Aracaju, 28 de março de 2024

A britânica Valerie tinha apenas 12 anos quando começou a perceber que nunca ia querer ter filhos. Aos 23, ela conseguiu fazer uma laqueadura

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valerie

A britânica Valerie tinha apenas 12 anos quando começou a perceber que nunca ia querer ter filhos. Aos 23, ela conseguiu fazer uma laqueadura pelo National Health Service (o serviço de saúde pública britânico) depois de uma simples consulta.

E isso aconteceu há 40 anos.

Mais tarde, porém, Valerie se disse surpresa e frustrada ao ouvir a história de outra britânica, Holly Brockwell, que há anos tenta convencer o serviço de saúde pública da Grã-Bretanha que ela também queria passar pela esterilização – procedimento que foi dificultado ao longo dos anos no país.

No Brasil, o tema é regulado por uma lei de planejamento familiar que data de 1996 e permite a esterilização voluntária (laqueadura em mulheres e vasectomia em homens), mas com várias precondições: o paciente tem de ter mais de 25 anos ou pelo menos dois filhos vivos e, caso seja casado, é necessário o consentimento expresso do cônjuge.

“Quando eu tinha 23 anos, estava casada e meu marido e eu decidimos que não queríamos filhos. Na verdade eu já sabia havia anos que não queria ter filhos”, relembra Valerie em entrevista à BBC.

“Li no jornal uma reportagem sobre uma jovem da minha idade que tinha sido esterilizada. Fui até minha clínica geral e ela me encaminhou para uma ginecologista. As duas eram mulheres fortes que se solidarizaram com o que eu sentia”.

“Imediatamente fui colocada na lista de espera e, seis meses depois, fiz a operação. Foi simples assim. Perceber que eu poderia fazer valer minha vontade daquela forma e conhecer pessoas que me apoiaram foi muito fortalecedor – olhando para trás vejo que teve um efeito enorme em minha vida.”

Pedido negado
Já Holly Brockwell, 29, contou à BBC, em novembro de 2015, que já tinha passado por quatro médicos diferentes para tentar ser submetida à laqueadura pelo serviço público de saúde britânico, sem sucesso.

Eles disseram que ela era “jovem demais para sequer considerar uma esterilização”.

Quando ela conseguiu ser encaminhada para a entidade encarregada desse tipo de procedimento, disseram a ela que não havia cirurgiões disponíveis.

“Podemos decidir engravidar aos 16 anos, mas não podemos renunciar à maternidade aos 29. Parece que nossas decisões só são levadas à sério quando se alinham com a tradição”, disse.

Depois da entrevista, Holly passou a ser alvo de comentários agressivos nas redes sociais, mas manteve sua decisão e sua opinião.

Fonte: globo.com

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