Aracaju, 6 de maio de 2024
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HU realiza primeira quimioterapia no serviço de oncologia

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“Saí de casa disposto a vencer. Quando cheguei ao HU, tive uma recepção maravilhosa. Estou agradecido aos médicos e aos enfermeiros pelo atendimento e pelo espaço bem organizado”, declara Valbério Leite. Nesta última quinta-feira, 28, Valbério foi o primeiro paciente do serviço de oncologia a realizar quimioterapia no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), filial da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Após alguns anos de espera, o HU-UFS conseguiu obter a habilitação do Ministério da Saúde e tornar-se referência em oncologia em Sergipe.

A superintendente do HU-UFS, Angela Silva, conta que a história da busca pela habilitação da oncologia começou em 2007, ano da primeira solicitação para os procedimentos cirúrgicos oncológicos. “A direção do HU-UFS chegou a ser questionada pela Controladoria Geral da União por realizar cirurgias oncológicas sem ter habilitação para isso. Em 2020, com o início da pandemia de covid-19, o HU precisou suspender todos os procedimentos cirúrgicos, e a situação dos pacientes oncológicos que necessitavam de cirurgia ficou dramática. Mesmo assim, o Ministério Público Federal de Sergipe (MPFSE) foi provocado por pacientes sobre a questão dessa suspensão. Não dá para traduzir em palavras o meu contentamento por essa grande vitória para a população de Sergipe e por esse ganho acadêmico para a graduação e a pós-graduação dos alunos da UFS que têm o HU como campo de prática profissional. Minha gratidão vai para todos que caminharam juntos para essa conquista tão desejada, com um agradecimento especial ao MPFSE, representado pela Dra. Martha Carvalho Figueiredo, pelo empenho e dedicação em prol da população sergipana mais carente e do HU-UFS na realização desse sonho”, narra a gestora. Leia o texto completo de agradecimento de Angela Silva ao final desta matéria.

A oncologista responsável pelo serviço no HU-UFS, Karina Ferreira, explica que, desde o pedido de habilitação, a equipe já atuava na preparação dos protocolos necessários. “Agora somos oficialmente uma unidade de assistência de alta complexidade em oncologia [Unacon], e pudemos ter o Valbério como o nosso primeiro paciente de quimioterapia. É um jovem, de 40 anos, que foi diagnosticado com um tumor no Hospital Universitário de Lagarto e, de lá, encaminhado para o nosso serviço”, resume.

Para a esposa de Valbério, Marilia Leite, esse foi o primeiro passo para a superação de uma notícia que ninguém quer receber. “Estou muito feliz mesmo, porque a gente descobriu a doença já um pouco tarde. É um sofrimento que envolve não só ele, mas a nossa família de uma maneira geral. Estamos esperançosos, torcendo para que esse tratamento, que já começou, torne um dia após o outro cada vez melhor”, relata.

Na análise de Karina, a Unacon do HU-UFS tem a estrutura necessária para tratar os pacientes com a brevidade exigida. “Pelo fato de termos começado agora, não temos as demandas que têm as outras Unacons. O Valbério conseguiu fazer a sua primeira sessão de quimioterapia após dez dias da data de entrada no serviço. Os tratamentos precoces nos dão a perspectiva de resultados melhores para os pacientes, com mais chances de controle e cura da doença”, pontua a especialista.

Sobre a Unacon

A Unacon do HU-UFS foi criada a partir da autorização prevista na Portaria do Gabinete do Ministro do Ministério da Saúde (GM/MS) nº 3.936, de 31 de dezembro de 2020, publicada em edição extra do Diário Oficial da União de mesma data. A unidade presta uma assistência integral e sistematizada na oferta de serviços de oncologia e hematologia, incluindo as cirurgias oncológicas, as quimioterapias e outros tratamentos correlatos.

A Unacon do HU-UFS faz parte do Sistema Único de Saúde (SUS). Para atendimento no serviço, o interessado deve apresentar um exame de biópsia que confirme câncer e um encaminhamento médico. Além disso, a pessoa não pode estar cadastrada em outra Unacon.

Sobre a Rede Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.

Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.

Por Luís Fernando Lourenço

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