A Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Central de Transplante de Sergipe e da Organização de Procura de Órgãos, com apoio do Núcleo de Educação Permanente do Hospital de Urgências de Sergipe (NEP/HUSE), está realizando durante todo o dia deste sábado, 16, na Universidade Tiradentes (Unit), curso para determinação de morte encefálica com médicos e profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que participaram da primeira parte do curso na condição de ouvintes, no turno da manhã. Durante a tarde, o curso segue com atividades práticas para certificar os 32 médicos inscritos.
O curso além de habilitar os profissionais no reconhecimento também orienta no trato humanizado das famílias. Para o coordenador da Central Estadual de Transplante, Benito Oliveira Fernadez o Conselho Federal de Medicina (CFM) determina que o médico só pode realizar o protocolo de morte encefálica munido de habilitação. Para adquirir o certificado do curso, os médicos intensivistas, neurologista e emergencista tiveram que comprovar que atendem pacientes em estado de coma há, no mínimo, um ano.
“Queremos aumentar o número de profissionais para realizar o diagnóstico de morte encefálica e ,assim, tentar reduzir o stress da equipe e família em relação ao quadro real do paciente. Abrimos o curso para ouvintes no sentido de sensibilizar outras categorias para que instrumentalizados eles consigam desenvolver um melhor acolhimento à família dos pacientes, enfatiza Benito Oliveira Fernadez.
A representante da Organização de Procura de Órgão, Ana Paula Rocha, destaca que o curso é uma ferramenta para aumentar o quantitativo da doação no Estado. “No Brasil, temos mais de 33 mil pessoas esperando por algum órgão a ser transplantado. Só podemos entrevistar a família para a doação de órgão depois que o paciente passa pelo processo de diagnóstico de morte encefálica. Isso pode aumentar o leque de doação no Estado de Sergipe”, conta.
Médica da Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital de Itabaiana, a cursista Tacianne Braga, diz que a capacitação é uma oportunidade para médicos e pacientes que estão na fila de transplante. “Sabemos que há muitos pacientes na fila precisando que esse diagnóstico seja dado de uma forma mais eficaz e rápida. Com mais profissionais habilitados esse quadro pode melhorar”, pontua.
Em fevereiro deste ano, o governo do Estado implantou dez leitos no Huse para pacientes críticos. Deles, dois foram destinados ao diagnóstico de pacientes com possibilidade de morte encefálica.
Fonte e foto assessoria