Aracaju, 26 de abril de 2024
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Políticos hipócritas

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Por Adiberto de Souza

Não bastasse terem em geral duas caras, os políticos são, em sua maioria, hipócritas. Com raras exceções, essas figuras fingem defender a população, mas, na verdade, só pensam nos próprios umbigos. Uns biltres! Vejam agora como quase todos foram à mídia se dizer preocupados com a pandemia, apresentar sugestões para conter o vírus, etcétera e tal. Ora, por que só estão fazendo isso um ano após milhares de brasileiros morrerem aos borbotões, tal qual moscas num prato de açúcar envenenado? A resposta é simples: porque estão vendo escassear os leitos de UTI nos hospitais particulares, para onde esses desgraçados correm quando precisam curar até unha encravada. Ademais, estão sentindo que a população já percebeu o desinteresse da classe política em combater a pandemia. Um bom exemplo dessa indiferença foi a corrida desenfreada de prefeitos à Brasília atrás de emendas ao Orçamento da União. Nenhum pediu um tostão furado para enfrentar o coronavírus em seus municípios. Por sua vez, os deputados e senadores também não se lembraram que, antes de liberar verbas para trator, calçamento de rua e o diabo a quatro que rende votos, seria mais prudente gastar dinheiro público com vacinas contra a covid-19. Decididamente, político é um dos piores trastes dessa sociedade dita moderna. Desconjuro!

Mal na fita

A Prefeitura vai precisar fazer muito para devolver a Aracaju o título de cidade da qualidade de vida. Avaliada juntamente com outras 770 cidades brasileiras, a capital de Sergipe aparece na vergonhosa 434ª posição, só tendo alcançado resultado satisfatório em dois dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Aracaju obteve apenas 53,16, de uma pontuação máxima de 100, que indica a realização ótima dos ODS. Uma vergonha nacional. Marminino!

Policiais engaiolados

A Justiça da Paraíba mandou prender um delegado e dois policiais sergipanos. A Secretaria da Segurança Pública informou que os três se apresentaram e já estão engaiolados. O trio é acusado pela morte do jovem empresário paraibano Gefferson de Moura, abatido a tiros numa operação realizada pelos policiais de Sergipe naquele estado. Os acusados alegam que o rapaz reagiu à abordagem, porém, esta informação não foi ainda confirmada pelas investigações a cargo da Delegacia de Homicídios da Paraíba. Home vôte!

Fim da intervenção

Acaba hoje, finalmente, a nefasta intervenção na Universidade Federal de Sergipe. Está marcada para às 15 horas, a transmissão do cargo de reitor, da interventora Liliádia da Silva Oliveira Barreto para o professor Valter Joviniano de Santana Filho. Embora tenha sido o mais votado da lista tríplice, o distinto só foi nomeado reitor graças a pedidos feitos pelos pastores evangélicos Heleno Silva e Jony Marcos ao também reverendo Milton Ribeiro, ministro da Educação. Taí mais uma prova de que este é o país do jeitinho. Crendeuspai!

Novos bairros

Ao sancionar o projeto de lei criando seis novos bairros em Aracaju, o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT) disse que estava criada a condição legal “para levarmos as melhorias que os moradores tanto aguardam”. O vereador Breno Garibalde (DEM) alerta, contudo, para a questão ambiental: “A Zona de Expansão é um local de rios, lagoas, dunas, com uma natureza bem rica. A sua urbanização precisa ser feita de forma que preserve o meio ambiente local”, ensina o demista, que é mestre em urbanismo. Os novos bairros são Matapuã, Areia Branca, Robalo, São José dos Náufragos, Gameleira e Mosqueiro. Ah, bom!

Jogando para a torcida

A Assembleia aprovou uma indicação do deputado estadual Capitão Samuel (PSL) sugerindo ao governo de Sergipe a redução em 50% do ICMS cobrado sobre a venda de combustíveis. Mais do que ninguém, o parlamentar sabe que não será atendido pelo Executivo, mas joga para a torcida de olho em alguns votinhos dos donos de carros. Também aproveita para desgastar a imagem do governador Belivaldo Chagas (PSD), de quem foi aliado até um dia desses. Misericórdia!

Petistas em festa

E petistas ainda pulam de alegria com a decisão da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal considerando Sérgio Moro um juiz suspeito de marca maior. Segundo o senador Rogério Carvalho (PT), o julgamento da suspeição do ex-magistrado “confirma o que já se sabia: Moro era um agente político dentro da Justiça. O STF, com a decisão, cumpre o papel de recompor o nosso sistema jurídico para a história do Brasil”. Então, tá!

Adjutório oficial

Visando minimizar os impactos econômicos e sociais ocasionados pela pandemia da Covid-19, o governador Belivaldo Chagas (PSD) anunciou algumas medidas de estímulo à economia sergipana. As ações contabilizam R$ 8,3 milhões, beneficiando diretamente o setor de bares, restaurantes e similares, o contribuinte de modo geral, além do trabalhador informal. Desde ontem, também já estão disponíveis as linhas de crédito no valor de R$ 50 milhões, via Banese, para ajudar micro e pequenos empresários. Meno male!

Ministro em Itabaiana

E quem esteve, ontem, em Itabaiana foi o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional. Foi inaugurar 281 casas populares do Conjunto Habitacional Serapião Antônio de Góis, na periferia da cidade. Por conta da pandemia, o ato inaugural ocorreu de forma simbólica. Participaram apenas o ministro, o prefeito Adailton Sousa (PL), pouquíssimos convidados e cinco famílias contempladas com as moradias do Programa Minha Casa, Minha Vida. Aff Maria!

Arranca-rabo

Talvez por falta de coisa mais importante para fazer, os senadores Alessandro Vieira (Cidadania) e Flávio Bolsonaro (Republicanos) quase foram aos tapas. O cidadanista sugeriu ao ex-aliado que “saia da mansão e vá visitar um hospital”. O acusado de fazer “rachadinha” retrucou: “Deve estar querendo aparecer na Globo fazendo discurso em cima da desgraça dos outros”. É deveras lastimável que, enquanto três mil pessoas morrem todos os dias vítimas da covid-19, dois políticos bancados a peso de ouro pelos contribuintes, percam tempo com bafafá típico de mexeriqueiras. Cruz, credo!

Recorte de jornal

Publicano no jornal laranjeirense O Horizonte, em 1º de janeiro de 1888.

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