Aracaju, 1 de maio de 2024
Search

Brasil sofre virada da França em jogo decisivo e é eliminado: “Tudo errado”. À espera de um milagre, o Brasil entrou em quadra em busca de uma luz

bola

À espera de um milagre, o Brasil entrou em quadra em busca de uma luz no fim do túnel. Embora improvável, ainda havia uma esperança de classificação, no entanto, era preciso derrubar a França, atual vice-campeã olímpica, nesta quinta-feira, na Arena da Juventude, em Deodoro. Apesar do bom começo no jogo de vida ou morte, a seleção brasileira desperdiçou a vantagem de sete pontos no primeiro quarto e sofreu outra virada, desta vez, por 74 a 64, sendo eliminada da Olimpíada. O time comandado por Antonio Carlos Barbosa ainda faz a sua despedida contra a Turquia, neste sábado, as 15h30 (de Brasília), apenas para cumprir tabela pelo grupo A. Respirando por aparelhos na fase preliminar, o Brasil poderia se classificar dependendo de uma combinação de resultados, porém, tinha a obrigação de vencer as duas últimas partidas chave.

– O time veio com a cabeça muito boa para encarar a França. Nos preparamos muito bem e trabalhamos o psicológico. Chegamos aqui e tudo estava dando certo. Do nada, tudo dá errado – lamentou Damiris, a mais constante do Brasil durante os Jogos Olímpicos do Rio.

– Eu me pergunto como a gente começa o jogo tão bem, leva o jogo igual, e dá uns cinco minutos e começamos a cometer erros. Temos de corrigir muita coisa – completou a ala-pivô.

Embora tenha amargado mais um revés na Rio 2016, Damiris foi a cestinha da partida, com 21 pontos. Jogando como ala, a paulista de Ferraz pegou quatro rebotes, teve quatro roubadas de bola e dois tocos, sendo um dos maiores destaques do Brasil, ao lado de Clarissa, com um duplo-duplo: 16 pontos e 10 rebotes. Iziane começou bem, mais caiu de rendimento no segundo tempo e anotou seis pontos. As cestas de três poderiam ter feito a diferença, contudo, a equipe acertou apenas três em 10 tentativas (30%) – e 18 entre 40 para as de dois (45%).

As francesas fizeram do jogo coletivo a sua grande arma. Lideradas pela craque Gruda, com um duplo-duplo (17 pontos e 10 rebotes), as vice-campeãs em Londres 2012 contaram com boas atuações de outras peças fundamentais no ataque, como Gaelle Skrela (17), Isabelle Yacoubou (10) e Endy Miyem (10), com 100% de aproveitamento nos chutes de longa distância.

 

O JOGO

A pressão pelas derrotas para Austrália, Japão e Belarus parecia não pesar para Iziane. Em um início promissor, a ala anotou os quatro primeiros pontos do Brasil. Damiris acertou da linha dos três, e a seleção surpreendeu a França com 7 a 0. O time comandado por Barbosa trabalhava bem a bola e fechava a defesa. As vice-campeãs olímpicas demoraram quase quatro minutos para marcar a primeira, com Endy Miyem, de três. Com a mão quente, Damiris ampliou para 9 a 3, porém, as francesas reagiram e encostaram: 12 a 10. As brasileiras voltaram a abrir sete pontos (17 a 10), e a técnica Valerie Garnier colocou a craque Sandrine Gruda, no banco desde o começo. A pivô chamou a responsabilidade, anotou quatro pontos, e contou com a ajuda de Miyem, que anotou outra cesta de três para colar nas adversárias: 20 a 17. No estouro do cronômetro, Bouderra acertou de longe e empatou por 20 a 20 no fim do primeiro quarto.

A seleção brasileira voltou a abrir uma diferença graças aos arremessos certeiros de Clarissa, Érika e Damiris (29 a 24). A resposta não demorou. Skrela, de três, e Yacoubou, de dois, deixaram tudo igual e voltaram a complicar o Brasil: 29 a 29. Ganharam moral e, pela primeira vez, assumiram a frente do placar com Gruda, que virou por 31 a 29, levando Barbosa a pedir tempo. O jogo mudou, e as francesas assumiram o controle, com as brasileiras sem pontuar por 5m48s. No fim do segundo quarto, uma falha na defesa deixou Ayayi totalmente livre para marcar: 35 a 23. Damiris foi responsável por 14 pontos do Brasil no primeiro tempo e carregava o time nas costas. Uma das poucas que a ajudava era Iziane (5), mas, não o suficiente. Clarissa e Érika até iam bem nos rebotes, contudo, não traziam grande poder ofensivo. A França, por sua vez, era mais constante e mantinha o bom nível de jogo com as titulares e as reservas.

As francesas faziam do jogo coletivo o seu diferencial, ampliando aos poucos a vantagem, seja com Gruda, Epoupa ou Skrela. Inspirada, Damiris virava tudo e tentava reverter o prejuízo como podia, porém, as companheiras continuavam apáticas. Érika contribuiu um pouco, mas a diferença era cada vez maior. E foi para 14 pontos nos chutes de três de Kamba e Ayayi: 53 a 39. A torcida tentou levantar a moral do time da casa e puxou o coro de: “Eu acredito!”. As brasileiras ainda esboçaram uma reação, liderada por Clarissa, diminuindo para 57 a 48, após uma cesta de Kelly. Na sequência, Joice cresceu diante das rivais, infiltrou bem no garrafão e acertou um belo arremesso, mas o tempo havia se esgotado no terceiro quarto e a jogada não valeu.

No último quarto, a torcida era o sexto jogador e se dividia entre os gritos de apoio às brasileiras e as vaias para as francesas. Sem a presença da armadora Céline Dumerc, cortada às vésperas dos Jogos por conta de uma lesão no tornozelo, a estrela Gruda ia ditando o ritmo da partida e tornando o caminho do Brasil cada vez mais dramático. Damiris e Clarissa tentavam melhorar a situação, mas a distância parecia não ter fim. Os arremessos de três, que poderiam fazer a diferença, como o de Iziane no minuto final, não entravam. Na beira da quadra, Barbosa batia palmas e dizia palavras de motivação, mas nada adiantava. Nos últimos segundos, a torcida francesa comemorava a vitória. Clarissa e Érika ainda marcaram, mas já era tarde, e a França fechou o placar com 10 pontos de diferença: 74 a 64.

TURQUIA DERROTA BELARUS

Depois um início complicado na Olimpíada, as turcas e as bielorrussas se recuperaram com uma vitória e entraram em quadra para medirem forças em um jogo-chave pela classificação. Em uma batalha de nervos, marcada pelo equilíbrio,a Turquia deu um passo adiante ao vencer as rivais por 74 a 71. Com o segundo triunfo no torneio de basquete, o time deixou Belarus em uma situação difícil, com três derrotas e apenas um resultado positivo. As bielorrussas abriram logo 8 a 0 no placar, fechando o primeiro quarto por 19 a 13. As trucas se recuperaram com as bolas precisas de três pontos de Sebnem Nezahat Kimyacioglu, que empatou em 33 a 33 antes de irem aos vestiários para o intervalo. O equilíbrio deu o tom da disputa até o fim. As jogadoras de Belarus falharam arremessos importantes na reta final, e as turcas selaram a vitória.

Fonte: globo.com

Leia também