Aracaju, 1 de maio de 2024
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Sindicato dos Bancários anuncia o fechamento de 402 agências no país

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A presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe, Ivânia Pereira lamentou na manhã desta quarta-feira, 22, a situação dos bancos públicos no Brasil e em Sergipe. A sindicalista abordou durante palestra realizada no plenário da Assembleia Legislativa de Sergipe, por iniciativa da deputada Ana Lúcia Vieira (PT), a política de redução de quadros e o fechamento de agências públicas no Estado. Para se ter uma ideia, 402 agências serão fechadas e 379 transformadas em Postos de Atendimento (PA).

Na oportunidade, Ivânia Pereira alertou aos deputados e público presente nas galerias, que a defesa dos bancos públicos não é papel do Sindicato dos Bancários. “A defesa dos bancos públicos é uma obrigação da sociedade e de todos vocês deputados que são nossos representantes, que têm que ser a caixa de ressonância. A sociedade e os representantes do povo precisam se envolver, nós precisamos reagir porque a roda de desemprego não para”, enfatiza destacando que os bancos fecharam em 2016, 13 mil 606 postos de trabalho.

“A roda do desemprego não para. O Estado de Sergipe, perdeu 84 postos de trabalho bancário sem plano de reestruturação em 2016. Os brancos privados realizam a demissão dos bancários com mais tempo, com remuneração maior e não existe uma proteção para esses trabalhadores. Nos bancos públicos já existe a autorização do Plano de Demissão Voluntária e passa por tortura para aderir. De dezembro a janeiro de 2016 foram fechados 20.553 postos de trabalho bancário. Como essas empresas que têm lucros bilionários, só têm compromisso com demissões?”.

Ela lembrou que a Caixa Econômica Federal é o único banco 100% público no pais. “E é uma luta gigantesca tanto dos empregados desse banco com o da sociedade e dos sindicatos do país inteiro. As instituições privadas não têm o perfil dos bancos públicos, portanto não tem o interesse dos investimentos sociais, mas do lucro. Os grandes bancos nacionais privados já não existem com o na década de 90, por causa da entrada dos bancos estrangeiros. Antes os bancos públicos e privados eram protegidos pois não era permitida a entrada do capital estrangeiro”, ressalta acrescentando ser preciso dialogar com a sociedade quanto aos programas de reestruturação.

Bancários acompanharam a palestra das galerias

“O Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o Banco do Nordeste estão no mesmo patamar do Bradesco, Santander e Banco Itaú, que formam os maiores bancos do país com os maiores lucros, mas tomaram a decisão de demitir. São empresas que não estavam com excesso de empregados, ao contrário, existe um déficit de empregados e nos acordos, está prevista a contratação de empregados. Em 2015, o déficit da Caixa era de 5 mil empregados. O Banco do Brasil realizou dois concursos nos últimos tempos, mas os aprovados não foram convocados e o banco está com programa de reestruturação”, lamenta.

A presidente do Sindicato dos Bancários lamentou ainda que “o Banese está expulsando o povo sergipano de suas agências transformando as agências de atendimento popular, em agência de negócios. Nós do sindicato não aceitamos isso, a sociedade sergipana precisa se indignar. Uma agência no conjunto Augusto Franco foi fechada, agora só vai lá quem tem negócio, empréstimo. Os clientes tiveram que ir para os correspondentes bancários privados. Isso vem acontecendo também no Banco do Brasil e Caixa Econômica”.

Apartes

A deputada Ana Lúcia, agradeceu a presença dos integrantes do Sindicato dos Bancários, destacando a importância do debate. “Estamos vivenciando o início do estado de cessão, com o início desse golpe para implementar essa política de forma acelerada do neo-liberalismo que é o mercado dominando todas as áreas, econômica, social, cultural e política. Recebemos hoje aqui uma aula e lamentamos a situação do Banese que vem fechando agências públicas à população, é princípio da elitização e da exclusão da população. É o cenário de todo um desmonte”, entende.

Ana Lúcia avalia que a redução de pessoal e fechamento de agências revela a gravidade da situação dos bancos públicos em Sergipe.

“O sucateamento dos bancos públicos é uma estratégia utilizada para justificar a privatização deste setor, que é um dos que mais gera lucro para nosso Estado e para nosso país. Sendo os bancos públicos, o lucro gerado por eles é utilizado no investimento em políticas e serviços públicos para a população”, avalia a deputada Ana Lúcia sugerindo a criação de uma comissão especial para acompanhar a situação de bancos públicos e privados, no que se refere à privatização.

O deputado Zezinho Guimarães (PMDB) lamentou que a explanação feita pela sindicalista não tenha destacado o Banese Card. “Parabenizo a posição do sindicato, mas não vi o sindicato falar sobre especificamente o Banese Card. Mais de 400 famílias foram postas para fora, o que eu acho grave. Fechou-se pontos do Banese Card em lugares que em tese é rentável e manteve-se em lugares não rentáveis. Não é rentável fechar o Banese Card de Itabaiana e deixar em Brejo Grande. Também não vi o sindicato falar que o Banese que é um banco público, de 100% da sua carteira comercial, serve à pessoa física, e é um banco de fomento e de pessoa jurídica serve apenas 20%”, elenca.

“O sindicato tem sido presente e dado muitas respostas. Temos muitas ações no Ministério do Trabalho e judiciais questionando a relação do Banese com o Banese Card, que para nós é a mesma empresa e os funcionários estão ficando ainda mais pobres”, responde Ivânia Pereira acrescentando que todas as informações apresentadas serão transformadas em relatórios e entregues aos deputados estaduais.

O deputado Luciano Pimentel (PSB) disse que o Brasil é um dos países que banco mais ganha dinheiro. “O banco só passou a investir menos na crise econômica, quando ficaram descapitalizados. Eu compreendo que nenhuma outra atividade, fomenta mais economia do que os bancos. Os bancos é que emprestam dinheiro aos empreendedores e baco privado é o lucro pelo lucro, a responsabilidade é pequena e o banco público é quem regula o mercado”, enfatiza.

Para o deputado Francisco Gualberto (PT), se é para a iniciativa privada tomar conta de tudo, o setor público tem que ser expulso.

“Essa é a lógica natural e disse bem a presidente do Sindicato como a forma como se estrangula o setor público. Muitas vezes é diminuído o seu valor, fazendo publicidade negativa, desinformando, negando o papel da importância do ambiente público. Essa política não é nova. No Brasil há muitos anos vem se buscando uma política que entre no conceito do domínio do grande capital privado no país e obviamente que no mesmo espaço não cabem dois corpos. A gente sabe onde que vai o banco privado e o público, não precisa ser bancário para compreender isso. Eu tenho consciência desta luta do setor privado para tomar tudo o que for importante do estado que há um tempo, um deputado que não se encontra com a gente, anunciou um projeto que para privatizar o Banese ou a Deso, precisaria de um plebiscito e eu disse que votaria contra porque os marqueteiros da elite sabem como fazer. Temos pesquisas que a maioria da população é a favor da Petrobras, da Fafen, do aço. Eu não voto pois nem sempre a voz do povo é a voz de Deus porque foi parte do povo que disse crucifica-o, mate-o e solte os ladrões”, relembra.

Ao final, o presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe, deputado Luciano Bispo, afirmou; “quero parabenizar o Sindicato dos Bancários pelo debate, a Assembleia é que se sente feliz em ouvir o sindicato e se coloca sempre à disposição”.

Por Agência de Notícias Alese

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