E aí, major, como vai?”, ouviu Paolla Oliveira de um policial militar que a parou em uma blitz no Rio de Janeiro, no mês passado. A saudação é a prova de que seu papel como Jeiza, a policial que luta contra o tráfico de drogas na novela A Força do Querer, foi bem aceito. “Achei demais eles me tratarem como uma colega de profissão”, diz. “É meu primeiro papel realmente forte e fiquei com medo de haver rejeição.” Acostumada a interpretar heroínas adocicadas ou sex symbol, Paolla se diverte justamente com o fato de Jeiza ser uma mulher real. “Ela é complexa como todas nós: usa batom, esmalte, é supervaidosa. Nem por isso deixa de ser firme, assertiva.”
E não foram apenas femininas as influências de Paolla na construção da personagem. O pai da atriz, o paulistano José Everardo Oliveira, 67 anos, também é militar. “Ele fica todo orgulhoso de me ver fardada na TV. Sempre digo: aprendi com você!” Tão à vontade no par de jeans usado nas fotos desta matéria – feitas na piscina vazia do Copacabana Palace – quanto de farda e colete à prova de balas, horas depois, na gravação de uma cena externa, a atriz de 35 anos está mais em paz com o corpo do que nunca. “Já fiz milhares de dietas. Cansei. Não quero mais o corpo perfeito”, diz Paolla, que não faz mais restrições alimentares radicais. “Parei de comer besteira, mas não abro mão de uma cervejinha de vez em quando.” Nas próximas páginas, você conhece outros hobbies, alguns objetos preferidos da atriz e um pouco da sua intimidade com o diretor Rogério Gomes, 56 anos, seu namorado há um ano e meio.
As drogas “A Jeiza, minha personagem, luta contra o tráfico. Não fumo nada, apesar de conviver com bastante gente que fuma, mas bebo álcool. Acho que temos que reestruturar a maneira com que lidamos com as drogas. A legalização poderia ser o início dessa mudança.”
O pai “Quando era jovem, brigávamos muito pois meu pai era rígido demais comigo. Nossa relação melhorou quando vim para o Rio, há 12 anos, para ser atriz. A proximidade às vezes não faz darmos valor às pequenas coisas. A distância nos fez bem. Hoje, quando vê minha personagem da polícia militar, mesma profissão que ele, se emociona.”
As lutas “O MMA só não virou hobby [a personagem Jeiza é praticante da luta] porque tenho que fazer os movimentos para a novela profissionalmente. Me apaixonei pelo jiu-jítsu. Sou intensa e muito física. Essa atividade relaxa a cabeça, faz bem para o corpo e a alma. Encontrar a luta agora foi muito bom.”