Aracaju, 27 de abril de 2024
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O problema das enchentes no meio urbano dos municípios

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Em fevereiro deste ano, o Brasil assistiu como uma tempestade com duração de mais de 10 horas resultou em uma verdadeira catástrofe aos moradores das regiões do ABC e parte da capital paulista.

Além dos incontáveis prejuízos financeiros, foram registradas 12 mortes em virtude afogamentos e das enxurradas e deslizamentos de terra arrastaram casas inteiras. Em Embu das Artes, uma criança morreu soterrada na própria casa.

O caos se instalou de maneira assustadora na região metropolitana: córregos inundados invadiam as vias, linhas de trem paradas, carros arrastados, árvores caídas, fábricas, hospitais e casas inundadas, shopping center debaixo d’água, desabastecimento de energia elétrica e água foram alguns dos sérios transtornos registrados pelas autoridades. Famílias inteiras foram resgatadas com helicópteros e botes do corpo de bombeiros.

Uma situação semelhante ocorreu no Rio de Janeiro, que registrou as chuvas mais intensas dos últimos 22 anos no último mês de abril. Um trecho da ciclovia Tim Maia desabou por causa da força das águas e, mais de 40 horas depois do temporal, bairros como a barra da Tijuca permaneciam alagados. Na ocasião, dez pessoas morreram em virtude dos temporais.

Por que as enchentes ainda acontecem?

O fenômeno também pode acontecer na natureza durante as cheias dos rios, mas nas cidades o problema se agrava porque as águas não encontram escoamento natural, graças à prevalência do asfalto que impermeabiliza o solo. Outro agravante é a sujeira que entope as galerias esgoto, impedindo que as águas das chuvas encontrem um caminho seguro para sua vazão.

Mesmo nos anos em que o volume de chuvas se mantém regular, a falta de planejamento urbano e de ações preventivas resulta nesse triste cenário tão comum nos centros urbanos.

Como governantes e a sociedade podem ajudar na prevenção de enchentes?

O desafio é de longo prazo, mas algumas medidas podem ser tomadas tanto pelas autoridades como pelos cidadãos para prevenir os próximos alagamentos:

– Regularização de moradias

Cabe às autoridades fiscalizar o avanço das construções irregulares e retirar famílias de áreas de risco, próximo a rios e córregos

-Piscinões

Construídos pelos estados ou municípios, os piscinões são grandes reservatórios de água  que podem ser subterrâneos ou abertos. A água armazenada é bombeada para fora do perímetro urbano.

– Drenagem

Construções como estacionamentos subterrâneos comerciais ou de condomínios sofrem com os alagamentos e devem estudar um sistema de escoamento, considerando a instalação de motobomba e similares. Com o mesmo princípio dos piscinões, mas reproduzido em menor escala, é preciso retirar a água desses espaços rapidamente, evitando prejuízos. Esse é o propósito para que serve a motobomba e tanques de recolhimento.

As áreas externas dos estabelecimentos também podem receber pisos drenantes, que dispensam cimento e rejunte para sua fixação, promovendo o escoamento natural da água para o solo.

– Bueiros inteligentes

cidades como Curitiba e São Paulo tramitam leis municipais para incentivar a instalação de bueiros inteligentes. Eles contam com uma grade coletora de lixo que impede que o material atinja a rede de esgoto. Alguns modelos possuem sensores que avisam as equipes de manutenção quando estão cheio e precisam de limpeza.

– Combate à poluição

Cabe ao poder público realizar a limpeza urbana, oferecer alternativas para a coleta de lixo, depósito de entulhos e conscientizar a população sobre os malefícios da poluição na origem das enchentes. Cabe à população colaborar com a limpeza das vias públicas e fiscalizar as prefeituras quanto ações preventivas antes dos períodos das chuvas.

Por Aline Matos

Foto assessoria

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