O equilíbrio do meio ambiente foi apontado como o grande aliado para o controle da doença
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) promoveu um encontro com coordenadores de vigilância epidemiológica e profissionais de saúde para discutir a atualização das diretrizes do Programa de Vigilância no Controle da Leishmaniose. O evento teve início na última terça-feira, 8, com sequência nesta quarta-feira, 9, no Centro de Reabilitação IV, com operacionalização da Fundação Estadual de Saúde (Funesa).
A proposta é que os 75 municípios trabalhem com as diretrizes técnicas do Ministério da Saúde. A gerente do Núcleo de Endemias da SES, Sidney Sá, explica que “Sergipe é um estado endêmico para a Leishmaniose Visceral, que é mais agressiva e leva ao óbito de forma mais rápida que a Tegumentar. É preciso haver uma conscientização, por parte dos coordenadores que trabalham diretamente com a doença. Esses profissionais devem ser multiplicadores das boas práticas em seus municípios”, pontua.
Segundo Sidney, hoje o olhar sobre a Leishmaniose é diferente. O cão, no passado, chegou a ser, por um tempo, considerado um vilão e único responsável pela transmissão da doença. Mas sempre foi o mosquito que, picando esse animal em ambientes propícios, o tornava um portador da Leishmaniose. Esse mesmo mosquito pica o homem, que também passa a ser reservatório da doença. “Matas, terrenos baldios, locais que abrigam troncos de árvores, galhos caídos e ainda lixo, são ambientes onde o mosquito, vetor da doença, se prolifera. A Leishmaniose pode ser transmitida do homem para o animal e vice-versa”, ressalta Sidney observando que o controle do meio ambiente é bem mais saudável que usar inseticida
Cuidados
O participante do evento, David Castro Lima é Médico Veterinário atuante em Nossa Senhora do Socorro e afirma que em termos de Nordeste, especificamente Sergipe, os proprietários de cães não levam seus animais para receberem o tratamento adequado.
O veterinário explica que a doença provoca a queda do pêlo do animal, feridas nas pontas das orelhas, retração nas cutículas das unhas, ressecamento do focinho, secreção ocular purulenta, aumento do baço e do fígado. “Tudo isso deve ser observado e o animal levado para tratamento”, esclarece o veterinário.
A gerente de endemias explica que o desequilíbrio ecológico é o grande vilão e não o cão que só hospeda a doença, assim como o homem. “Nem sempre é preciso sacrificar o animal, e os tutores devem sim, procurar o veterinário ao perceber que o animal não está bem”, orienta a profissional da SES.
Fonte e foto assessoria