Aracaju, 19 de abril de 2024
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O palavrão presidencial é marketing

Diógenes Braynerdiogenesbrayner@gmail.com

A partir de segunda-feira o clima será outro, com o fim do recesso e o retorno das sessões plenárias. Apesar de um clima quente nas especulações de bastidores, mas apenas morno na superfície, volta-se à normalidade do dia a dia geral. Se o ano antes começava depois do carnaval, sem a folia o que esquenta mesmo é a mobilização para as eleições nacionais de 2022, que vem sendo antecipada em razão da montagem de estrutura partidária na formação de chapas para parlamentares, caso não haja um retrocesso para fazer vingar o estilo anterior.

Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro pode voltar a ter força e controlar o Congresso, caso eleja os presidentes da Câmara e Senado. Se acontecer, liquida a tese do impeachment, que baixou um pouco a bola do Planalto. A questão da pandemia, com a absoluta desfeita promovida pelo presidente, somada à dificuldade da imunização via vacina e a situação de Manaus, deixaram Bolsonaro cambaleante, ressentido com quedas constantes na popularidade e a sensação de arrependimento dos que confiaram nele e o elegeram ao Planalto, mesmo que tudo isso não tenha tirado sua arrogância, mas o deixou menos agressivo.

O presidente retomou agora às pornografias, demonstrando desrespeito com a imprensa e achando que ela é culpada pelo mau que faz à sociedade e ao País, sem ter um único projeto para o Brasil. Não há perspectiva na área economia e social, não se vê qualquer planejamento estratégico para um desenvolvimento sustentável e nem deixa vislumbrar dias melhores para os brasileiros. Simboliza o atraso com o seu estilo conservador e leva o País como se fosse um tabuleiro para um jogo sujo que ampare a violência e fortaleça o atraso.

Há, entretanto, um estilo que, de todas as formas, dá a Bolsonaro simpatia popular: ser o que pode se chamar de desbocado. O presidente fala, mesmo em reuniões importantes, como se estivesse entre amigos em um bar qualquer ou uma pelada em terreno baldio. Sem rodeios e pudor, usa os mesmos palavrões que todos falam a qualquer momento, sem se moldar pela liturgia do cargo; Todo o palavreado utilizado por aqueles que não são presidente, ele o brada sem sequer olhar de lado. O povo, de todos os níveis, aplaude, porque deixa cair por terra sutilezas éticas que, de alguma forma, são hipocrisias.

Um bem pausado “Puta que o Pariu”, dita assim de forma pomposa por um presidente da República, soa como um acinte e desrespeito ao povo brasileiro. Mas pronunciado entre cidadãos comuns, se torna palavreado natural do dia a dia em que se vive, onde o chamado palavrão entrou na rotina das conversas que se levam em qualquer ambiente, independente de quem esteja. “Caralho”, “porra”, “é foda” saem simples assim, sem que deixem rubros homens e mulheres da idade que forem. O chamado baixo calão foi introduzido nas conversas diárias, exceto nas grandes sessões do judiciário, onde o português clássico predomina, mesmo que, retirada à toga, esse classicismo seja dispensado.

Talvez como produto de marketing, Bolsonaro use o linguajar do povo porque se torna igual a ele. Aproxima-o das pessoas comuns que vêem na polidez das palavras uma distinção que provoca asco. E será com esse tom, reconhecidamente de baixo calão, que os joãos, os josés e as marias continuam alucinados por um presidente que, apesar do populismo, não melhorou em nada a vida dessa gente.

A primeira pauta

O governador Belivaldo Chagas disse que a conclusão da BR-201 “foi uma das pautas para Sergipe que levei para o presidente Bolsonaro logo na primeira audiência que tivemos”.

*** E agradeceu “pela estreita relação institucional que o Governo Federal tem estabelecido com o Governo de Sergipe desde o início, quando tive a oportunidade de ser o primeiro governador do Nordeste a ser recebido pela Presidência”.

Fora comunista!

O presidente Jair Bolsonaro ao se encontrar com Belivaldo Chagas, o cumprimentou com um abraço, anunciando-o como “meu governador preferido”.

*** Mesmo assim, bolsonaristas radicais gritavam abaixo: “fora comunista! Fora Comunista! Foi motivo de risos…

Ajuda da bancada

No voo de volta a Brasília, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse ao deputado federal Laércio Oliveira (PP) que a obra de duplicação da BR-101 não vai parar e será concluída até à fronteira com a Bahia.

*** O ministro disse a Laércio que em março vai convidar a bancada de Sergipe e sugerir que ajude com emendas impositivas para conclusão da obra.

Sergipe de máscara

Na foto das autoridades na solenidade de reabertura da ponte, apenas duas delas estavam de máscaras: o governador Belivaldo Chagas e o deputado federal Laércio Oliveira.

*** Durante a solenidade, só Sergipe mostrou que respeita os protocolos contra a expansão do Covid-19.

Para enfiar no rabo

O repórter Marcos Couto fez uma pergunta pertinente ao presidente Bolsonaro, quando ele chegou a Aracaju: “E a polêmica do leite condensado?”

*** O presidente agiu ao seu estilo baixo, como fez em Brasília: “É para enfiar no rabo de jornalista”.

A galera aplaude

A resposta de Bolsonaro levou seus seguidores ao delírio e recebeu aplausos de quem o acompanhava. Ainda bem que ele não bradou o seu sonoro e característico “puta que o pariu”!

*** A imprensa precisa perceber que Bolsonaro aproveita esses momentos para ficar mais próximo ao povão, porque é esse tipo de resposta que a galera gosta e aplaude.

*** Como Bolsonaro fala a linguagem popular, é ovacionado ao invés de xingado, porque o palavrão lhe dá o tom populista.

Rogério reage

O senador Rogério Carvalho (PT) protestou: “a imprensa brasileira foi brutalmente atacada pelo presidente com palavras ofensivas e que representam o desprezo que o Bolsonaro tem pelo Brasil”.

*** – A resposta grosseira foi dada ao radialista Marcos Couto, este mesmo que está na foto ao lado de Lula. Viram a diferença? Pergunta.

Coleta de assinaturas

No Senado, Rogério Carvalho (PT) iniciou a coleta de assinaturas para a CPI do Leite Condensado, após o MP, junto ao Tribunal de Contas da União verem indício de superfaturamento.

*** Segundo Rogério, o “Brasil precisa ter uma explicação sobre isso”!

Com anão no braço

Em Propriá, o presidente Bolsonaro (sem partido) foi para o meio do povo e colocou um conhecido anão da cidade nos braços, ambos fazendo um ‘L’ com o indicador e polegar.

*** Teria ficado a dúvida na cidade: “o ‘L’ seria de Lula ou de Leite Condensado”?

Sem lanche na Barra

Em todas as viagens que faz o presidente Bolsonaro projeta visita surpresa a uma localidade que nem ele sabe, com o objetivo de ver a reação do povo.

*** Dessa vez a “sorteada” foi Barra dos Coqueiros, onde o helicóptero pousou e ele circulou a pé pela cidade sendo ovacionado pelo povo.

*** Andou ao lado a algumas lanchonetes próximas à entrada para Atalaia Nova, mas não fez nenhum lanche.

Raimundo Juliano

O governador Belivaldo Chagas vai hoje a São Cristóvão e dá ordem de serviço para asfaltamento da estrada que liga o Povoado de Rita Cacete a BR-101, o que facilita o escoamento de produtos da região.

*** Essa nova rodovia terá o nome de “Raimundo Juliano”, homenageando o empresário, cujo grupo mantém uma empresa no percurso.

Pontos talvez suspensos

Até quarta-feira será decidida a suspenso ou não do ponto facultativo no período de carnaval, já que estão proibidos os festejos em todo o Brasil.

*** A tendência é seguir outros Estados, como Bahia e Alagoas, que já decidiram pela suspensão desses pontos.

Mitidieri e André?

Nota publicada por um colunista dizia que o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD), teria uma conversa com André Moura, quando retornasse de viagem.

*** Fábio respondeu: “não tenho problemas pessoais com André, pelo contrário, sempre nos falamos com cordialidade”.

*** E acrescentou: “nossas divergências sempre estiveram no campo da política. Ele de um lado e eu do outro”.

*** – Mas temos muitos amigos em comum. Deve ser por isso que circulam esses comentários, concluiu Mitidieri.

Garibalde conversa

O deputado estadual Garibaldi Mendonça (MDB) vai mesmo deixar o partido ao lado de Zezinho Guimarães e Goretti Reis, no prazo determinado.

*** Está conversando muito com o presidente estadual do DEM, José Carlos Machado, e com a senadora Maria do Carmo para filiar-se ao partido, mas pode não acontecer em razão da legislação para eleição de deputado.

Milhões de doses

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT) falou ontem sobre a articulação dos estados para a compra das vacinas.

*** Afirmo que, se o Ministério da Saúde não se manifestar, “vamos adquirir as 54 milhões de doses através do Consórcio Nordeste”.

Nota pessoal

Liguei para um deputado estadual com certa insistência na terça-feira à noite e quarta-feira durante o dia. Faria uma consulta sobre determinada situação no STF, em Brasília.

*** Na terça-feira deixou o recado: “ligo quando chegar ao hotel”. Não ligou e insisti com a ligação na quarta-feira, quando houve um caso a lá Bolsonaro.

*** Em almoço o deputado exibiu o celular aos amigos na hora que liguei e disse: “olha quem está ligando, esse jornalista filho da puta, governista e chato. Não atendo!”

Uma boa conversa

Em almoço – O presidente Jair Bolsonaro almoçou em um restaurante na cidade de Propriá, ao lado da senadora Maria do Carmo (DEM) e outros parlamentares.

Outra ponte – O senador Fernando Collor sugeriu, ontem, a Bolsonaro, ao lado de Belivaldo, a construção da ponte Penedo (AL) x Neópolis (SE).

Jornal da Band – O Ministério Público Federal pediu à Anvisa informações sobre a eficácia da vacina de Oxford em idosos.

Quitéria pergunta – Vocês ainda limpam as compras do supermercado ou já entregaram nas mãos de Deus?

Diz Maria – Enquanto o empresariado estiver iludido com Bolsonaro ele vai ficando; logo descobrirão que é tudo conversa pra boi dormir.

Helder Salomão – O que sobra em leite condensado, falta em decoro, respeito, educação, inteligência e bons modos.

Claudio Dantas – Brasil permanece ‘estagnado’ no combate à corrupção, diz Transparência Internacional.

Ronaldo Aguiar – Mais de 200 mil mortos, vacinação atrasada, genocida no poder e tem gente preocupada em chamar mulher de “pessoa com vagina”

 

 

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