Enxaqueca, dor na face, dor no pescoço ou na coluna podem ser sintomas da chamada Disfunção Temporomandibular (DTM), conhecida por abranger problemas que incluem a Articulação Temporomandibular (ATM) – estrutura que liga a mandíbula ao crânio -, dentes, ossos do crânio, músculos mastigatórios, coluna vertebral e a postura.

Para ajudar a resolver essas dificuldades, o Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS) implantou o Serviço de Fisioterapia para Disfunção Temporomandibular (DTM). De acordo com o chefe da Unidade de Reabilitação do HU-UFS, Jader Pereira Neto, no Estado a prevalência de DTM pode atingir até 50% da população.

“O índice é muito alto, e essa disfunção tem um diagnóstico difícil, por isso existe uma demanda reprimida em Sergipe. É bom destacar que a DTM precisa de tratamento interdisciplinar de fisioterapia, odontologia, e, por vezes, da fonoaudiologia e da medicina”, pontua.

No Estado, o HU-UFS é a única instituição que oferece o serviço de fisioterapia para DTM pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes são atendidos pela fisioterapeuta Larissa Matos, que tem atualização em Articulação Temporomandibular (ATM).

“Esse é um assunto que venho estudando há muito tempo. Quando o paciente chega ao HU, seja ele encaminhado por um dentista, um médico ou um fonoaudiólogo, nós fazemos uma avaliação e definimos a quantidade de sessões e o tipo de tratamento necessário, tudo vai depender de cada caso”, afirma Larissa, que ressalta que o tratamento pode durar desde pouco mais de um mês a até quatro meses.

Um dos pacientes que já está em atendimento no HU é o senhor José Santos, morador do município sergipano de Poço Verde, a 150km da capital sergipana. “Cheguei encaminhado pela minha médica. Estava sentindo muitas dores mesmo, mas comecei a fisioterapia e já estou sentindo melhoras. O atendimento é muito bom aqui, o pessoal é muito atencioso”, declara José Santos, que sofre com os sintomas da fibromialgia, uma síndrome que pode provocar dores por todo o corpo.

Transtornos

O chefe da Unidade de Reabilitação do HU-UFS, Jader Pereira Neto, reforça que a DTM acomete uma articulação do queixo envolvida em processos como a fala e a mastigação, chegando também a ter relação com a postura, principalmente da coluna cervical.

“Os problemas da DTM são vários, podendo repercutir em cefaleia, enxaqueca, dor na face, dor no pescoço ou até dores que podem ser irradiadas para membros superiores e para a parte alta torácica. É aí que entra a fisioterapia, atuando no problema mecânico da ATM, como lesões do menisco, e entrando também no tratamento postural, das cadeias musculares, da enxaqueca, cefaleia, entre outros transtornos causados pela disfunção”, detalha.

Ele conta que a DTM não é específica do tratamento da fisioterapia, pois inclui processos da fala e dentição, englobando, portanto, profissionais especialistas em dor, odontólogos e fonoaudiólogos. “Na atuação multidisciplinar temos uma parceria entre a Unidade de Reabilitação do HU-UFS, que desenvolve a assistência, o atendimento a essas pessoas, e os Departamentos de Fisioterapia e de Ondontologia da UFS, em um processo que vinha sendo idealizado há mais de cinco anos e somente foi possibilitado graças ao aparato da Ebserh [Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares], que propiciou o desenvolvimento do serviço”, comenta Jader.

DTM

A Disfunção Temporomandibular é uma alteração funcional que compromete a função mastigatória, a deglutição e a fala, podendo se manifestar, por exemplo, com dor durante a abertura e fechamento da boca; dificuldades na mastigação de determinados alimentos e audição de barulhos de estalar na hora de abrir a boca, além de dor.

“A dor durante a mastigação é um sintoma clássico de DTM, bem como a limitação de abertura da boca”, complementa a fisioterapeuta Larissa Matos. Mais informações sobre o Serviço de Fisioterapia para DTM do HU-UFS podem ser obtidas pelo telefone (79) 2105-1898.

Por: Andreza Azevedo