PRECÁRIAS
Além do problema das macas, profissionais do SAMU denunciam as péssimas condições salariais e de trabalho. Médicos da Central de Regulação estão pedindo demissão, sentem-se ameaçados e estão estressados para exercer as funções. É comum haver casos de depressão entre médicos e enfermeiros devido à sobrecarga de trabalho.
E essa falha é reconhecida pela própria superintendente do SAMU, Conceição Mendonça. Em recente entrevista a uma emissora de rádio na semana passada, ela confessou que não há profissionais suficientes em todas as categorias, e que por isso a Secretaria de Estado da Saúde lançou um PSS – Processo Seletivo Simplificado para preencher essas vagas. “Infelizmente o PSS foi suspenso”, disse. Para tentar preencher essa lacuna, Conceição Mendonça afirmou que está recorrendo às horas extras, o que é um risco, pois leva à sobrecarga de trabalho e situações como foram vistas na semana passada.