Aracaju, 27 de abril de 2024
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Dermatologista alerta importância do diagnóstico no tratamento da hanseníase

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Campanha Janeiro Roxo chama atenção para a conscientização sobre a doença

Cerca de 210 mil pessoas são diagnosticadas anualmente com hanseníase, segundo a Organização Mundial da Saúde. Em média, 50% delas enfrentam, além da própria doença, problemas de saúde mental, como depressão ou ansiedade. Os números mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que 19.635 novos casos de hanseníase foram diagnosticados no Brasil em 2022, sendo 258 deles em Sergipe. Para chamar a atenção para a doença, neste domingo, 28, é celebrado o dia nacional de combate e prevenção à doença e, por isso, o mês é chamado Janeiro Roxo para atrair ainda mais atenção para o diagnóstico precoce e tratamento.

Causada pela bactéria Mycobacterium leprae, também conhecida como bacilo de Hansen, a doença atinge principalmente os nervos periféricos, a mucosa do trato respiratório superior, os olhos e a pele. A médica dermatologista Thâmara Morita, especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e professora de dermatologia do curso de medicina da Universidade Tiradentes, destaca que a manifestação dos sintomas pode variar de acordo com a resposta imune de cada indivíduo.

“Pessoas no polo tuberculóide têm uma boa resposta mediada por células e poucas lesões, geralmente representadas por manchas na pele com perda de sensibilidade local. No polo virchoviano, o indivíduo tem baixa imunidade para o M. leprae, causando sua disseminação descontrolada e infiltração em pele e mucosas, com múltiplos nódulos e lesões em nervos, que podem gerar diminuição da força muscular, formigamento e dormência em membros superiores e inferiores. Existe inclusive uma forma de hanseníase, denominada, hanseníase neural pura, que não apresenta sinais primariamente na pele”, explica Morita.

Transmissão

Por ser uma doença infectocontagiosa, o contágio da hanseníase acontece após a exposição contínua a gotículas de saliva eliminadas por pessoas infectadas que não estão passando por tratamento.

“Uma pessoa doente, estando sem tratamento, elimina o bacilo por secreções nasais, tosses e espirros. O contato direto e prolongado com a pessoa doente aumenta a chance de infecção. O bacilo tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas pessoas adoecem porque a maioria tem capacidade de se defender contra o bacilo. A hanseníase não é transmitida por contato casual, como cumprimentar, abraçar, sentar próximo ou compartilhar refeições”, esclarece.

Importância do diagnóstico precoce

Mesmo sendo uma doença que pode permanecer silenciosa por anos, o diagnóstico precoce, o tratamento oportuno e a investigação de contatos que convivem ou conviveram, residem ou residiram, de forma prolongada com pacientes acometidos por hanseníase, são as principais formas de prevenção. A médica dermatologista Thâmara Morita reforça a importância de buscar ajuda médica nos estágios iniciais para evitar sequelas, que podem levar até a amputação de membros em casos mais graves.

“A principal estratégia para interromper a transmissão da hanseníase é o tratamento precoce de pacientes infectantes. O diagnóstico precoce e pronto tratamento são fundamentais para evitar transmissão, complicações e deficiências associadas à doença. Se não tratada, a hanseníase pode progredir, causando danos permanentes à pele, aos nervos e aos olhos, como úlceras, reabsorções ósseas e cegueira. A doença é curável e tem medicamentos fornecidos de forma gratuita para a população. Na suspeita da doença, é preciso procurar atendimento em uma unidade de saúde o mais rápido possível”, orienta Morita.

Sobre Thâmara Morita

Referência em dermatologia no país, Thâmara Morita é especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP). Ela também é pós-graduada em Cosmiatria e Laser e em Doenças dos Cabelos e das Unhas pela Universidade de Mogi das Cruzes (São Paulo) e atua como professora de Dermatologia do curso de Medicina da Universidade Tiradentes.

Nas redes sociais, Dra. Thâmara compartilha conteúdos de qualidade, respondendo a dúvidas frequentes dos pacientes e esclarecendo muitos mitos sobre dermatologia e estética. Atualmente a dermatologista realiza atendimento numa clínica boutique localizada na Rua Péricles Muniz Barreto, nº 235, no bairro Salgado Filho, na zona sul de Aracaju.

Foto assessoria

Por Nara Barreto

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