Por José Cruz dos Santos*
Comentar sobre a BR 101 é bastante interessante, principalmente, para os habitantes de cidades em que a duplicação pode fazer com que seja por fora do perímetro urbano, como por exemplo: Estância, Umbaúba e Cristinápolis, diante disso há uma movimentação no sentido de que algumas lideranças defendem que deve continuar por onde foi construída inicialmente e outras defendem que deve ser construída em outro local. Daí começam algumas audiências públicas para contornar o problema. Mas todos têm conhecimento que a BR-101 é uma rodovia federal que atravessa o litoral do Brasil, conectando diversas cidades e estados, começando no Rio Grande do Norte e terminando no Rio Grande do Sul. Sendo uma das mais importantes rodovias brasileiras existentes no país que representa desenvolvimento e progresso. Por isso por onde passa é considerada fundamental para garantir mobilidade e segurança viária aos transeuntes.
A duplicação da BR 101 começou em 1980 logo após a construção da Ponte Rio-Niterói e vem sendo implementada em diversos trechos da rodovia de acordo com a maior necessidade de cada região. Em Sergipe, as obras avançam em ritmo lento, sem previsão de conclusão, o trecho de 67 km entre Aracaju e Estância foi concluído e a ligação entre Maruim e Propriá está quase interrompida, estando o Exército brasileiro apenas realizando as obras. No final de 2018, foram entregues 18 km duplicados neste trecho. Agora está previsto a continuação do trecho que inclui trechos em Estância e os Municípios de Umbaúba, Cristinápolis até a divisa com a Bahia. Diante do projeto do DNIT, começando por Estância até a divisa, a duplicação poderá ser por fora das sedes dos municípios mencionados.
Na audiência pública realizada em Estância com a participação dos responsáveis pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Sergipe, a pedido da Vereadora Marta Monteiro, o projeto apresentado inclui um contorno viário pela zona oeste, com início no km 144,2, nas imediações do povoado Dizilena e o término no km 156,3, cerca de 3 km após a atual ponte sobre o Rio Piauitinga. O objetivo é desviar o fluxo de veículos pesados da área urbana, reduzindo o tráfego de passagem no centro da cidade, sobretudo nos bairros Cidade Nova e Alagoas. Lembrando que no trecho entre o Candeal e Cidade Nova já aconteceram vários acidentes fatais provocados pelo intenso trânsito existente. Por isso, essa preocupação de políticos e lideranças da região com a duplicação da BR 101 que certamente dará mais segurança no trânsito e implementará mais desenvolvimento para a região sul do Estado.
Quando começou a construção da BR 101 no trecho de Estância no início da década de 1960, logo após a construção da ponte da Cachoeira no Governo de Leandro Maciel, segundo o projeto, a mesma seria pelo centro da cidade. Alguém já imaginou a BR 101 passando pelo centro utilizando a Rua Capitão Salomão e outras avenidas centrais? Lideranças locais com visão futurista, a exemplo de Dr. Jorge Leite, conseguiram alterar o projeto e construíram em um local que na época só havia sítios ou malhadas, inclusive no Bairro Santa Cruz. No período da construção de perímetro urbano só foi utilizado o trecho da ponte do Bonfim até a outra da fábrica Constâncio Vieira e a entrada da Fábrica Piauintiga, onde atualmente funciona uma concessionária de motocicleta. A construção da BR 101 por fora da cidade de Estância foi um marco de desenvolvimento porque em suas margens foram construídos postos de gasolina, restaurantes, loja de auto peças e outros negócios que expandiram o desenvolvimento comercial da cidade, inclusive com a construção de algumas indústrias. Agora só resta aguardar para ver quais as decisões dos responsáveis pelo DNIT!
*José Cruz dos Santos é Graduado em história e teologia, estanciano, historiador, pesquisador.