Aracaju, 18 de abril de 2024

Pandemia requer a união do contraditório

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp

Diógenes Braynerdiogenesbrayner@gmail.com

Não há jeito: derrubar os números de crescimento – infectados e mortos – da Pandemia é o projeto principal do governador Belivaldo Chagas. Não arreda desse objetivo e até já começou a adiar audiências, para que se dedique integralmente a evitar tragédia maior. Tem feito o que pode e vai continuar mantendo o “pé no acelerador”, até que chegue a um nível tolerável de sobrevivência, sem o receio de novos doentes e mais óbitos. Uma coisa parece decidida: “enquanto não baixar as internações nos hospitais, as medidas impostas pelo Toque de Recolher serão mantidas”.

A pandemia está em todo o Estado e se esconde de forma assintomática em parte considerável da população. E a tendência natural dos infectados é transmitir o vírus para quase toda a comunidade, o que tende a asfixiar todo o sistema de atendimento na rede hospitalar. Um fato curioso e amedrontador: tem gente morrendo em casa, porque sente os sintomas, não acredita que esteja doente e não procura hospitais. A administração estadual está praticamente voltada para o combate à pandemia e tem deixado muitos servidores aflitos e amedrontados. É que há dificuldade para superar essas ocorrências em tempo hábil.

Administrar tragédia não é fácil. Pode-se até dizer eu é outra tragédia. Principalmente quando interesses políticos interferem e terminam por considerar “o quanto pior melhor”. Muita gente “mete o bedelho.” Poucos são solidários e ajudam, mas há uma maioria que não dá trégua: faz criticas, aponta equívocos e finge desconhecer o trabalho exaustivo, outros emitem ordens e têm ainda os que reprovam qualquer ação, mesmo que esteja correta, só para ficar contra o Governo, apesar de prejudicar a população.

A hora não é de tamanha mesquinhez e o momento é de reflexão ampla, para que se cure Sergipe da pandemia que, se antes vitimava anônimos, hoje ataca e até mata gente que todos conhecem, que se dão socialmente e que convivem no mesmo condomínio, edifícios ou faculdades e em ambientes de trabalho. Muitos deles prestaram serviços importantes ou mexeram com uma geração, como foi o caso de Rambinho, que editava o jornal semanário “Reciclagem”, nos anos 80 e 90. Morreu duas horas depois que o pai se foi com a mesma doença.

A boa lógica pede que todos se dêem as mãos. Se unam nos atos, gestos e ações, e dispensem vaidades, rancores, títulos, posições e condições, para irem à luta em defesa do povo. Para os que não largam à política, imaginem, mesmo tristemente, que a Covid tira votos. Então: Sergipe precisa de gestos – não só de reclamações – para que se abrace em futuro próximo e todos voltem a sorrir quando descobrir vivo um parente há tempo desaparecido e que se imaginavam entre os números jogados em valas comuns.

O deputado Luis Mitidieri e o senador Alessandro Vieira avisaram que cederiam emendas para a compra de vacinas. Aplausos para eles. Talvez não seja possível que isso aconteça, porque essas emendas serão todas votadas ainda esta semana. Mas os onze parlamentares podem doar 50% do que recebem das emendas individuais para o combate dessa pandemia que amedronta. Seria um gesto supremo em que todos sairiam aplaudidos e bem vistos pela sociedade. Isso seria melhor do que gastarem em calçamentos nos bairros dos municípios ou na compra de tratores, com objetivo de manter votos já conquistados.

A união de todos seria um gesto contra a Covid-19 que salva vidas, já que não se tem à frente do País um presidente que veja a tragédia só para jogar com os sentimentos, nutrir apoiadores e revelar uma postura destrambelhada em relação a uma doença que a cada dia enche cemitérios.

Ainda sob controle

Os hospitais particulares já começam a se acostumar com o que chamam “de novo normal”, que é o aumento de casos de Covid-19, que preocupa a todos.

*** Ainda existem leitos, mas começa a sentir falta de equipamentos de proteção (ETIs), respiradores, médicos incentivistas e enfermeiras.

*** Já os hospitais públicos, por serem os mais procurados e atenderem a todo Sergipe e cidades de Estados vizinhos, têm maiores dificuldades.

Chegando ao pico

Um médico infectologista informou que Sergipe está no pico da pandemia, na segunda onda da Cóvid-19 e provoca todo esse excesso de casos que preocupa.

*** Ele disse que isso vai durar até o dia 10 de abril, quando começa a descer, inclusive pelo início da imunização através do crescimento de vacinados.

Hospital de campanha

Uma informação que precisa de confirmação: o Hospital São Lucas estaria construindo um ‘hospital de campanha’ para atender maior número de pacientes da Covid.

*** Esse hospital vai reduzir o número de pessoas sem atendimento, pelo menos os que procuram Rede Privada.

Horário de pico

O ex-deputado federal José Carlos Machado, presidente regional do DEM em Sergipe, sugere que haja mudanças no horário de pico dos transportes de massa, que são citados como foco de transmissão.

*** Acha que setores que mais utilizam ônibus devem ter horário diferente de entrada e saída, o que provoca uma redução natural para a origem fim.

*** As empresas de ônibus anunciam que já estão com todos os veículos sendo utilizados, para atender à demanda diária.

Ação de entidades

José Carlos Machado também sugere que seja intensificada a fiscalização no transporte de massa, com o uso de álcool em gel e entrega gratuita de máscaras nos terminais.

*** Machado acha que a solução para que o transporte de massa não seja um risco para os usuários, passa por uma ação da SMTT e do Sindicato da Classe.

Emendas só individuais

O deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) e o senador Alessandro Vieira (Cidadania) anunciam que destinarão emendas para vacinação e defendem união para 2022.

*** Segundo o coordenador da bancada, Bosco Costa (PL), essas emendas só podem ser individuais e não coletivas.

*** Sendo emenda individual o gesto é mais importante para os parlamentares e para os que aderirem ao gesto.

Coletivas são difíceis

As emendas coletivas são no total de R$ 28 milhões e será preciso entendimento com o relator, abrir medida provisória e todo um trabalho técnico/burocrático. É impossível.

*** Segundo Bosco Costa, os técnicos da coordenação consideram muito difícil que isso aconteça, porque não dá para incluir essas novas emendas.

*** Lamentou a impossibilidade de inclusão dessa emenda para vacinação, o que seria muito bom para o Estado, mas se torna inviável porque não tem como incluir novas rubricas. As emendas apresentadas anteriormente já estão para ser votadas.

Rogério sobre Moro

O deputado federal Rogério Carvalho (PT) diz que “o julgamento da suspeição do ex-Juiz confirma o que já se sabia: Moro era um agente político dentro da justiça”.

*** Diz ainda que “o STF com a decisão de hoje (ontem) cumpre o papel de recompor o nosso sistema jurídico para a história do Brasil”.

Entender a dimensão

O senador Rogério Carvalho sensibiliza: “olhe para a pessoa que você mais ama ao seu lado e imagine que amanhã ela pode não estar mais ali”.

*** – Só assim é possível entender a dimensão desse número e das quase 300 mil famílias que agora só contam com um porta-retratos na estante para lembrar seu ente amado, disse.

*** – Essa é uma tragédia que poderia ter sido evitada se o país não fosse governado por um sociopata incapaz de ter empatia com a dor do próximo, concluí.

Falência moral

O senador Alessandro (Cidadania) disse que o STF deu, ontem, mais uma demonstração de absoluto desrespeito aos conceitos mais básicos do Direito.

*** – É uma corte política, que se move por critérios traçados no submundo de Brasília, disse.

*** – A arrogância tresloucada de Gilmar Mendes é o símbolo perfeito da falência moral da corte. Triste. – concluiu.

Marcos e André

Houve o encontro do presidente do Republicanos, Marcos Pereira, com o ex-deputado André Moura (PSC). Tomaram um cafezinho e conversaram sobre política.

*** Pereira disse para André: “se for disputar o Senado gostaria que o fizesse pelo Republicanos”.

*** André Moura confirmou que trabalha para ser senador e ficou de ter outra conversa com Marcos Pereira.

*** Heleno Silva e Jony Marcos participaram do encontro, ficaram animados e acha que se acontecer será pela base aliada ao Governo.

Oposição de esquerda e direita

Na Câmara Municipal, as vereadoras Ângela (PT) e Linda Brasil (Psol) se rebelaram e disseram que não aceitavam ser lideradas pela colega Emília Corrêa (Patriota).

*** Ângela e Linda criaram, então, a oposição de esquerda.

*** Assim, a Câmara tem oposições de esquerda e de direita. Esta última formada pelos vereadores Ricardo Marques e Sheila Galba (Cidadania) e por Emília Correa (Patriota).

Mitidieri torce por unidade

O deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) disse ontem que não está preocupado com as eleições estaduais de 2022. Seu foco agora seria ajudar para redução da Pandemia.

*** Entretanto, acha que o PT deve se manter na base aliada, sem que faça como em 2020 e anuncie um vôo solo.

*** Disse que respeita caso haja um lançamento extra, mas torce para que o bloco se mantenha unido.

****** X ******

P E P E  M U J I C A

Por João Augusto Gama

A Netflix está com um documentário na sua grade de programação sobre o líder uruguaio Pepe Mujica, assinado pelo diretor sérvio Emir Kusturica. Trata-se de um trabalho lúcido que acompanha toda a trajetória do líder socialista, sem cair na pieguice ou no sentimentalismo.
Suas origens, sua carreira política até a presidência do pequeno país vizinho, passando pelos “anos de chumbo” que aconteceram na América do Sul e sua prisão durante doze longos anos em diversos cárceres do Uruguai. A prisão e a morte eram  vistas como consequência da sua atividade  política. Havia um grande  risco que Pepe Mujica e seus companheiros sabiam que corriam.
O pano de fundo do documentário é o clássico filme de Costa-Gravas “Estado de Sítio”. A violência provocada no país com o estado de sítio é impressionante. Não há nenhuma garantia. O filme retrata a história do policial americano Dan Mitrione que foi contratado pela CIA, nos meados dos anos 1960, para ensinar às forças da repressão do Uruguai e do Brasil novas técnicas de tortura com os chamados presos políticos.É o início da barbarie funcional, estatal, sistematizada nos quarteis brasileiros. Os famosos “esquadrões da morte” são seus filhos ilegítimos. É o mesmo “Estado de Sítio” que o capitão pretende implantar no Brasil, única forma de garantir a impunidade de sua prole.
Continuava vendo o documentário, chateado com o procedimento médico que faria hoje na vista, quando atendi a um telefonema de André, meu filho, que mora na Paraíba. Durante trinta minutos conversamos sobre diversos assuntos. Negócios, perda de amigos e conhecidos vítimas do Covid, mudança de casa. Conversa entre um velho pai saudoso e um filho distante.
Voltei ao documentário. A presença de Pepe, um octogenário, é impressionante. Um homem do seu tempo. Preocupado com a pobreza do mundo. Com o descaso com o meio ambiente. Sugerindo a interferência no meio ambiente para salvá-la e ajudar na luta da humanidade por água. Por saneamento básico. E, acima de tudo, pela paz.
O último dia do seu mandato, quando ele entrega a presidência a Tabaré Vázquez, é uma festa. Festa bonita. Uma festa da democracia. A sua volta para casa, no seu fusca azul, é de arrepiar. Pessoas de todas classes sociais aplaudindo, parando o fusca. Até argentinos estavam na despedida de Pepe. Era a retribuição do povo ao seu trabalho, sua pobreza, seu estilo de vida.
Emir Kusturica, com entrevistador de Pepe, fumando um longo charuto (provavelmente um puro cubano) lhe pergunta:
– Você tem algum arrependimento na sua vida?
Pepe rapidamente responde:
– Tenho. Não ter filhos.
Uma vida bonita, decente como a de Pepe Mujica e Lúcía Topolansky ficou incompleta sem filhos. É pena constatar isto no ocaso da vida, mas de todas as maneiras uma vida grandiosa.

****** X ******

Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on whatsapp

Leia também