Aracaju, 19 de abril de 2024
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Oposição não se entende e prefeito de Aracaju segue “vivo” em busca da reeleição! Impeachment é positivo para João, Amorim e Valadares!

O que estará em votação nesta quarta-feira (11) no Senado Federal não é apenas a votação da denúncia de crime de responsabilidade contra a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), mas também o futuro do cenário político em todo o País, inclusive em Aracaju. Por maioria simples, os senadores devem confirmar o afastamento da petista por até 180 dias, ou seja, Dilma e o PT estarão fora da presidência nos próximos seis meses e vão terão força política e nem apoio popular suficientes para interferirem nas eleições municipais. Em um novo governo de Michel Temer (PMDB), por exemplo, partidos de oposição como o PSC, DEM, PSDB e até o PSB terão elevado prestígio. E isso vai pesar muito no processo eleitoral.

Em Aracaju, por exemplo, o governador Jackson Barreto (PMDB) que vinha anunciando pelos quatro cantos do Estado que levaria dois de seus pré-candidatos para o segundo turno, hoje corre o risco de não ter força política para eleger ninguém. Uma coisa é fato: JB faz um governo péssimo em Sergipe, de muitas dificuldades financeiras, sem perspectivas para o funcionalismo público e sem o mesmo prestigio que tinha com a então presidente Dilma Rousseff. Com sua popularidade caindo pelas tabelas, será muito complicado para JB conseguir emplacar Zezinho Sobral (PMDB) como seu candidato a prefeito da capital. Trata-se de um gestor público, bem relacionado, até com boas intenções, mas sem densidade eleitoral.

A saída de Dilma Rousseff também vai atingir em cheio o projeto de pré-candidatura de Edvaldo Nogueira (PCdoB). Com a saída do PSB da base do governo, os comunistas tentam formalizar um projeto em sintonia com o Partido dos Trabalhadores e sonham com as bênçãos do governador Jackson Barreto. No momento das convenções partidárias, Edvaldo aposta que JB vai sugerir que Zezinho Sobral recue de seu projeto e passe a apoiá-lo. Por enquanto, o ex-secretário de Estado da Saúde não sinaliza para isso e mantem viva “a chama” de sua pré-candidatura. Zezinho teria toda uma estrutura montada, todo um aparato em busca da vitória nas urnas e, além do PMDB e parte do PSD, também pode ter o apoio do PT, PDT, Pros e, se for o caso, PCdoB.

O problema é que a oposição não se entende. Bate cabeça e todo mundo está apostando em um projeto de candidatura próprio. Para Politizando, essa indenização só foi benéfica para o prefeito João Alves Filho (DEM), que deverá buscar a reeleição. Vale lembrar que, com partidos como o DEM e o PSDB compondo um possível governo de Michel Temer, certamente as relações da Prefeitura de Aracaju com a União tendem a melhorar bastante, inclusive quanto a liberação de recursos voltados para obras e outros investimentos. A mudança de comando no País pode ser decisiva para o prefeito democrata e pode consolidar a reeleição de João Alves em Aracaju.

Outro nome que também pode ser beneficiado pela mudança de comando do País é o deputado federal Valadares Filho (PSB). Mesmo sem uma definição sobre os possíveis partidos que vão apoia-lo (conta apenas com o PSD, oficialmente), Valadares não terá o apoio do governador Jackson Barreto. Sem essa base, o pré-candidato terá que buscar alianças, inclusive com a oposição, fato que desagradaria e muito o maior apoiador de seu projeto, o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD), que já disse que com os adversários não ficará. Se conseguir consolidar um projeto pessoal, Valadares poderá ter discurso e viabilidade política. Caso contrário, mesmo com Michel Temer, lhe restará fazer oposição ao governo ou recuar e voltar para o JB.

Outro pré-candidato que poderá ser muito beneficiado com o impeachment da presidente Dilma Rousseff é o senador Eduardo Amorim (PSC). Até o momento ele não se manifestou publicamente, dizendo ser contra ou a favor, mas como o único senador do PSC na República e como um dos principais líderes do partido, certamente ele terá prestigio, junto com o deputado federal André Moura (PSC). Pode ser que daí surja um grande projeto visando a sucessão municipal na capital. Há quem aposte em mais um entendimento político com o prefeito João Alves, o que daria ao democrata ainda mais chances de vencer a eleição. O problema é que Amorim está sendo muito bem avaliado e poderá surpreender. “São as cenas dos próximos capítulos”…

Veja essa!

O pré-candidato a prefeito de Nossa Senhora do Socorro, deputado estadual Padre Inaldo (PCdoB), não escondeu o seu descontentamento com o ex-prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PCdoB), que participou na última sexta-feira (6) da Convenção Estadual do PDT, no plenário da Assembleia Legislativa, na capital. Na oportunidade, Edvaldo Nogueira teceu muitos elogios ao prefeito de Socorro, Fábio Henrique (PDT), e à deputada estadual Silvia Fontes (PDT).

E essa!

Inaldo foi duro ao dizer que o ex-prefeito de Aracaju tem o direito de se coligar com quem quiser, mas falou em “gratidão” quando se referiu a eleição de 2014. Inaldo também não descartou uma “dobradinha” com o prefeito João Alves Filho (DEM) na capital e nem uma aliança com o senador Eduardo Amorim (PSC). Sobre a eleição em Socorro, o deputado disse que as conversas estão em andamento.

Edvaldo I

Ao fazer uso da palavra, durante a Convenção do PDT, o pré-candidato a prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira disse que “Fábio Henrique é uma figura por quem eu tenho amizade e muita admiração desde quando eu fui prefeito da capital e ele era vereador. Foi o mais votado e depois deu um salto, um pulo, foi prefeito de Socorro e agora está finalizando seu segundo mandato. Fábio não é brincadeira!”.

Edvaldo II

“Tenho muito respeito por Fábio Henrique e pela deputada Silvia Fontes, a deputada mais votada de Sergipe! Mais votada pelo seu talento e competência, além de obviamente, pela colaboração e ajuda do prefeito de Nossa Senhora do Socorro.

Comunicado

Questionado por Politizando sobre as palavras de Edvaldo Nogueira no evento do PDT, o deputado Padre Inaldo demonstrou certo descontentamento. Ele explicou que o ex-prefeito de Aracaju o havia comunicado que se faria presente no ato do PDT. “No mesmo dia pela manhã Edvaldo me ligou e disse que ia participar do ato. Disse que não tinha problema, mas a participação dele acabou sendo muito exagerada. Não tem sentido. Ele (Edvaldo) está no momento de construir, mas acho que não precisa exagerar assim”.

Padre Inaldo I

Sobre o fato de Edvaldo Nogueira buscar o apoio do PDT para a eleição em Aracaju, o deputado disse não criar problemas. “Aracaju não tem nada a ver com a eleição de Nossa Senhora do Socorro. Ele (Edvaldo) tem toda liberdade para construir com quem ele quiser e com quem tiver vontade. Ele ta construindo a candidatura dele e é um direito. Isso não atrapalha em nada a relação. Nós estamos preparando a pré-campanha e estamos separando isso. Eu não tenho participado do processo aqui na capital. Nosso foco é Socorro”.

Padre Inaldo II

Argüido pela coluna, o Padre Inaldo tentou desconversar, mas acabou revelando seu descontentamento com o comportamento de Edvaldo Nogueira. “Eu achei um exagero porque esse pessoal (Fábio Henrique e Silvia Fontes) não fez nada por ele e ele ficar puxando o saco desse pessoal dessa forma! Ficar valorizando eles de uma forma dessas!É importante mostrar que nós somos parte de um grupo. Eu fui fiel a Edvaldo pela legenda que ele me deu, abracei a candidatura dele em Socorro, demos cinco mil votos a ele para deputado federal e eu tenho mostrado que sou grupo. Agora o outro lado tem que mostrar que é grupo também!”, cobrou.

Governador

Sobre a possibilidade de o governador Jackson Barreto (PMDB) “abraçar” sua pré-candidatura em Socorro, o deputado Padre Inaldo ficou bastante otimista. “As conversas estão bem avançadas e estamos esperando o momento oportuno para que o governo assuma se quer abraçar o Padre Inaldo ou não”, disse. Já sobre as críticas de seus opositores pelo voto dado ao então candidato a governador Eduardo Amorim em 2014, ele disse que “estamos falando de uma nova eleição”.

2014

“O PCdoB sempre foi aliado do governador. Nós não subimos no palanque de ninguém. Na eleição, o governador fez opção pelo grupo do prefeito, não fez parceria com a gente e nós trabalhamos para Edvaldo Nogueira para federal e Padre Inaldo para estadual. A oposição fala o que quer e o que tem vontade, completou o deputado.

Alianças

Questionado se ao buscar o apoio do PDT em Aracaju, Edvaldo Nogueira estaria inviabilizando seu projeto em Socorro, o deputado Padre Inaldo disse que “não acho que é por aí! Ele ta buscando a construir a candidatura dele em Aracaju. Socorro é outra realidade, é uma cidade. Em 2012, por exemplo, na nossa coligação para prefeito de Socorro, o DEM estava presente. E João Alves era candidato a prefeito aqui da capital”.

Com João Alves  

Sobre a possibilidade de repetir a aliança com o DEM em 2016, ele disse que “posso, posso sim! Se o prefeito João Alves Filho quiser me apoiar para prefeito de Socorro, eu ficarei muito contente. Eu não faço restrição nenhuma! Qualquer pessoa que queira me ajudar, me apoiar nesse processo de 2016, eu agradeço de coração. Nem de João Alves, nem do senador Eduardo Amorim, do senador Valadares (PSB), do governador Jackson Barreto. Todos eles têm votos em Socorro”.

Clima quente

“E todos eles são importantes nesse processo. Em 2012 eu fui candidato a prefeito contra Fábio Henrique e esse povo todo estava no palanque dele. Com Amorim, com Jackson Barreto, com João Alves, com Valadares. E por que o Padre Inaldo não pode construir dessa forma? O que Fábio Henrique tem melhor que o Padre Inaldo? Só ele pode construir e o padre não pode ter apoio? Edvaldo Nogueira é livre para falar e fazer o que ele tem vontade. E eu também. Sobre a nossa pré-candidatura, nós estamos construindo e na hora certa nós iremos falar sobre isso”, finalizou.

CRÍTICAS E SUGESTÕES

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