Aracaju, 30 de abril de 2024
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Sou mineiro e acho que isso responde à pergunta [risos]. Não alimento, não acredito no culto à personalidade, meu trabalho é mais interessante que eu

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Um dos maiores atores de sua geração, Selton Mello, de 44 anos, tem se firmado como homem de cinema. No dia 6, poderá ser visto, ao lado de Seu Jorge e do ator britânico Ralph Ineson (de A bruxa e Game of Thrones) no longa Soundtrack, dirigido pela dupla 300ml. Em agosto, lançará O filme da minha vida, terceira produção dirigida por ele a partir de um convite do escritor chileno Antonio Skármeta para levar às telas o romance Um pai de cinema. “Dedico este projeto aos meus pais, porque nada é mais importante que a família. Em tempos sombrios, esse filme chega como um bálsamo”, afirma.

Seu personagem em Soundtrack vai a uma estação polar tirar selfies. Você também é dado ao isolamento, não?
O isolamento é uma necessidade do ser humano. Com tanto atrativo para entreter você o tempo todo, não se permitir essa pausa é entrar num looping perigoso. Gosto de fazer esse mergulho interno vez ou outra, deixar o silêncio falar.

Selton Mello vive artista que faz trabalho com selfies no Ártico no filme Soundtrack (Foto: Divulgação)

Como lida com a fama?
Sou mineiro e acho que isso responde à pergunta [risos]. Não alimento, não acredito no culto à personalidade, meu trabalho é mais interessante que eu. Minha arte fala por mim.

Como vê o caos político atual?
Nunca tivemos nada parecido. Nunca a corrupção foi tão divulgada e tão caçada. Tenho esperança. Ética não se pode medir. Se você tem vantagem de R$ 1 ou de R$ 1 milhão, é corrupção. Isso é resultado de anos de negligência, anos de Lei de Gerson.

Como foi contracenar com o Ralph Ineson?
O legal é ver que os dilemas são os mesmos. Trabalhei com o Willem Dafoe, em Meu amigo hindu, e foi curioso observar que, para qualquer ator, as questões da profissão são iguais: insegurança, vontade de acertar o tom, medo de cortarem algo que a gente julgue importante.

A TV ainda o motiva?
Adoro televisão, mas o mundo gira e as pessoas mudam. Acompanhar uma novela por oito meses, diariamente, não é mais tão comum. Para atrair a atenção, a trama precisa ser dinâmica, “barriga” é algo que não dá mais para ter. Atuar me motiva, dirigir me motiva. Quando uma coisa fica burocrática, automática, dou um tempo e pulo para outra.

Fonte/Foto: globo.com

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