Aracaju, 29 de março de 2024

Medidas enérgicas para combater uso indevido de água em Malhador (Foto: Edinaldo Nascimento)

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O governo do Estado continua obstinado em atenuar os efeitos da crise hídrica que vem afetando severamente o município de Malhador, situado na região Agreste. Nesta quarta-feira, 11, a força-tarefa, formada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), além de órgãos estaduais e instituições voltadas para a preservação das bacias hidrográficas, se reuniu pela quarta vez para estabelecer novos encaminhamentos e fazer um balanço do que já vem sendo executado.

Durante a reunião, coordenada pelo secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Olivier Chagas, e pelo diretor da Superintendência de Recursos Hídricos, Pedro Lessa, ficou decidido que o governo vai tomar providências mais enérgicas para tentar garantir o mínimo de regularidade no abastecimento de água para consumo humano e animal.

A primeira medida é a interdição das bombas de captação de água, instaladas nas barragens de agricultores que estão desobedecendo ao acordo firmado na semana passada, quando foi estabelecido que as plantações mais resistentes à escassez hídrica, a exemplo da mandioca, não seriam irrigadas. Neste caso, o fornecimento seria suspenso por tempo indeterminado, caso seja comprovada a ruptura do pacto.

A segunda visa mudar o horário da irrigação. Isto é, ao invés do dia, os agricultores passariam a molhar as plantações à noite, obedecendo à alternância estabelecida anteriormente, evitando a evaporação instantânea, como ocorre à luz do sol. Caso essas medidas não surtam efeito, haverá paralisação total da irrigação para priorizar o abastecimento humano e animal.

Democracia

Para o secretário, a discussão entre governo e irrigantes é democrática. “Estamos ouvindo todas as partes e, ao mesmo tempo, estamos cobrando das pessoas que cumpram com aquilo que nós acertamos. Quem não estiver cumprindo será punido. Vamos tomar medidas de lacrar bombas de alguns usuários irrigantes. O governo, através da Deso, está fazendo campanha educativa no município sobre economia de água. Estamos num período de escassez e há um leque de ações que estão ocorrendo e estamos buscando exercer a gestão democrática todos os dias”.

Pedro Lessa fez questão de salientar que a utilização da água é prioritária para o consumo humano e animal. “Estamos dando continuidade aos trabalhos de articulação e gestão de recursos hídricos para discutir qual a melhor maneira de utilizá-los. Está havendo um conflito entre irrigação e uso humano. Por lei, a utilização da água para consumo humano e dessedentação animal é prioridade número um”.

Rodízio

O representante da Companhia de Abastecimento de Sergipe (Deso), Luiz Carlos, disse que, atualmente, a vazão da barragem está em 61 metros cúbicos, ou seja, com decréscimo de quatro metros cúbicos em menos de um dia. Se a vazão continuar a cair, o rodízio, que hoje é realizada na cidade dia sim, dia não, vai subir para dois ou até três dias.

“A Deso vem atuando para tentar mediar esse conflito que ocorre em Malhador. Estamos juntos nessa força-tarefa. O que nos preocupa é que a água, que deveria estar indo para as residências, está indo para outro fim. A Deso está dividindo a cidade em três partes, para que essas partes tenham, dia sim dia não, água por 2 horas e todos sejam contemplados. Se a vazão continuar em 61 metros cúbicos ou baixar esse nível, o rodízio será de 72 horas. Estamos fazendo um trabalho de conscientização da sociedade com campanhas educativas. Não abandonamos Malhador, estamos preocupados com esse problema pontual”, afirmou Luiz Carlos, mostrando-se preocupado com a situação.

Previsão

O coordenador do Centro de Meteorologia da Semarh, Overland Amaral, também participou da reunião. Ele fez uma rápida explanação da atual situação climatológica do Estado e compartilhou com os integrantes da força-tarefa uma informação que não resolve o problema de imediato, mas desenha uma gotinha de esperança: entre os dias 19 e 22 de janeiro, há previsão de chuvas na região, com média de 42 milímetros. “Melhora a situação, mas não normaliza”.

Semarh

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