Aracaju, 29 de abril de 2024
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Protagonismo feminino no Brasil “independente” é tema de primeiro debate em alusão ao Bicentenário da Independência

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As comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil começaram nesta quarta-feira, 30, em Sergipe. O Arquivo Público do Estado, autarquia vinculada à Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura (Seduc), promoveu o primeiro encontro do ciclo de debates virtuais com a palestra “O protagonismo feminino no Brasil ´independente´ – A contribuição de Beatriz Góis Dantas para a história de Sergipe”, sob a condução da professora Marluce Lopes, da Universidade Federal de Sergipe. A mediação ficou por conta da professora Simone Paixão. O evento foi transmitido no canal do YouTube da Educação Sergipe e continua disponível para acesso.

O propósito do ciclo de debates é refletir sobre o processo histórico, social, político e cultural da Independência do Brasil, os seus 200 anos, as rupturas e continuidades desse processo, a participação dos grupos sociais que compõem o território brasileiro e, não menos importante, a imprescindibilidade dos acervos arquivísticos públicos como interlocutores não somente da garantia de contribuir com a administração pública e na defesa de direitos, mas também na história, memória e cultura de uma nação. Ao todo, cinco encontros virtuais irão compor a programação em celebração aos 200 anos da Independência do Brasil.

Fazendo a abertura do primeiro encontro, a diretora do Apes, professora Sayonara Rodrigues, explicou que o Arquivo Público do Estado de Sergipe, no ano em que completa 99 anos, e em contagem regressiva para o seu centenário, tem como uma de suas ações estratégicas para 2022 a realização de ciclo de debates alusivos ao Bicentenário da Independência do Brasil, efeméride importante no imaginário político brasileiro. As narrativas sobre o Sete de Setembro de 1822 ainda são marcadas pela participação de grandes vultos e celebradas do ponto de vista do Estado, sob a égide de estado-nação independente e regido pelo princípio de “ordem e progresso”. Nesse sentido, o Apes propõe uma série de palestras online com o objetivo de promover a reflexão sobre os “outros sujeitos” do processo de independência em seu devir histórico de 200 anos de Brasil independente. As mulheres, os povos indígenas e a população negra têm papel de destaque nesta abordagem”, declarou.

Palestra

A palestrante Marluce Lopes iniciou sua participação elogiando a Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e da Cultura pelo evento. “Queria louvar a Seduc, em nome do Arquivo Público, por essa iniciativa tão brilhante que começa hoje. É um momento de celebração sim, mas também de reflexão deste Brasil independente, do protagonismo feminino. É preciso que a gente reflita como nós mulheres conseguimos conquistar esse protagonismo, como nós conseguimos nos estabelecer em um local de fala, de ação, como mulheres, mães, educadoras, pesquisadoras, durante esse período de independência do Brasil”.

Para Marluce Lopes, falar da contribuição de Beatriz Góis não é uma tarefa fácil, haja vista a importância e grandeza do seu trabalho intelectual para a história de Sergipe. Sergipana, nascida no município de Lagarto, a antropóloga se apresenta como uma “intelectual que, orientada pela perspectiva da Antropologia, fez do ensino e da pesquisa sua forma de estar no mundo, buscar entendê-los e com eles interagir. Essa frase me acompanhou o tempo todo durante a realização do meu doutorado porque isso diz muito da conduta de Beatriz dentro do ensino e da pesquisa e na sua vivência acadêmica. Tudo começou para ela de uma forma vinculada entre o ensino e pesquisa em uma época que ainda não se falava em pesquisa nas universidades, nas faculdade, no âmbito educacional, mas ela começou a fazer pesquisa estritamente vinculada à sua atividade como docente, e foi essa vinculação que a levou para o Arquivo Público do Estado de Sergipe”.

Programação

No dia 26 de abril, as atividades seguem com o debate sobre “Os povos indígenas no Brasil ´independente´: genocídio e (re)existência”, tendo como palestrante o professor Ivanilson Martins (Povo Xokó-Mestrando da UFAL). Já em 25 de maio, os participantes irão debater “A população negra e o Bicentenário da Independência”. Em junho, no dia 21, o evento terá como tema o “Passado, presente e futuro dos arquivos nos 200 anos da administração pública brasileira: preservação e acesso à informação”. A programação será concluída no dia 6 de setembro com a palestra da Professora Dra. Lilia Moritz Schwarcz (USP), historiadora e antropóloga. O evento vai conceder certificação de participação de 10h. As inscrições podem ser feitas no AVA Seduc: capacitacao.seduc.se.gov.br

Assessoria de Comunicação da SEDUC

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