Diógenes Brayner – diogenesbrayner@gmail.com
A Pandemia assusta Sergipe. O Estado jamais esteve neste nível durante esses 12 meses de domínio do Vírus. Hospitais com UTIs e emergências lotadas e cidades do interior se borrando pela primeira vez com medo do coronavirus. Poucos cumpriram o recolhimento social, o uso de máscaras e a higienização. Um número diminuto de pessoas mudou o estilo de vida e manteve saídas noturnas sem a mínima preocupação, de forma irresponsável, sem sequer pensar que podia infectar avós, pais e tantos outros idosos que mereciam atenção de cada um, mas que foram enterrados sem velório, o que seria a despedida que marca a ida para outro plano. Tudo muito triste…
Por todo o tempo, os mais jovens ignoraram as orientações e passavam os finais de semanas em bares e festinhas, aglomerados à vontade, sem ter a consciência de que foram eles – de certa forma – as culpadas por todo o crescimento da pandemia, que enche hospitais e promove uma tragédia em termos de mortes constantes, sem poder de contê-las e, aparentemente, sem nenhum sentimento de culpa. Percebe-se que já causa medo a descoberta de variantes e a constatação de que o vírus começa a não fazer diferença entre novos e velhos, tudo sem que ainda se saiba quais medicamentos utilizarem, apesar da existência das vacinas que protegem 50 por cento.
O governador Belivaldo Chagas foi criticado, inicialmente, ao adotar providências duras para conter as aglomerações. Hoje demonstra alto equilíbrio em decretar medidas que reduzam a ascensão do vírus, depois de resultados revelados pós carnaval sem ponto facultativo, mas que foi desobedecido pelo comércio e poderes públicos que preferiram alguns dias de casa de praia a conter a expansão do Covid. Belivaldo Chagas poderia ter decretado o lockdown se quisesse ouvir conselhos, inclusive de colegas de outros Estados, mas preferiu a prudência de fechar igrejas e academias, além de reduzir frequência nos bares e restaurantes, na expectativa de deter o avanço da Covid.
A pandemia, inclusive, deu um breque nas conversas excessivas sobre as eleições de 2022. Todos os políticos se mostram preocupados com a Covid e tentam ajudar dentro das possibilidades de cada um, mesmo depois da suspensão do julgamento dos processo de Lula no Lava Jato e a sua condição de cidadão elegível, que nesse primeiro momento exibe excesso de otimismo para disputar a Presidência da República. Tanto que fez o presidente Bolsonaro usar máscaras, agilizar a compra de vacinas, ao tempo em que ouvia o seu filho Flávio abrir o berro e gritar que “máscaras servem para usar no rabo”.
Nos bastidores, os comentários políticos cresceram com a presença de Lula. Fala-se que em Sergipe também se monta outro cenário na disputa pelo Governo. Entre elas a já comentada candidatura do senador petista Rogério Carvalho, que deseja ter a indicação do governador Belivaldo Chagas. Mesmo antes já se falava que essa pretensão era formal em razão do desejo de manter a base aliada, embora haja questões internas que dificultam, mas não mudam o roteiro do projeto petista de ter candidato a governador.
Na base a maioria não vê problemas em ter Lula como candidato a presidente e a indicação de outro nome ao Governo. Ninguém sabe se uma cisão interessa a Lula neste momento em qualquer Estado. O argumento é que os grupos políticos que se formam não têm necessariamente de manter um filiado do PT como cabeça de chapa. Lógico que é um assunto extenso e que será avaliado com cuidado. Entretanto, os comentários que chegam de Brasília são de que a questão Lula é euforia do momento e que pode tomar outro rumo no decorrer dos meses até o pleito.
A informação, já no dia de ontem, inclusive entre petistas, é a de que o ex-presidente pode manter a hipótese de disputar o Planalto, para incrementar um outro nome do PT, mas o que ele deseja mesmo é disputar o Senado pela Bahia, onde já adquiriu apartamento na cidade de José de Freitas, grande Salvador.
Sociedade aprova
A sociedade está aprovando as medidas adotadas pelo governador Belivaldo Chagas para evitar a expansão do Covid-19 em Sergipe, inclusive o aperto nas medidas para evitar aglomerações.
*** Belivaldo disse que vai abrir leitos nos hospitais, mas admitiu que isso “é como se fosse enxugar gelo, em razão de pacientes à espera de UTI”.
Tudo é preocupante
A situação é preocupante, embora segmentos significativos da população ainda não se conscientizaram de que precisam fazer suas partes, evitando aglomerações.
*** Um detalhe: A Covid, com novas variantes, está infectando mais rápido e atingindo maior número de jovens: “Covid deixou de ser coisa de idoso”.
Orações não têm hora
As medidas para regular funcionamento de templos religiosos e academias foram acertadas, pois para orações e fortalecimento da fé e do corpo não têm data e nem hora.
Todos devem abrir com até 30% da capacidade, cujo limite de ocupação também vale para salões de beleza, bares e restaurantes.
“Lockdown Policial”
Vejam só o risco: grupo de policiais rodoviários federais vai às redes sociais criticam o presidente Bolsonaro e ameaçam paralisação: “nós não agüentamos mais enganação, enrolação e traição”.
*** Os policiais chegam a pedir “lockdown policial”, dando a entender que pretendem paralisar os trabalhos.
*** Em cartaz, policiais exibem a frase: “Bolsonaro, os PRFs não vão carregar a granada sozinhos no bolso”.
Valadares e fake
O ex-senador Antônio Carlos Valadares (PSB) denuncia que criaram um perfil fake no seu Instagran usando o seu nome, inclusive enviando mensagens indevidas.
*** O ex-senador tem usado suas redes para fazer comentários políticos e emitir opiniões dentro do que sempre pregou, sem mudar o rumo de um contexto democrático.
Segundo semestre
O ex-governador Jackson Barreto (MDB) ainda vibra com a possibilidade de Lula (PT) ser candidato a presidente em 2022. Mas não vai se filiar ao seu partido.
*** O petismo não aceita JB em Sergipe, embora saiba do seu bom relacionamento com Lula e nem Jackson tem mais interesse de se filiar ao PT.
***Será candidato a deputado federal, mas por um partido de esquerda. Vai conversar com Belivaldo sobre isso no segundo semestre.
Defende lookdown
O deputado Francisco Gualberto (PT), preocupado com o aumento da pandemia, acha que o governador Belivaldo Chaves deve decretar lookdown temporário em Sergipe por 15 dias.
*** Acha que se continuarem às aglomerações, “15 dias depois teremos aumento de contaminação, de internação e de mortes”, disse.
*** As aglomerações dependem muito da consciência da população, mesmo com lookdown.
Discussão eleitoral
O deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) disse ontem que diante de uma “pandemia como essa, com tantas mortes diárias, não existe clima pra falar de política eleitoral”.
*** Diz que “todo o foco é para o combate ao Covid e auxiliar o Governo nessa luta. A sociedade não vai aceitar discussão eleitoral nesse momento”.
Terapias intensivas
No início deste mês, 19 unidades federativas estavam com a ocupação de leitos de UTI Covid-19 acima de 80%.
*** Ao longo desta semana, São Paulo e Sergipe entraram na faixa crítica, com 80,9% e 82,4%, respectivamente, de terapias intensivas ocupadas.
CPI sobre Pandemia
Os senadores Alessandro Vieira e Jorge Kajuru, em nome do Cidadania, entraram com mandado de segurança, com pedido de liminar, no STF.
*** O objetivo é que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, autorize pedido para instalar a CPI da Covid.
*** Querem apuração rigorosa sobre ações e omissões do Governo Federal no enfrentamento da pandemia de Covid-19.
Ainda sem data
O senador Alessandro Vieira se mantém internado no Hospital Sírio Libanês, onde se encontra desde segunda-feira passada, com Covid.
*** Apesar da informação de que está sob controle, o senador ainda não tem previsão de alta.
Pior momento
Senador Rogério Carvalho (PT) diz que é verdade que está todo mundo cansado desta pandemia, é por isso que temos exigido do Governo agilidade na vacinação em massa.
*** – Somente elas vão derrotar esse vírus. Mas enquanto isso não ocorre se proteja e cuide de quem você ama. Esse é o pior momento desta crise sanitária.
Márcio comemora
Já o ex-deputado Márcio Macedo (PT) mostra sua euforia: Pede para conferir matéria do portal Brasil247, que diz: “filiações ao PT disparam após anulação das condenações de Lula”.
*** Nos últimos três dias, foi registrada uma verdadeira explosão de pedidos para ingressar no partido, diz o portal petista.
Cacho ao Senado
O advogado Emanoel Cacho (PSDB) diz que colocou seu nome à disposição do partido para o Senado Federal. Sugere que haja uma composição com o DEM e ele tenha o apoio da senadora Maria do Carmo.
*** Ainda há muita expectativa sobre a candidatura de Maria à reeleição, e Cacho vai voltar a conversar com o presidente do DEM, José Carlos Machado, sobre composição e apoio.
Anulação da condenação
Emanoel Cacho admite que a anulação da condenação do ex-presidente Lula (PT) e o seu retorno à disputa eleitoral assustaram os concorrentes de todos os lados.
*** Revelou que todo mundo trata do assunto Lula nas “profundezas dos bastidores, em razão da Pandemia”.
*** Admite que Lula desarrumou o projeto político que vinha sendo montado para as eleições de 2022, inclusive em Sergipe.
Euforia com Lula
Um deputado federal disse em off que o impacto da decisão favorável a Lula não será tão grande no Brasil. “Cessa quando passar a euforia do momento”.
*** – O momento lembra toda a festa feita pelo PT quando Lula foi solto, mas depois tudo voltou ao normal.
Dominguinhos e o PT
Ex-candidato do PT a Prefeito de Estância em 2020, Dominguinhos disse ontem que ainda está avaliando a sua permanência no partido.
*** Ele já teve uma conversa com o presidente regional, deputado federal João Daniel, com o senador Rogério Carvalho e terá encontro com Márcio Macedo.
*** Dominguinhos disse que quando disputou a Prefeitura, no ano passado, foi tratado “não como adversário do próprio PT, mas como inimigo”.
Aprende com equívocos
Dominguinhos acha que o PT estadual e federal tem que fazer uma reflexão, uma auto-critica e rever o que fez aos companheiros de partido nos municípios em Sergipe.
*** Disse ainda que o PT precisa aprender com os equívocos, buscar soluções e tentar se reagrupar para voltar a ser forte.