Aracaju, 30 de abril de 2024
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Nutricionista alerta sobre consequências de alimentação inadequada na infância

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A industrialização de produtos alimentares está espalhada nas prateleiras dos supermercados e encantam os pequenos consumidores em cores e sabores. De acordo com a nutricionista pediátrica do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), que é gerenciado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), Maria de Lourdes Alves, isso reflete futuramente em crianças obesas, hipertensas e com colesterol alto, além de crianças com problemas renais por causa de alimentos ricos em sódio que é grande em conservantes.

“Com a industrialização surge uma variedade imensa de alimentos ricos em açúcar, sal e conservantes estão presentes de forma mascarada, sem contar que muitos desses alimentos vêm com uma quantidade elevada de agrotóxicos, de gordura saturada e hidrogenada, tudo isso porque vai dar sabor falso ao alimento. Então, as crianças e os jovens estão viciados nesses alimentos porque os pais muitas vezes não têm tempo de preparar uma alimentação mais saudável. A criança vai para a escola e a desculpa é que levar um alimento natural vai dar trabalho, só que não dá. Uma fruta você só vai descascar ao invés de levar um pacote de biscoito. O que está em risco é a saúde da criança que passa a acarretar uma série de problemas ligados a má alimentação”, explicou.

Ela informa, ainda, que quando a criança chega à pediatria é realizado um trabalho de conscientização nutricional. As mães são orientadas sobre a importância da alimentação mais saudável para que a criança não adoeça com muita frequência. A partir de diagnóstico, é iniciado um trabalho de conscientização com as mães. “Esse trabalho não é fácil nem para a mãe, nem para a criança, muito menos para a equipe, já que ela está acostumada a comer lanche, o ambiente é diferente de casa. Mas a gente também vê grandes resultados aqui”, enfatizou Maria de Lourdes.

Cardápio

O cardápio servido na Pediatria do Huse é vasto e variado, além de ser nutritivo. As crianças têm a possibilidade de escolher as frutas, por isso, os nutricionistas além de servirem frutas regionais (banana, melancia, melão, tangerina, mamão) eles oferecem outras opções como pera e ameixa. Há ainda o café da manhã, quando são servidos alimentos como macaxeira, batata doce, inhame, banana da terra, arroz doce, entre outros.

Outro ponto importante é a criança se alimentar e aprender a comer junto com a mãe para que seja estimulado. Na Pediatria do Huse são fornecidas seis refeições: café da manhã, colação (lanche da manhã), almoço, lanche da tarde, jantar e a ceia (lanche noturno). É servido suco da fruta, não industrializado. Para a criança que está acima do peso é oferecido iogurte desnatado, já para a criança diabética, o suco é diet.

“Para as crianças que estão abaixo do peso, com anemia ou com alguma necessidade mais elevada de vitaminas e minerais, o hospital também fornece suplementos que são os nutricionais e elas se recuperam muito bem, até aquelas que chegam com problemas de verminose”, ressaltou a nutricionista.

*Conscientização*

A dona de casa Fernanda Carvalho, 34, se preocupa com a alimentação do pequeno J.C, 9. O garoto sempre foi criado com essa preocupação de uma alimentação saudável e rica em frutas e verduras. “Meu filho é uma benção e gosta de se alimentar bem. Ele é difícil comer biscoito ou pizza. Ele gosta mesmo de melancia, suco de maracujá, purê de batata e cuscuz. Graças a Deus aqui no hospital a alimentação é muito correta e saborosa e ele come direitinho”, disse.

A alimentação deve ser saudável para todos. A rotina de comer a cada três horas é importante para não acarretar problemas nutricionais. “Crianças viciadas em salsichas e calabresas acham que é uma mistura nutritiva e não é. Tem aditivos químicos que estão desencadeando câncer e a gente está vendo crianças e adolescentes com tumores e é obvio que isso vem atrelada em produtos industrializados que são consumidos pelas crianças. A criança acaba se tornando um adulto obeso, com doenças crônicas que muitas delas não têm cura. A gente tem muitos adolescentes que desencadearam diabetes tipo 2 e não tem cura, a questão é a má alimentação. Essas doenças que são desencadeadas pela alimentação errada na infância e na adolescência, na fase adulta ela vai estar crônica e mais difícil de ser tratada”, concluiu a nutricionista do Huse.

Fonte e foto assessoria

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