Aracaju, 19 de abril de 2024
Search

Rota da Farinha pretende unir turismo de base comunitária e de experiência no Agreste

8

Em visita técnica para elaboração da Rota da Farinha, gestores e técnicos conheceram pontos importantes do município de Campo do Brito, cidade que deverá ser porta de entrada para o roteiro que abrangerá, ainda, atrativos em São Domingos e Macambira

Nesta quinta-feira (27), foi realizada em Campo do Brito, uma visita técnica com o objetivo de identificar como e quais estruturas serão necessárias para a implantação do roteiro que visa ofertar turismo ecológico e de experiência nos municípios de Campo do Brito, São Domingos e Macambira. O foco da ação é direcionado a desenhar o projeto da Rota da Farinha, que faz parte de uma estratégia que busca a criação de novos roteiros para agregar valor ao destino Sergipe e diversificar a oferta turística ao público que opta pelo estado.

Os pontos visitados foram o Chalé Delícias de Maní, um ponto de vendas de produtos derivados da mandioca, mantido pela Cooperativa Coofama; o Hotel SPA Buenos Dias, direcionado a saúde, um empreendimento privado que vai agregar valor ao turismo local; e o Centro de Derivados, onde foi possível observar todo o processo da produção de mandioca a vácuo, assim como o processo de fabricação da farinha de mandioca.  Em seguida, foi feita uma visita à cooperativa, onde foi explicado como é feita a seleção dos produtos e, por fim, o ensacamento da farinha de mandioca.

A ideia do Governo do Estado, por meio da Secretaria do Turismo (Setur), é que com esse novo roteiro, além das casas de farinha, os turistas possam se aventurar nas trilhas, vales e cachoeiras que compõem um cenário perfeito para práticas como o mountain bike. O secretário de Estado do Turismo, Sales Neto, informa que o foco é, também, agregar passeios do ecoturismo, através do turismo de base comunitária e de experiência nessas localidades.

“A rota serve para agregar o turismo ecológico que já existe nessa região, integrando junto às casas de farinha, para que o turista consiga fazer o passeio ecológico, conheça a cultura local e leve uma experiência para a vida dele. Acreditamos que esse é um produto que tem tudo para dar certo, pois estamos tendo total apoio da prefeitura de Campo do Brito. Iremos levar esse projeto para outros municípios e temos certeza que vamos transformar em algo muito importante para o estado e para o desenvolvimento econômico de toda região”, disse Sales Neto.

Contexto

A produção da farinha é uma tradição secular, principalmente na região Nordeste. Ela faz parte de muitos pratos da culinária regional e sergipana, como a goma de tapioca, o beiju, pirão, sequilho, mingau, bolos e entre outros. A atividade econômica da região tem como característica forte a monocultura da mandioca, com aproximadamente 600 casas de farinha, ou seja, agroindústrias baseadas na agricultura familiar que fortalece a economia da região.

Em Sergipe, as Casas de Farinha estão em diversos municípios, a exemplo de São Domingos, Lagarto, Simão Dias, Campo do Brito, Itabaiana, Itabaianinha, Japaratuba, Laranjeiras, Itaporanga d’Ajuda, Macambira e muitos outros. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IGBE), em 2018, a área plantada de mandioca em Sergipe foi de 12.123 hectares, com rendimento médio de 12.725 kg/ha. Em 2019 foi produzido 153.334 toneladas da raiz em solo sergipano. Campo do Brito produz em média 72 toneladas de farinha por dia e 2.160 toneladas por mês.

O secretário da Agricultura, André Bomfim, espera que essa rota possa consolidar, ainda mais com outras cadeias produtivas, a preservar a cultura da mandioca, não só em Campo do Brito, mas em todo estado. “A gente consegue visualizar nessas visitas a importância que é o associativismo e o cooperativismo. Nossa ideia é que com esse diálogo com os agricultores, a gente possa criar uma identificação dessa farinha, pois já conhecemos a qualidade do produto e precisamos expandir para todo o país”, apontou André.

De acordo com o chefe geral da Embrapa Alimentos e Territórios, João Flávio Veloso, a empresa pode contribuir nesse processo, uma vez que atua significativamente por meio de estratégias que podem agregar mais valor aos produtos, que são artesanais e contém uma identidade cultural muito forte, melhorando o processo de produção e variedade deles. “É muito importante que o Estado de Sergipe tenha políticas públicas para estimular esse tipo de abordagem e fazer essa conexão da agricultura com o turismo. O estado tem uma possibilidade muito grande de avançar nesse tipo de abordagem, conectando os alimentos ao turismo de experiência”, afirmou João Flávio.

Fonte e foto assessoria

Leia também