O Cibiogás  está localizado no Parque Tecnológico de Itaipu Binacional, no Paraná

Com o intuito de, cada vez mais, diversificar o seu portfólio de supridores, inclusive com gás de característica renovavel, o presidente da Sergas, José Matos visitou nos dias 21 e 22 de agosto,  o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), localizado no Parque Tecnológico da Usina Hidrelétrica de Itaipu (PR). O presidente do SergipeTec, José Augusto Carvalho, acompanhou a agenda. Os gestores buscam conhecer novas tecnologias sustentáveis, respeitando o meio ambiente de forma harmônica.

Os presidentes José Matos e José Augusto Carvalho foram recebidos  pelo presidente do CIBiogás, Rafael González, e pelo diretor de desenvolvimento tecnológico, Felipe Marques, os quais fizeram uma explanação sobre o que é o Centro e a origem do órgão.

Durante a reunião foram apresentadas as áreas de atuação do centro, desenvolvimento de projetos de biodigestores no interior do estado para a produção de biogás e biometano, de diferentes matérias, dejetos e resíduos de aves, suínos, bovinos e sobras de resíduos das feiras livres da região, além do saneamento que produz a partir do esgoto sanitário. “Essa troca de informações e trabalhos conjuntos que vem se desenvolvendo entre o Cibiogás, Sergas e agora o Sergipe Tec é fundamental para que possamos multiplicar as ações do projeto do centro em regiões diversas”, explicou Felipe.

O diretor presidente do CIBiogás, Rafael González, destacou ainda a alegria em receber os dirigentes de duas instituições sergipanas de grande importância na sede do CIBiogás para troca de informações e continuação de tratativas importantes para os dois lados. Essa troca de experiências facilita para que as coisas aconteçam com um pouco mais de velocidade, permitindo uma construção entre as partes que já se aproximaram bastante através do presidente da Sergas, o José Matos, e toda a diretoria do CIBiogás. Nós temos uma grande expectativa em contribuir, pensando em como biometano pode entrar como matriz energética da produção e distribuição da Sergas em Sergipe”, completou.

O presidente da CIBiogás apontou ainda que o biometano não faz concorrência ao gás natural, muito pelo contrário, ajuda numa visão de complementação, de descarbonização e a atração de novos investimentos para Sergipe. “A gente acredita que com um parque tecnológico que já se tem no SergipeTec, e a Sergas, como uma companhia que desenvolve, constroi infraestrutura e que atrai desenvolvimento para o estado, temos certeza que essa parceria poderá desenvolver novos investimentos, principalmente no biometano, ampliando a cadeia produtiva do estado, que é o mesmo exemplo que temos feito aqui no Paraná”, concluiu Rafael.

O diretor-presidente da Sergas, José Matos, apontou, por sua vez, que o futuro do mercado do gás se encontra também nas novas alternativas de suprimento. “O futuro do mercado do gás será de haver uma homogeneização com outros energéticos, não existindo uma disputa entre o gás natural e biometano, e sim a oportunidade de se ter, cada vez mais, a disponibilidade do gás natural e biometano para se fazer as aplicações com gás. O biometano oferece uma série de possibilidades diferentes porque é produzido de forma descentralizada e, normalmente, é produzido no interior, podendo aproveitar a biomassa que existe em grande quantidade em Sergipe, como por exemplo o resíduo da casca de côco e outras matérias residuais”, explicou.

Matos destacou ainda que o objetivo das visitas é aproximar-se de players que hoje não tem essa opção do gás como matriz energética e de combustível. “Por isso estamos na terceira visita ao CIBiogás e dessa vez nos acompanhou o presidente da SergipeTec, José Augusto Carvalho, para que juntos possamos entender os projetos do biometano e, com estudos de viabilização, pensemos em incorporar aos negócios da companhia e, também, possibilitar essa tecnologia segura e harmônica com o meio ambiente para Sergipe. A Sergas poderá adquirir a produção do biometano produzido pelo projeto em Sergipe o que propiciará a oportunidade de aquisição da molécula do gás mais barata, oportunizando a modicidade tarifária e interiorização do gás canalizado em território sergipano”, esclareceu Matos.

O presidente do SergipeTec, José Augusto Carvalho, considerou as tratativas importantes para que o Sergipe possa se inserir cada vez mais no mundo de energias renováveis, adquirindo novos conhecimentos científicos. “Considero uma grande oportunidade para o estado, gostei muito do que vi e fiquei impressionado com os estágios de tecnologia que o centro possui. Iremos desenvolver estudos de viabilidade junto ao corpo técnico da SergipeTec e continuaremos com as tratativas junto ao CIBiogás e o PTI. Sergipe tem grandes condições de abrigar essas novas tecnologias e se figurar na vanguarda das tecnologias e processos de descarbonização dos  combustíveis renováveis”, argumentou José Augusto.

CIBiogás

Com ênfase em biogás e biometano, o CIBiogás é uma instituição de ciência, tecnologia e inovação que completa 10 anos em 2023. O Centro teve início como um projeto dentro do Parque Tecnológico de Itaipu, sendo criado pela Usina, pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) e pela Eletrobras, em 2013. Nos primeiros cinco anos, o CIBiogás manteve convênio com a Itaipu para impulsionar seus projetos, criar infraestrutura e formação de pessoal e com sua estruturação orientada para a sustentabilidade. Isso proporcionou ao Centro a condição de referência nacional nos temas biogás e biometano.  Atualmente, o CiBiogás opera recursos da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), GIZ, GEF Biogás Brasil, Itaipu Binacional e recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O diretor de desenvolvimento tecnológico do CIBiogás, Felipe Marques, informou que o Brasil já superou a marca de 800 plantas de biogás em operação e, atualmente, já se produz cerca de 2,4 bilhões de metros cúbicos por ano. O CIBiogás está envolvido em todo o Brasil, mas especialmente no oeste do estado do Paraná, em projetos como referência técnica, dados do laboratório e alguns casos com a concepção e construção por parte do Centro e parceiros.

Visitas técnicas

A agenda contou ainda com uma visita técnica à Unidade de Demonstração de Biogás e Biometano, onde os gestores sergipanos foram recepcionados pela analista de projetos, Daiane Vanin, e pelo técnico de projetos, Gabriel Andrades. Na ocasião, foram passadas informações da unidade,  onde existe a produção de biometano, e posto de abastecimento em que os veículos do CIBiogás abastecem sua frota de veículos através do biometano.

Também houve a visita ao laboratório do CIBiogás guiada por Felipe Marques que passou pormenores sobre o funcionamento da unidade, assim como a unidade laboratorial  de reatores os quais servem como métrica para mensurar os processos de trabalho entre os resultados obtidos no laboratório de pesquisa e desenvolvimento e a unidades produtoras.

Palestras

O diretor superintendente do Parque Tecnológico de Itaipu BR, Irineu Colombo, junto com o diretor de tecnologia, Alexandre Leite, recepcionaram os dirigentes de Sergipe. Na oportunidade, foi realizada duas palestras uma institucional através de Alexandre Leite, que abordou fatos históricos do PTI, além de passar informações institucionais, como projetos desenvolvidos nas áreas de incubação de negócios, turismo sustentável, ciência e educação, estrutura de barragens, gestão energética, segurança cibernética, tecnologias abertas, desenvolvimento de negócios, inovação corporativa e arquitetura e engenharia.

Já o engenheiro chefe da planta de hidrogênio, Luiz Vasquez, palestrou sobre a funcionalidades e aproveitamento do Hidrogênio verde, suas funcionalidades e aplicações, abordando estudos desenvolvidos sobre as baterias de sódio, bateria de segunda via e bateria de serviço de simulação para todo o sistema elétrico brasileiro.

Texto e imagem assessoria