Aracaju, 12 de maio de 2024
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Pesquisa mostra que recuperação nos pequenos negócios foi interrompida

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Empresários voltam a registrar queda de faturamento e mais dificuldades para obter crédito

Um novo levantamento realizado pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas revela que o movimento de recuperação do faturamento dos pequenos negócios que vinha ocorrendo ao longo dos últimos meses foi interrompido, indicando assim uma piora na situação financeira desses empreendimentos. Em março, o percentual de empresários que indicaram diminuição de faturamento em relação a um mês normal de trabalho atingiu os 71%, contra 61% da pesquisa realizada em dezembro.

Essa queda nas receitas foi da ordem de 40%, índice também superior ao verificado em dezembro, quando os empreendedores reportaram uma diminuição de faturamento de 34%. O estudo aponta ainda que para 69% dos donos de pequenos negócios em Sergipe o faturamento de 2020 foi pior que o de 2019, enquanto apenas 18% dos empreendedores indicaram aumento de receitas no período. Essa queda nas receitas foi de 39,1%, o pior índice entre todos os estados do Nordeste e o terceiro pior entre todas as unidades da federação.

Os setores de Turismo e Economia Criativa continuam entre os mais impactados, mas agora juntaram-se a eles os de beleza, serviços de alimentação e artesanato. Já os menos afetados são as oficinas, pet shops e clínicas veterinárias, serviços empresariais, saúde e agronegócio

Setenta e três por cento dos empresários disseram que as vendas de fim de ano foram piores que as de 2019. Já em relação ao carnaval, 70% dos empreendedores relataram que as vendas este ano foram piores que a do ano anterior.

Empregos

A pesquisa mostra que mesmo com a queda de faturamento os empresários estão se esforçando para manter os seus colaboradores. Em dezembro o percentual de empreendedores que relataram precisar fazer demissões por conta da crise foi de 15%. No levantamento realizado em março esse índice caiu para 6%.

” Isso mostra que os pequenos empresários estão atuando em seu limite e que é preciso oferecer uma série de ações que os ajudem a superar esse momento tão difícil. Essa segunda onda da pandemia está trazendo sérios impactos e poderemos ver a situação econômica desses negócios piorar se nada for feito”, explica o superintendente do Sebrae, Paulo do Eirado.

Entre as medidas apontadas pelos empreendedores como mais eficientes para ajudá-los a superar as dificuldades impostas pela crise este ano estão a extensão de linhas de crédito com condições especiais (44%), a extensão do auxílio emergencial (40%), o adiamento do pagamento de dívidas de empréstimos, água, luz e aluguel (9%) e o auxílio para a redução e suspensão de contratos de trabalho (5%).

O percentual de empresários que buscou crédito junto às instituições financeiras teve uma leve queda, passando de 49 para 48% entre as duas pesquisas. O índice de empresários que tem dívidas em atraso, por sua vez, teve um ligeiro aumento, subindo de 24 para 25%.

Em relação ao crédito houve um aumento considerável no número de pessoas que tiveram seu pedido negado. Na pesquisa realizada em dezembro, 56 % dos empresários disseram não ter conseguido os recursos. No levantamento feito agora em março, o índice subiu para 66%.

Houve ainda uma piora no sentimento dos empreendedores em relação à recuperação da economia. No levantamento feito em dezembro, eles relataram que seriam necessários 14 meses para a situação da economia voltar ao normal. No estudo feito agora em março, eles apontam que esse período deverá ser de 16 meses. A proporção de empresários aflitos com o futuro da empresa chega a 50%, a mais alta desde a edição da pesquisa realizada em setembro, quando 35% dos empreendedores revelaram esse sentimento.

Foto assessoria

Por Wellington Amarante

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