Aracaju, 26 de abril de 2024
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FEMINISTAS FARÃO AÇÃO POLÍTICA CONTRA COVID-19 NA FEIRA DO SANTA MARIA

No dia 14 de março, data do aniversário de 3 anos do assassinato da vereadora Marielle Franco, a luta contra o machismo e pelo Fora Bolsonaro vai à Feira do bairro Santa Maria. A partir das 7h30 da manhã, feministas do Fórum de Mulheres de Sergipe – formado por 44 entidades, entre as quais a Central Única dos Trabalhadores (CUT) – estarão construindo esta ação junto às catadores e catadores de Mangaba da região do 17 de março, em Aracaju.

Lideranças sindicais, do movimento social e feministas autoproclamadas que compõem o Fórum de Mulheres de Sergipe vão distribuir, na feira do bairro Santa Maria, kits de proteção contra a Covid: álcool em gel e máscaras.

A escolha do bairro Santa Maria para realizar esta ação no próximo domingo não foi aleatória. Segundo levantamento feito pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Aracaju, Santa Maria é o bairro com maior número de casos de violência, seguido pelos bairros Santos Dumont, São Conrado e Farolândia. O assunto foi motivo de audiência pública on-line, na Câmera dos Vereadores, realizada no último dia 8 de março.

Dirigente da CUT Sergipe, a professora Joelma Dias também é presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Aracaju. Durante a audiência, Joelma apresentou o Plano de Enfrentamento à Violência contra a Mulher às vereadoras Ângela Melo, Linda Brasil, Sheila Galba e Emília Correia.

“Como já se sabe, os números da violência doméstica na pandemia aumentaram. Entre 2019 e até 20 de novembro de 2020, em plena Pandemia, foram registrados 254 casos de violência contra mulheres, 159 casos de violência psicológica e 194 casos de violência sexual, além do aumento dos casos de suicídio entre mulheres. As mulheres vítimas de violência, em sua maioria, são negras com faixa etária entre 20 e 59 anos. Apresentamos o Plano às vereadoras. Todas confirmaram o apoio a esta luta. Mas, obviamente, é preciso dialogar com a sociedade”, resumiu Joelma.

*Catadoras de Mangaba do 17 de Março*

Além da necessidade de dialogar com a população do Santa Maria sobre o machismo, no último sábado, dia 6 de março, a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Sergipe, Cláudia Oliveira e a secretária de Organização e Política Sindical, Joelma Dias, participaram do Café da Manhã Partilhado na Região da Mangaba no 17 de Março em apoio à luta pela criação de uma Reserva Extrativista e Museu da Mangaba na região. Desta maneira, mulheres catadoras de mangaba vão participar da atividade de luta feminista na feira do Santa Maria.

“Estamos apoiando a luta desta comunidade extrativista, participamos no sábado, dia 6 de março do café da manhã partilhado, e entendemos que a Mangaba é patrimônio cultural do povo de Sergipe. É interesse de todos nós a preservação desta região. Essa é uma luta feminista pelo sustento dessas mulheres e de suas famílias e integra o calendário do março de luta das mulheres construído pelo Fórum de Mulheres de Sergipe”, afirmou Cláudia.

Joelma Dias resgatou que desde o ano passado a comunidade vem denunciando a cerca derrubada, a presença de animais que diminui o rendimento dessas famílias que tiram seu sustento da coleta das frutas. Segundo Joelma, a Justiça já determinou que a Prefeitura precisa repor os pés de mangaba derrubados, mas a intenção da comunidade é assegurar a existência da Reserva Extrativista das Mangabeiras, além da criação do Museu da Mangaba.

“As catadoras de mangaba continuam apreensivas porque elas vivem disso. Ao todo são 226 pessoas, são várias famílias que vivem da catação da mangaba. Com as mangabas, elas fazem licores, compotas, geleias. Além dos 6 mil pés de mangaba, tem também 2 mil pés de cajueiro, acerola, e várias outras frutas que existem ali naquele espaço. Já faz mais de 60 anos que essas famílias estão aí. A Prefeitura não pode derrubas essas árvores para construir casas”, criticou.

No dia 20 de março, às 16h, haverá uma live política-cultural no canal do youtube do Fórum de Mulheres de Sergipe.

Por Iracema Corso

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