Os impactos causados por acidentes de trânsito são múltiplos e carregam efeitos que perpassam o social, o psicológico e até mesmo o ambiental. Por isso, ações preventivas são tão relevantes e devem constar como atividades essenciais dentro de um cronograma de gestão pública municipal.

Na capital sergipana, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), mantém, durante todo o ano, ações e campanhas educativas para a conscientização dos condutores, motociclistas e pedestres, como meio de garantia de um trânsito cada vez mais seguro para todos.

“O trânsito é um espaço compartilhado, que para se tornar um lugar seguro, precisa que todos que fazem parte dele tenham respeito e cuidado uns com os outros. E só através da educação e da informação, é que podemos conscientizar a população a adotar condutas seguras no trânsito e conseguir reduzir a quantidade de acidentes. Por isso, rotineiramente, a SMTT desenvolve ações educativas nas ruas, em escolas, empresas e espaços públicos para, através desse processo educativo, mudar a consciência e conduta da população”, ressalta o superintendente municipal de Transportes e Trânsito, Renato Telles.

Em 2022, de acordo com o agente e integrante da Coordenadoria de Educação para o Trânsito (CET/SMTT), Reinato Santos, foram realizadas 236 ações educativas, entre palestras, ações de rua, apresentações teatrais e vídeos educativos  que chamam a atenção da população acerca do respeito às regras de trânsito seguindo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e a manutenção da vida.

Como resultado deste trabalho, foi possível perceber que, durante o ano passado, houve uma redução no número de mortes de pedestres e ciclistas na capital sergipana. Foram, ao todo, 10 óbitos de pedestres vítimas de acidente de trânsito em 2022, enquanto em 2021 esse quantitativo chegou a 13. Já com relação aos acidentes fatais envolvendo ciclistas, o número caiu de 9, em 2021, para 6, em 2022.

“Conseguimos perceber o resultado maior das nossas ações quando há redução no número de óbitos, como aconteceu em 2022 com relação a pedestres e ciclistas. Temos um ponto a melhorar, que é a questão dos motociclistas, porque é um veículo ainda muito vulnerável e há uma grande quantidade de acidentes fatais envolvendo este público. Por isso buscamos, por meio das ações educativas, trabalhar a prevenção. O condutor não será só fiscalizado pela SMTT, mas, ele também tem a oportunidade de aprender e ser alertado de forma mais leve, sobre a necessidade de priorizar a vida”, salienta o agente Reinato.

As ações da SMTT tratam o pedestre como um dos principais focos, já que, observando o contexto geral do trânsito, essa é a parte mais frágil. Conforme explica o agente, quando se trabalha a conscientização de todas as partes envolvidas com relação, especificamente, ao pedestre, de maneira automática todas as áreas passam a ter uma cobertura maior no que diz respeito à segurança.

Principais causas de acidentes

Durante as ações educativas são efetuados diversos tipos de abordagens. Por isso, são escolhidos prioritariamente pontos da cidade com maior fluxo de pedestres e veículos, bem como aqueles que registram os maiores índices de acidente.

“Com relação aos condutores, trabalhamos a questão do álcool e direção, levando sempre a mensagem de que se beber, não dirija. Além disso, também abordamos sempre questões de alta velocidade, porque são esses os dois pontos que realmente mais causam lesões no trânsito e morte. Além disso, uma questão que está muito recorrente agora é o uso do celular. Não temos uma constatação de números de acidentes graves causados por isso, mas, para se ter ideia, 60% dos acidentes de trânsito em Aracaju são colisões traseiras, o que explica um pouco da desatenção do condutor e a possível explicação de que pode ser a questão do uso do celular enquanto dirige”, explica Reinato Santos.

Durante as abordagens, além da conversação, também é feita a distribuição de material educativo, a exemplo de marca página contendo informações referentes ao trânsito e os cuidados que devem ser adotados para evitar acidentes.

“Também realizamos abordagem aos transportes escolares e isso foi intensificado no ano passado, para que haja um cuidado maior voltado a esse tipo de transporte, que é um transporte alternativo. Utilizamos mensagens por meio de placas com informações referente às regras de trânsito. Outra forma de conscientizar é por meio do grupo de Teatro Cones, com o qual buscamos passar a mensagem por meio de músicas e outras interações lúdicas, através do contato com o pedestre, ensinando a fazer a travessia”, destaca o agente.

Volta às aulas

Quando as escolas públicas ou privadas retornam às aulas para o início de um novo ano letivo, a SMTT intensifica as ações educativas e realiza um trabalho direcionado especificamente às áreas em que elas estão localizadas. Essa é a campanha “Volta às Aulas”, que tem como público-alvo alunos, pais e responsáveis e visa não só conscientizar e orientar, como também garantir a organização.

“Intensificamos essa campanha porque esse é um período em que os pais e os alunos estão voltando a uma rotina que eles tinham perdido um pouco, em decorrência das férias, então é interessante relembrar algumas coisas. Por isso nos fazemos presentes nas escolas, para que todos voltem a se adequar”, disse Reinato.

Alguns temas são reforçados pelas equipes de trânsito durante esta campanha, a exemplo do uso efetivo da cadeirinha de transporte para crianças com até quatro anos; uso do cinto de segurança, respeito a faixa de pedestre e parada devida.

“Os condutores, infelizmente, param os veículos na faixa de pedestre; há condutores que param em locais proibidos, demoram o tempo demasiado, utilizam as vagas do transporte escolar. Então, essas ações são realizadas no sentido também de coibir esse tipo de infração, entre outros comportamentos que causam insegurança no trânsito”, reforça.

“No trânsito, escolha a vida”

Para a SMTT, de acordo com o agente, ter atitudes prudentes no trânsito é uma escolha que pode garantir a vida. Esse foi o tema escolhido para ser levado às abordagens nas ações educativas. “Percebemos nessas ações que o condutor ganha uma oportunidade de parar para refletir. Muitas vezes o condutor está indo pro trabalho, não quer parar, mas para e acaba gostando da abordagem”, reitera Reinato.

Fonte e foto assessoria