Este colunista, assim como todo Sergipe, já reconheceu a vitória nas urnas do candidato Edvaldo Nogueira (PCdoB) para prefeito de Aracaju em 2016, mas o governador Jackson Barreto (PMDB) parece que não assimilou o resultado positivo de seu aliado. Pelas declarações do chefe do Executivo, passa-se a impressão que ele não acreditava na vitória de seu candidato, tendo em vista que passou a tripudiar de seus adversários. Aí alguém vai dizer: “este é o estilo de JB!”. Isso é verdade, mas antes de agir, cabe ao chefe do Executivo se posicionar como governador de todos, como apaziguador, como um verdadeiro líder político.

Mas Sergipe tem das suas peculiaridades. Nessa segunda-feira (31), em pleno horário de almoço, o governador perdeu uma grande oportunidade de administrar o resultado das urnas e encerrar o momento de turbulência política, após uma das eleições mais acirradas dos últimos tempos. Em entrevista ao jornalista e apresentador Ricardo Marques, na TV Sergipe (afiliada da Rede Globo em Sergipe), os sergipanos foram surpreendidos por uma série de agressões, descabidas e inoportunas, de um governador que, pelo visto, não sabe ganhar. Imagine perder…

Escondido durante toda a campanha, para não tirar votos de Edvaldo Nogueira, mas atuando fortemente nos bastidores, diga-se de passagem, o governador de repente apareceu, mas somente após o resultado favorável de seu candidato. Poderia atuar como um estadista, deveria reconhecer os problemas de seu governo e pregar a paz, tentar “esfriar os ânimos”. O que se viu foi um festival de agressões aos irmãos Amorim, a André Moura (PSC), à senadora Maria do Carmo (DEM), ao prefeito João Alves Filho (DEM) e até “alfinetou” o candidato derrotado Valadares Filho (PSB).

Pelo visto, o governador não quer a paz, não quer descer do palanque! Está disposto a precipitar por demais o pleito de 2018. Para quem deu a palavra que iria se aposentar no final de seu mandato, Jackson já mostrou que palavras na política, às vezes, são só palavras…pior: quando questionado sobre a onda de violência que assola Sergipe, que se transformou sob as suas mãos, no Estado mais violento do Brasil, o governador chegou a propor uma “pauta mais positiva”! Disse que os investimentos foram feitos, que ele foi quem promoveu concursos públicos, mas não deu solução alguma!

A “cereja do bolo” quase deu indigestão no funcionalismo público que assistia a entrevista no horário do almoço: Jackson Barreto confirmou as suspeitas da oposição de que não tinha os recursos em caixa para o pagamento do 13º salário em dezembro próximo e que já recorrerá ao mesmo artifício de 2015: o Estado será o “fiador” de um empréstimo a ser tomado pelos servidores públicos junto ao Banco do Estado de Sergipe (Banese). Em síntese: o governo dele teve um ano para se planejar, se estruturar financeiramente, equilibrar as contas, mas como estamos em um ano eleitoral, pelo visto, o governador não deve ter pensado nisso…

Concluindo este comentário, e sendo repetitivo, Sergipe tem mesmo suas peculiaridades. Um governador que transformou o Estado no mais violento do País, que atrasa e parcela salários, que não concede reajuste desde 2013 e que, segundo o Ministério Público Estadual, não cumpre suas obrigações constitucionais, concede entrevistas tripudiando e agredindo seus adversários, como se fosse um exemplo de gestor público. Jackson é um vitorioso, é uma grande liderança política e popular, mas precisa aprender um pouco a ser governador. O exercício do cargo lhe exige algumas condutas, dentre elas, duas das principais: postura e equilíbrio!

Veja essa!

Publicamente ninguém se manifesta, mas nos bastidores da política pegou muito mal a postura do governador após a vitória de Edvaldo Nogueira. Alguns aliados avaliam como “desnecessários” os ataques aos adversários em um momento de festa.

E essa!

Muita gente também se surpreendeu com a entrevista do governador na TV Sergipe. Ele ficou em silêncio durante boa parte da campanha eleitoral e só quando seu candidato ganhou, resolveu se manifestar. Justiça seja feita, nem Edvaldo, que venceu a eleição, teve este comportamento.

Trégua?

Através de suas redes sociais, o senador Valadares (PSB) mandou um recado ao governador: “Estou firme amigos (as), sem ódio e sem medo. As baixarias dominaram a eleição. Ganharam, ainda assim, JB&CIA insistem. Não é hora de parar?”, questionou.

Valadares

Pouco tempo depois, o senador mandou um recado ainda mais duro: “Se resolverem continuar, não recuaremos um milímetro. Seus ataques impulsionarão a nossa energia para as lutas políticas que nos aguardam”. O clima quente vai perdurar…

Não conta

O que muita gente estava esperando na entrevista do governador era uma manifestação dele a respeito da ação movida pelo Ministério Público Estadual que pede o bloqueio de recursos das contas do Estado caso o repasse do duodécimo para o MPE, Defensoria Pública, além do Legislativo e do Judiciário até o dia 20 de cada mês. Isso, JB não conta…

Números

Comparando o resultado do 2º turno da eleição em Aracaju com a eleição para governador em 2014, também na capital, onde chegaram mais 8.335 eleitores aptos para votar, o agrupamento de JB obteve 11.553 votos a mais; em contrapartida, o grupo Amorim (que apoiou Valadares Filho e tão criticado por ele) ampliou a votação em 35.282 votos. É algo que merece sim uma reflexão…

João Alves Filho

Lamentável o fim da gestão do democrata na PMA. Pela história que construiu, João Alves Filho está prestes a deixar a Prefeitura com débitos milionários para a Multiserv (higienização e serviços administrativos), a Cavo (coleta do lixo), outros fornecedores, além de não ter os recursos para garantir o 13º salário dos servidores.

Débitos

A MULTSERV suspendeu o contrato com a Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju. Anuncia um montante da dívida no valor bruto de R$ 8.454.181,18. Por sua vez, a CAVO reclama uma dívida acumulada, e reconhecida pela PMA, da ordem de R$ 19 milhões. Como diz um radialista do interior: “o bolo é grande!”.

Garibalde Mendonça

O deputado estadual Garibalde Mendonça (PMDB), ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa com o intuito de parabenizar, em seu nome, e em nome do PMDB, o prefeito eleito, Edvaldo Nogueira. Garibalde externou ainda uma preocupação: “Percebemos nessas eleições muitos votos em brancos, nulos e abstenções. Isto mostra um aviso à classe política, bem como um descrédito da população com todos. É necessária uma Reforma Política urgente, além de uma conscientização maior dos políticos do nosso Brasil. É importante que cada poder faça sua parte”.

Campo do Brito I

A decisão da prefeitura de Campo do Brito de suspender o serviço de ônibus escolar que atendia estudantes universitários do município levou alunos a buscar o apoio dos deputados para solucionar o problema. O estudante de Administração da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Tony Williams, foi recebido pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Luciano Bispo, em nome de 230 universitários. “Deixamos de ter transporte um dia após a eleição”, explicou Tony, que também solicitou a ajuda de Bispo para medidas de combate à violência que afeta a região.

Campo do Brito II

Tony Williams, que preside a Associação dos Universitários, disse que recebeu a decisão da prefeitura com preocupação, pois o custo do transporte dos estudantes passou a ser rateado entre os alunos. “Ficamos triste, pois a decisão não foi comunicada e nem justificada. Ficamos sabendo que não teríamos mais transporte no momento em que aguardávamos os ônibus na praça”, declarou.

Assaltos

O estudante pediu ainda a ajuda dos deputados para buscar soluções para os constantes assaltos que ocorrem no trajeto entre Campo do Brito/Lagarto e Campo do Brito/Aracaju. Tony pediu ainda ajuda para manutenção da rodovia João Paulo II, que liga o município a Itabaiana. “Está cheia de buracos e ocorrem muitos acidentes por causa das más condições da pista”, revelou.

Luciano Bispo

O presidente da Assembleia Legislativa elogiou a iniciativa do representante dos universitários e lamentou o fato de que muitos municípios, em situação financeira delicada, acabaram tomando a mesma medida que Campo do Brito, de suspender o transporte dos estudantes, prejudicando os alunos de universidades que precisam se deslocar. O deputado se prontificou em buscar soluções junto ao governo do Estado para as reivindicações apresentadas.

Maria Mendonça

A deputada estadual Maria Mendonça (PP) lamentou que os índices de violência em Sergipe tenham o levado a ocupar o ranking de Estado mais violento do Brasil, ultrapassando o vizinho Estado de Alagoas que, por anos, carregava tão deplorável posição.

Violência

“Enquanto Alagoas reduziu o número de assassinatos, entre 2014 e 2015, em mais de 20%, Sergipe, no mesmo período, apresentou um crescimento de 18,2% em casos de mortes violentas. No Brasil, registrou-se uma queda de 1,2%”, salientou a deputada.

Caos desmedido

Maria Mendonça reportou-se aos dados do 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na semana passada. Para ela, o “Sergipe vive um estado de falência, um caos desmedido”, tornando a população cada dia mais amedrontada e refém da bandidagem.

CRÍTICAS E SUGESTÕES

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