Aracaju, 20 de abril de 2024
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Da expectativa ao descrédito: João deixará PMA carbonizado!

Alguns homens públicos têm vida longa na política. Outros nem tanto. Para ter sucesso neste segmento são necessários alguns cuidados. Humildade, equilíbrio e visão empreendedora estão entre as principais características de um bom gestor. Outra particularidade é saber ouvir e tentar tirar algum aprendizado com aquela informação que lhe chega, por mais simples que ela seja. Todo homem público vencedor se espelha em algum modelo bem sucedido para iniciar sua trajetória. A política, por mais que movimente muito dinheiro, é diferente de um negócio, de uma empresa.

O empresário, para administrar o que tem, o faz apenas seguindo um “padrão”. Não quer dizer que fazendo apenas isso ele será bem sucedido. Mas ele não será um “desastre”. Já no caso do gestor público é necessário “jogo de cintura”. O presidente da República, o governador e o prefeito municipal precisam ser populares (e não populista), precisam conhecer a realidade de quem mais precisa do serviço público e, sobretudo, devem atuar em sintonia com os anseios do povo, falando a linguagem da população. Geralmente, quem não tem “cheiro de povo”, não vai longe dentro da política. A menos que, a cada eleição, gaste milhões para manter um “status social” que massageie seu ego.

Há algumas décadas, Sergipe conheceu João Alves Filho (DEM). Construtor Civil, um grande engenheiro e empreendedor. Um homem de sucesso nos negócios, uma referência no mercado sergipano. De origem muito pobre, ele tornou-se um empresário vencedor pelo dinamismo de suas ações, além das projeções visionárias, sempre projetando o futuro. Convidado para entrar na política, até relutou, mas findou aceitando e começou a escrever os primeiros capítulos de uma história exitosa e marcante, agora como gestor público. Daí em diante passou a ser conhecido nos quatro cantos do Estado como “Dr. João”!

Desde que adentrou na vida pública, destacou-se por um “currículo” invejável, sendo governador por três mandatos, ministro de Estado e prestes a concluir seu segundo mandato enquanto prefeito de Aracaju. É respeitado por seus liderados e tem o respeito dos principais caciques políticos do País.  João Alves construiu uma história de realizações e conquistas. Suas obras falam por si em Sergipe. Mas é detentor de um defeito comum na política: tem um comportamento, uma forma de fazer política, sem mandato e outra completamente diferente quando está sem exercer nenhum cargo público. Para alguns, ele fica muito “vaidoso” e ainda há quem brinque que o “Negão no Poder vira galego!”.

Amado por muitos e odiado por outros, João Alves tem o respeito de todos. Ele não tem um histórico de ser um político desleal, de partir para o enfrentamento. Só travou uma batalha com o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) contra o projeto de transposição do rio São Francisco. Costuma comporta-se como um Estadista e a “política de bastidores” nunca lhe atraiu. Também não é bom em fazer politicagem. Seu perfil é de um homem público visionário,que está sempre preocupado com o futuro das próximas gerações. Só não conseguiu ser eficiente nesse último mandato a frente da PMA.

Em 2012, após ser derrotado duas vezes para o “menino” Marcelo Déda (in memoriam), pouca gente acreditava que João Alves ainda teria “gás” para disputar e vencer uma eleição. Sob profundo descrédito, com o apoio popular e uma aliança política eficiente, voltou à PMA. Esperava-se muito dele nos últimos quatro anos. Prometeu demais na campanha e, quando assumiu, quando se deparou com uma realidade difícil e com a crise nacional, ainda demorou demais para “cair à ficha” e entender que não daria tempo. Pior: esqueceu dos amigos que mais lhe apoiaram. Neste caso, diga-se de passagem, ele foi “blindado” e findou distante de muitos que gostam de João Alves e que até poderiam ter ajudado sua gestão. A vaidade pesou um pouco e o prefeito seguiu prometendo. Foi se desgastando mais ainda e, infelizmente, boa parte de seu secretariado deixou de lhe atender.

Sem o mesmo dinamismo de quando era um empresário de sucesso, persistindo em projetos visionários ainda que sem dinheiro em caixa para tocá-los, deixou que várias “Prefeituras” existissem dentro da PMA. Apostou alto demais indo para a reeleição e hoje paga um preço altíssimo! Vai deixar a gestão não apenas desgastado, mas carbonizado! Tem um futuro político incerto, aposentou-se para os negócios, não é detentor de nenhum patrimônio valioso e ainda poderá passar por muitos problemas mais adiante por responsabilidade de alguns auxiliares. Poderia sair da PMA pela porta da frente, com a história que construiu, mas no “apagar das luzes”, sairá pelos fundos, com pouquíssimos amigos e sem saber o que fará no amanhã…

Veja essa!

Deu o que falar a denúncia deste colunista dando conta que setores da cúpula do governo do Estado estariam pressionando o Secretário da Segurança Pública, João Batista, a promover em breve o remanejamento da delegada de Polícia Civil, Danielle Garcia, da DEOTAP. Ventilou-se que ele teria, inclusive colocado o cargo a disposição.

E essa!

O primeiro a reagir foi o presidente do Tribunal de Contas, conselheiro Clóvis Barbosa,que tem trabalhado em sintonia com o promotor de Justiça, Henrique Cardoso, e com a delegada Daniele Garcia, em algumas investigações.

Clóvis Barbosa

“Eu já li isso na imprensa local e também já houve comentários a nível nacional. O que eu tomei conhecimento é de que teria dois ou três deputados que estariam pressionando o governo do estado para transferir a delegada”, explicou o presidente do TCE, no Jornal da Ilha, na Ilha FM.

Denúncia

O conselheiro disse ainda que “se o governador exonerar a delegada Danielle, ele vai indiciar o estado. Isso seria uma forma de querer paralisar as investigações que estão sendo feita no sentido de combater a corrupção em nosso Estado”.

Para refletir

Agora, falando na atuação de Danielle Garcia, Clóvis poderia questionar o porquê dela e sua equipe pressionarem apenas prefeitos do interior, vereadores e deputados. Como ficam as denúncias de supostas irregularidades na Ação Social e na FHS do Estado? Por que Danielle Garcia verificar se está tudo correto na SSP, por exemplo? Ou vai dar o atestado de honestidade ao governo?

 Outro lado

O secretário de Segurança Pública, João Batista, explicou que não procede a suposta pressão para afastar a delegada. “Isso é boato e não tem procedência. Seria um contra-senso. Quando fui superintendente da Polícia Civil, hoje delegacia geral, nós criamos a Deotap tivemos a sorte de deslocar a pessoa certa para lá que só fez o departamento crescer e se desenvolver”.

João Batista

Em seguida, o secretário ainda disse que “o Deotap é hoje uma referência nas investigações bem sucedidas. O governador nos deu carta branca para montar a equipe e nós investimos em recursos humanos, capacitação, equipamentos e instrumentos. Inauguramos um novo prédio e estamos apoiando a delegada de forma incisiva”.

Explicação

Pode até ser que João Batista não afaste Danielle Garcia, mas as informações que chegaram a este colunista não foram “boatos”. Existem sim rumores fortes e, apesar de não se saber de onde vem a pressão, sabe-se apenas que se não procedesse, o conselheiro Clóvis Barbosa não teria confirmado em entrevista.

Bomba!

Dentro do clima quente que marca o fim de ano em Sergipe, chega uma informação dentro de um órgão em Sergipe onde dois membros promovem uma verdadeira briga fraticida. Um deles já teria o apelido de “escorpião” porque, segundo se comenta, “trabalha para ferrar os demais”. O outro, que tem a palavra como uma de suas virtudes, já não suporta silenciar sendo prejudicado pelo “colega”.

Exclusiva!

Após o anúncio do secretariado pelo prefeito eleito Edvaldo Nogueira (PCdoB), uma área que é uma incógnita é a Procuradoria. A informação é que o nome mais cotado para a PGM é do procurador de carreira, Thiago Carneiro, que é um nome leve e que tem bom relacionamento com o agrupamento político de Edvaldo.

Alô MPE!

Em meio a tantos problemas no final da gestão, a Prefeitura de Aracaju descumpriu o acordo firmado no Ministério Público para o pagamento devido junto à empresa Cavo, responsável pela coleta do lixo da capital. Com a palavra o MPE…

Falando nisso

Falando em lixo e, aproveitando o final da gestão, o MPE poderia se manifestar sobre a denúncia protocolada pela atual gestão da PMA, através da Emsurb, revelando um suposto superfaturamento de mais de 100%, ultrapassando a margem dos R$ 200 milhões, nos contratos de coleta de lixo e limpeza urbana da capital.

Relembre

Contratos esses que foram celebrados entre o próprio órgão municipal e a Torre Empreendimentos Rurais e Construção Ltda. (entre os anos de 2010 e 2016) e assinados pela então presidente na época, Lucimara Dantas Passos. Órgãos que também receberam a documentação, como o Tribunal de Contas, a CGM, a Procuradoria Geral do Município e Secretaria da Fazenda também ficaram com a obrigação de investigar e, até onde se tem conhecimento, não se manifestaram.

PMA

Edvaldo Nogueira anunciou, nessa quinta-feira (29), os nomes de nove integrantes da sua equipe de governo. Em coletiva de imprensa, ele reafirmou o critério para a escolha dos secretários: capacidade técnica aliada à indicação partidária. “Todos os secretários são nomes competentes, entendem daquilo que vão fazer, têm capacidade administrativa, experiência de gestão e, acima de tudo, ética e honestidade”, afirmou.

Nomes

Farão parte do secretariado a vice-prefeita eleita Eliane Aquino (Ação Social), Maria Cecília Leite (Educação), Luciano Correia (Comunicação), Jorge Araújo Filho (Esporte e Juventude), Augusto César de Mendonça Viana (Meio Ambiente), Silvio Santos (Fundação Cultural Cidade de Aracaju – Funcaju), Luiz Roberto Dantas de Santana (Fundação Municipal de Formação para o Trabalho – Fundat), Sérgio Ferrari (Empresa Municipal de Obras e Urbanização – Emurb) e Aristóteles Fernandes (Superintendência de Transporte e Trânsito – SMTT).

Valadares Filho I

O deputado federal Valadares Filho (PSB) comentou o anúncio do secretariado da PMA. “Depois do anuncio de grande parte do secretariado da futura gestão de Aracaju, verificamos que será um governo dos mesmos para os mesmos. A política tomando conta da gestão daquele que dizia que faria um governo mais técnico e menos partidarizado”,

Valadares Filho II

“Infelizmente, os métodos atrasados na formação de uma equipe permanecerão na prefeitura de Aracaju. Inclusive,com a ingerência direta do seu padrinho político,Jackson Barreto,tornando o Prefeito,mais uma vez,um mero secretário do Governador”, completou o deputado. Com a palavra o prefeito eleito e o governador…

CRÍTICAS E SUGESTÕES

habacuquevillacorte@gmail.com e habacuquevillacorte@hotmail.com

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