Por Agência Brasil
A secretária executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, Karina Figueiredo, é uma das convidadas. Ela explica que exploração sexual é aquela que envolve algum ganho, seja ele em dinheiro ou não. A secretária conta que em muitos lugares, por causa da fome, crianças são exploradas sexualmente em troca de comida. Para ela, a proteção de meninos e meninas deve ser alvo prioritário de políticas públicas. “Se a gente não tiver orçamento garantido para implementar essas políticas, a gente não consegue avançar. A nossa Constituição fala que criança e adolescente é prioridade absoluta, o ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente] também fala, mas a gente não consegue ver isso materializado no orçamento”, afirma.
A outra convidada é a subsecretária de Políticas para Crianças do Distrito Federal, Perla Ribeiro, que ressalta que esse tipo de violência traz consequências para toda a vida da criança e do adolescente, principalmente se os traumas não forem tratados adequadamente. Para ela, o combate passa necessariamente pela educação e pelo acolhimento. “A escola tem papel fundamental, principalmente na prevenção à violência sexual. A gente precisa falar com a criança sobre seu corpo e isso por meio de uma educação sexual feita com responsabilidade. Mas hoje, infelizmente, a gente tem enfrentado alguns discursos conservadores que, na verdade, vão na contramão do que a gente precisa para o enfrentamento à violência sexual”, critica Perla.
Também participam, por vídeo, do bate-papo a gerente de projetos especiais da Childhood Brasil, Eva Dengler; a representante da Rede ECPAT Brasil, Lidia Rodrigues; o presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da PRF, Igor de Carvalho; e a escritora e educadora sexual e Julieta Jacob.
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