Diógenes Brayner – diogenesbrayner@gmail.com
A decisão do ministro do STF, Edson Fachim, de anular condenações de ex-presidente Lula da Silva na Lava Jato de Curitiba, provocando a recuperação dos seus direitos políticos, foi o assunto de ontem. Chegou a superar o noticiário sobre a Pandemia, que toma rumo alarmante. Primeiro porque foi surpresa e ninguém esperava por essa atitude do Fachim, segundo porque abre perspectiva para Lula voltar a disputar a Presidência da República em 2022. O lulopetismo esvoaçante aglomerou as redes e fez uma algazarra, debatendo com os bolsonaristas irritados e estupefatos. Não se somava nada, apenas se sabia que um fato novo acontecera no judiciário, que mexia com a política.
É hora de a esquerda soltar o grito preso na garganta, mas não é momento de comemorar, porque é muito cedo para prever o que pode acontecer nos próximos meses. Muitas informações. Algumas contraditórias e outras que fazem sentido, mas nada de concreto se pode arrancar dessa decisão de Fachim. Nem mesmo o que se esbraveja sobre o caráter do ex-juiz Sérgio Moro e da sua equipe em Curitiba. Por trás disso não se enxerga apenas uma decisão que favorece a Lula momentaneamente, mas toda uma estratégia, que pode levar à inicial de um processo que vai correr rápido e chegar à conclusão do que realmente aconteceu e se faça justiça.
O presidente Bolsonaro não demonstrou receio acima do normal e a impressão é que apoiou a decisão, porque, assim como Lula, também queria um processo que mostrasse a outra face do Moro, um dos mitos nacionais, para não esquecer uma palavra da moda. É preciso ter consciência que todos os lados vão jogar firmes. Inclusive sujo. Sabe-se que pelo Poder não há pudor e o processo se torna um vale tudo sem regras e escrúpulos. Lula tem que recuperar sua imagem junto a segmentos importantes da sociedade, fazer uma reflexão e mostrar que realmente é honesto, depois de preso, responder processos e ter muitas acusações que podem até ser desfeitas pelos tribunais, mas que permanecem na lembrança da população. Honestidade não se comprova apenas com uma decisão de Fachin.
Lógico que o cenário político muda, mas não de forma tão radical quanto o próprio PT imagina, porque se tem uma imagem diferente da que se avaliava antes. Em termos de acusação, sempre fica a dúvida, muito difícil de desfazer. Em Sergipe também não dá para um análise mais profunda, apenas a certeza de que o senador Rogério Carvalho é candidato a governador, em qualquer que seja a situação. Há muito que se conversar e decidir. O caminho é longo para uma definição, mesmo que já se possa vislumbrar uma disputa mais acirrada sem tendência para recuo, embora a estrutura careça de solidez em Aracaju e nas demais cidades do Estado.
Bom, mas o aconselhável no momento é avaliar a Pandemia, avançar na imunização para ver como será em 2022.
Reduz leitos de UTI
Ontem chega a informação que preocupa a questão da Pandemia em Sergipe, como o aumento de infectados e uso de UTI,s.
*** Segundo informação de um técnico, os leitos de UTI’s nos hospitais privados já chegaram a 90% de sua ocupação. Na rede pública a ocupação é de 80%.
Extras das emendas
Um deputado federal por Sergipe não se conteve e confidenciou: “a bancada sergipana deveria repassar os ‘extras das emendas’ para ajudar na compra de vacina. Seria muito bom para o Estado”.
*** No ano passado a bancada recebeu R$ 150 milhões (mais ou menos) e aplicou em obras absolutamente eleitoreiras.
Muitas críticas
O deslocamento do senador Alessandro Vieira (Cidadania) para o Sírio Libanês foi muito criticado nas redes sociais, desde que foi anunciado no domingo.
*** A maioria admite que não havia necessidade já que ele recebia o mesmo tratamento no hospital em Aracaju, onde fez exames e detectou 50% de comprometimento do pulmão.
*** Não há tratamento diferenciado para a Covid-19, que não seja o que o senador vinha recebendo no hospital em que estava e agora no Sírio Libanês.
Tudo muito igual
Alessandro Vieira deixou o Hospital Primavera por volta das 23:30 horas e foi levado ao aeroporto de ambulância, depois de conversas entre os médicos que o cuidaram em Sergipe e os que vieram transportá-lo.
*** Alessandro estava na enfermaria, com oxigênio e sob controle em relação à Covid. No Sírio, o senador manteve-se na enfermaria com tratamento idêntico.
João Daniel alerta
O presidente regional do PT, deputado federal João Daniel, alertou aos companheiros sobre a decisão do ministro Fachin em relação à anulação de processos contra Lula.
*** – Vamos aguardar para ver se não há armação para salvar Moro e encontrar outro juiz ladrão igual a ele.
*** – Mas a jogada foi dada e vamos comemorar, disse.
Alerta aos generais
Clay Anderson, membro da Direção Nacional do PT, também disse: “precisamos ficar alertas aos generais de pijama, que estão esperando uma oportunidade para, junto com os imbecis, atentar contra a democracia”.
*** – Reputo que os próximos dias serão cruciais para detectarmos os interesses e a que nível está a coragem deles, disse.
Márcio vibra com decisão
O ex-deputado federal Márcio Macedo (PT) vibrou ontem com a decisão do ministro Fachin que anulou os processos contra Lula, numa decisão monocrática.
*** Para Márcio, “é uma vitória da Justiça, do estado democrático de direito e de Lula que prova a sua inocência e recupera os seus direitos políticos”.
Mudança no cenário
Marcio Macedo esteve, ontem, com membros do Diretório Nacional, em Brasília. Disse que “da parte política todo o cenário muda” com essa decisão de Fachin.
*** Admitiu que “se Lula quiser ser candidato a presidente será, caso não queira pode construir uma frente de esquerda muito forte no País”.
Anulação é esdrúxula
O ex-deputado federal Mendonça Prado admitiu ontem, que a anulação de todas as condenações do ex-presidente Lula na Lava Jato, numa decisão monocrática no STF, é esdrúxula.
*** Para Mendonça, “afeta a credibilidade do próprio Poder Judiciário”.
Reação da sociedade
O deputado federal Fábio Mitidieri (PSD), sobre a anulação dos processos do ex-presidente Lula, diz que “o tempo irá mostrar a reação da sociedade”.
*** – Mas é claro que aquece a política e polariza ainda mais o país, admite.
*** Sobre Sergipe, “é cedo para dizer. Somos um Estado com viés de centro esquerda. Ciro Gomes e Lula da Silva são bons nomes”.
Disposto a disputar
O advogado Emanuel Cacho (DEM) se mostra disposto a disputar vaga no Senado pelo partido, mas precisa mostrar consistência eleitoral para tentar o mandato.
*** Há necessidade de lembrar da formação de um bloco, em que o candidato ao Senado esteja inserido em um contexto de chapa majoritária, que tenha nome a governador.
*** A senadora Maria do Carmo ainda é o nome citado para disputar a reeleição pelo DEM. Nada está definido.
Espera mudanças
Capitão Samuel diz que está conversando com o PDT, Democratas, PSL, MDB e Republicanos sobre candidatura a Federal 2022.
*** – Nossa decisão somente após as mudanças da legislação no Congresso, diz.
*** Segundo Samuel, “Fábio Mitidieri (PSD) tem convidado e mostrado viabilidade dele ao Governo e nossa candidatura a Federal em 2022”..
É foda demais
O deputado Capitão Samuel (PSC) disse, no grupo ‘Política sem Frescura’, que tem suas estranhezas com o governador Belivaldo Chagas (PSD).
*** E enalteceu: “mas o cara está aqui debatendo, tenho que reconhecer. Foda demais”!
***E exalta: “O cara é governador de todos nós “…
Edgard e minorias
Subtenente Edgard diz que boa parte do povo brasileiro se acostumou a ouvir mentiras, introduziram o politicamente correto para as mentiras parecerem verdades.
*** – Criaram tantas minorias que agora ninguém sabe quem é a maioria. Por isso, pessoas que falam o que pensam, incomodam muita gente, admite.
Uma boa conversa
Sobre anulação – A vice-governadora Eliane Aquino (PT) evitou falar sobre a anulação dos processos contra Lula e a possibilidade de disputar eleição em 2022.
Blog do Noblat – O mercado financeiro não sabe o que teme mais – se Lula lá outra vez ou se Bolsonaro desde já mais populista e irresponsável.
Metrópoles – Segundo Jair Bolsonaro, se o petista (Lula) não fosse culpado o Brasil não teria tido tanto prejuízo com a Petrobras.
Blog do Noblat – Rito processual torna improvável que ex-presidente Lula vire ‘ficha suja’ antes de 2022.
Roberto Requião – A decisão de Fachin em anular as condenações de Lula é tecnicamente perfeita, apenas um atraso de cinco anos.
Marcos Cardoso – Fachin confirmou o que a maioria já sabia: a vara de Moro era potencialmente ineficaz.
Ricardo Fachin – Se alguém estava preocupado que o Brasil corresse algum risco de dar certo, depois de hoje, já pode relaxar.
Isabela Kalil – Que alívio em saber que voltaremos a ser assombrados pela polarização, porque até agora estava 7 x 1 pro fascismo