Um dos locais que recebeu a equipe de vacinação da Prefeitura de Aracaju, nesta segunda-feira, 25, foi o Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe – Instituto Parreira Horta (Lacen), para onde foram destinadas 317 doses de CoronaVac.
Ainda que não lidem diretamente com pacientes acometidos por covid-19, os funcionários do Lacen têm papel fundamental no enfrentamento ao coronavírus, já que o diagnóstico da patologia é o princípio para tratamento e logística.
Testar maciçamente a população é a principal recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para enfrentar a disseminação do novo coronavírus, portanto, é neste contexto que se dá a importância do trabalho realizado pelos laboratórios, em Aracaju, especificamente, o Lacen, que recebe todas as amostras de testes realizados pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
“O Lacen é essencial em todo o processo em que passamos porque é a base. Os funcionários trabalham com amostras contaminadas, então, existe um grande risco de contaminação. Solicitamos o quantitativo de funcionários que trabalham diretamente com as amostras e inserimos em nosso cronograma de vacinação. É através do diagnóstico obtido no laboratório que podemos melhor direcionar nossas ações, afinal, ao identificar os infectados, podemos isolar e, desta forma, evitar a transmissão. Além disso, com os números dos resultados podemos trabalhar melhor o quantitativo de leitos e estratégias para atender a população”, esclarece a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza.
Para que as equipes do Lacen estivessem preparadas, assim que os primeiros casos de covid-19 surgiram no país, o superintendente do laboratório, Cliomar Santos, participou de um treinamento na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e repassou para os funcionários que, hoje, trabalham diretamente com as amostras.
“Foram quase 200 mil amostras ao longo de dez meses de trabalho extenuante, intenso, em que não paramos, em que estivemos ativos durante 24 horas por dia, durante sete dias na semana, liberando os resultados. A sensação por receber a vacina e continuar trabalhando é gratificante porque sabemos que a pandemia ainda não acabou. Com a vacina, continuaremos com mais intensidade e energia para dar os resultados com mais celeridade”, ressalta Cliomar.
O superintendente do Lacen lembra que chegou a ter testes represados porque parte significativa da equipe foi infectada por coronavírus.
“Sem 100% da equipe na bancada, não temos como liberar os resultados de maneira otimizada. Tivemos o momento em que dez funcionários, de uma só vez, estavam com covid-19, e isso atrasou a entrega dos resultados, e sabemos que os resultados são importantíssimos quando falamos sobre isolamento de pessoas, sobre diagnóstico preciso para que não seja transmitido para outras pessoas e, por isso, fomos eleitos como prioridade nesse momento de vacinação”, completa.
A gerente do laboratório de Biologia Molecular e Sorologia do Lacen, Gabriela Vasconcelos, ressalta como o trabalho será otimizado, como a vacina. “Todo o processo de análise das amostras é longo, demorado, tem umas partes automatizadas, mas o principal é manual, então esse ano foi muito intenso. Chegamos a receber, em um único dia, mais de 1.500 amostras. O trabalho do Lacen auxiliou todos os hospitais, públicos e privados, todas as unidades, e ainda teve o TestAju. É o diagnóstico que diz se a pessoa está ou não contaminada e pode indicar tratamento, remanejamento de leitos de UTI, entre outro pontos. Com a vacina, teremos mais tranquilidade e sabemos que a equipe está segura e, assim, o processo será ainda mais ágil”, completa Gabriela.
Foto: Marcelle Cristinne