Aracaju, 8 de maio de 2024
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‘É A VIRADA NA BATALHA CONTRA O CORONAVÍRUS’, DIZ CHEFE DE SAÚDE

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O Reino Unido inicia nesta terça-feira (8) a maior e mais complexa vacinação da história. O país foi o primeiro do mundo a autorizar o uso emergencial da vacina contra o coronavírus fabricada pela farmacêutica americana Pfizer em parceria com o laboratório alemão BioNTech. Para o chefe do sistema de saúde inglês, a campanha é a “virada na batalha” contra a doença.

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“As primeiras vacinações marcarão um ponto de virada decisivo na batalha contra o coronavírus. Hospitais e farmacêuticas, conforme mais vacinas se tornem disponíveis no mercado, devem vacinar pelo menos até a próxima primavera”, afirmou Simon Stevens, do Sistema Nacional de Saúde (NHS na sigla em inglês), alertando para que as pessoas sejam “cuidadosas” nesse período.

“Será uma maratona e não uma corrida. Levaremos meses para vacinar todos que precisam”, complementou o professor Stephen Powis, diretor médico do NHS, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.

  • Vacinação da Pfizer começa por 50 hospitais em todas as regiões da Inglaterra

Nessa primeira fase, serão vacinados os cidadãos residentes da Inglaterra, Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales que façam parte do grupo prioritário com maior risco de se contaminar pelo coronavírus definido pelo governo. Segundo o site do NSH, a vacina será oferecida para pessoas com 80 anos ou mais que já tenham uma consulta agendada nos hospitais nas próximas semanas, residentes em lares de idosos e profissionais de saúde que trabalham nesses lares.

  • Quem será vacinado primeiro no Reino Unido?

A ordem de distribuição foi baseada na recomendação do Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI). Profissionais do NHS não serão os primeiros da fila a receberem a vacina, o que gerou críticas da Associação Médica Britânica. A equipe trabalhou durante o final de semana para preparar clínicas de imunização e compilar as listas de quem deveria ser convidado a se vacinar primeiro. Eles reforçam que avisarão as pessoas quando chegar a sua vez de tomar a vacina e pedem que não entrem em contato com o NHS antes disso. Idosos de lares da Escócia devem começar a receber as primeiras doses em 14 de dezembro.

Reino Unido aprova vacina da Pfizer/BioNTech e pode iniciar aplicação em uma semana

Ao todo, o Reino Unido comprou 40 milhões de doses da vacina fabricada pela Pfizer/BioNTech – quantidade suficiente para imunizar 20 milhões de pessoas, já que cada uma precisará receber duas doses da vacina num intervalo de 21 dias. A primeira entrega, com 800 mil doses, ocorreu neste final de semana e até o final deste ano o Reino Unido espera receber até quatro milhões de doses. O restante chegará apenas em 2021.

  • Seringa, freezer, algodão: Brasil pode sofrer falta de insumos para vacina contra a covid-19 se não agir rápido

A população total do Reino Unido é de 66,5 milhões de habitantes e a expectativa é que ocorra em breve a autorização para o uso de outras vacinas, entre elas a britânica AstraZeneca/Oxford, que está na fase 3 da pesquisa clínica e vai passar por um novo teste que não estava previsto no cronograma, após a empresa admitir um erro na dosagem da vacina, o que pode ter atrapalhado a avaliação dos resultados de eficácia.

  • BioNTech e a história por trás da vacina para Covid-19

A velocidade para a aprovação emergencial para uso da vacina da Pfizer pelo Reino Unido recebeu críticas da EMEA (agência europeia reguladora de medicamentos) e também dos Estados Unidos. Matt Hancock, secretário de Saúde do país, rebateu as críticas e afirmou que a aprovação rápida do uso emergencial da vacina foi uma vitória do Brexit. “Foi por causa do Brexit que conseguimos fazer isso”, disse ele em entrevista à Times Radio, uma rádio britânica.

  • Por que a vacina da Pfizer/BioNTech pode nunca chegar aos brasileiros?

June Raine, diretora-executiva da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) – a agência equivalente à Anvisa no Brasil responsável pela autorização emergencial da vacina – também rebateu as críticas e afirmou que a vacina é segura. “Eu realmente gostaria de enfatizar que os mais altos padrões de segurança, eficácia e qualidade foram atendidos, segundo os padrões internacionais. E assim deve haver verdadeira confiança no rigor da nossa aprovação”, disse Raine em entrevista ao The Guardian.

  • O que falta para a vacina da Pfizer contra Covid-19 estar disponível no Brasil?

Ao todo, 50 hospitais foram escolhidos para serem centros de distribuição do imunizante, mas ainda assim os obstáculos logísticos são grandes. A vacina precisa ficar armazenada ultracongelada em temperatura média entre -70 e -75 graus em embalagens que não podem ser facilmente divididas em pequenos lotes para serem levados aos lares de idosos. As doses duram apenas cinco dias na geladeira convencional.

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Raine disse que autorizou um método de divisão das embalagens que deve ser feito com cuidado para evitar desperdício ou perda de doses. “Aprovamos como a vacina pode ser colocada em embalagens pequenas, mas o que estamos fazendo é aconselhar e orientar sobre como isso deve ser feito com cuidado”, disse ela à Andrew Marr, da BBC. “Nosso objetivo é garantir que a vacina chegue às pessoas residentes em asilos com a maior segurança possível.”

  • ‘Eu tomei a Sputnik V’

O Reino Unido é um dos países da Europa mais castigados pela pandemia. No domingo (6), foram registrados 17.272 novos casos de Covid-19 e 231 mortes, elevando o número de óbitos para 61.245.

EPOCA- Fernanda Bassette

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