Aracaju, 26 de abril de 2024
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NOTA PÚBLICA DOS MEMBROS E EX-MEMBROS DA IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR

Nós, membros atuantes e ex-membros da Igreja do Evangelho Quadrangular de diversas unidades situadas em Sergipe, mulheres vítimas de assédio sexual, esposos e familiares presentes na manifestação realizada no último domingo dia 11/04/2021 às 16:30 hs, em frente às unidades Jardins e Estação (Sede) desta instituição, vimos por meio desta, expressar nossa indignação com a nota oficial emitida pela Igreja referente aos fatos ocorridos, e esclarecer o nosso posicionamento acerca da narrativa distorcida e inverossímil contida na nota.

  1. Em primeiro lugar, somos pessoas que como membros ativos e ex-membros servimos nesta Igreja durante muitos anos. Alguns durante vinte anos, outros quinze, outros dez,muitos dos quais batizados, e acolhidos por ela durante longos anos, bem como atuantesno seu serviço ministerial. Não somos, portanto, pessoas de um “movimento da internet”  como veiculado na nota oficial. Fomos e continuamos sendo Igreja independentemente de denominação porque servimos a Cristo nosso redentor.
  1. Declaramos aqui que a manifestação ocorrida, não possuiu em absoluto, nenhumvínculo com o Movimento Púlpito Reformado ou com o pastor Maurício Romeiro, poisnos organizamos e decidimos nos manifestar sem nenhuma interferência ou anuência dequaisquer autoridades religiosas, e o fizemos apenas em respeito às vítimas de assédiosexual e às nossas próprias consciências que clamam por justiça e verdade.
  1. As declarações contidas na nota oficial da Igreja alegando que houve por parte deste grupo “agressões públicas verbais” – “perturbação à cerimônia dos cultos de Santa Ceia”- “incitação ao ódio e constrangimento” – “coação dos nossos membros para entrada esaída do local”- “insensibilidade com a vizinhança”, são levianas, falsas e desrespeitosas com as famílias, mulheres assediadas, maridos, membros e ex-membros presentes à manifestação. Sobretudo, estas acusações são mentirosas e passíveis de causa coletiva impetrada junto à justiça por serem caluniosas, o que constitui crime contra a honra previsto no nosso Código Penal. “O pai da mentira é o diabo” João 8:44.
  1. Somos cristãos e tivemos na organização da nossa manifestação todo o cuidado com a celebração do culto, com o templo, com os membros da igreja e, sobretudo com acerimônia religiosa, pois que, somos cientes de que a interferência, perturbação, ou impedimento à prática religiosa, constitui crime. Portanto, desde a decisão de nos manifestar e no ato de manifestação estávamos sendo pautados pelo respeito a casa de Deus e aos seus ensinamentos que nos são valiosos.
  1. Repetimos, tivemos todo o cuidado na nossa manifestação por termos profundo respeito pela Igreja do Evangelho Quadrangular, pelos seus membros e pessoas presentes no culto da tarde do domingo. Lamentamos que a nota nos faça parecer com um grupo de marginais que foi para frente da igreja empatar a livre manifestação religiosa das pessoas ali presentes. Nossa causa é outra e o emissário da nota (assessor de comunicação) o sabe muito bem.
  2. Nossa manifestação foi pacífica, com cartazes, buzinas, palavras de ordem, e não incitamos ou participamos de atos de violência, como citado na nota oficial da Igreja. O fato violento, o qual nos causou muita tristeza, ocorreu entre um diácono da igreja e um jornalista (Alex carvalho) que trabalhava na cobertura da manifestação. O membro da igreja de forma truculenta e ameaçadora quis impedir o trabalho da imprensa e o jornalista ao ser ameaçado de ter o seu telefone celular tomado, reagiu e recebeu golpes na sua face que ficou ensanguentada, inclusive com suspeita de fratura. Nenhum manifestante do nosso grupo se envolveu ou participou de atos de violência. Nosso respeito e agradecimento aos jornalistas, blogs e digitais influencers que com os seus trabalhos honrosos cobriram a nossa manifestação. Somos cristãos pacíficos e abominamos tudo que possa causar violência a qualquer indivíduo, assim nos ensina a palavra de Deus.
  3. De forma inusitada, fomos surpreendidos ao chegar à frente da igreja com nossos carros e cartazes, por um grupo de seguranças ostensivos postos à calçada, fora dos limites da Igreja. Nunca tínhamos visto tamanho aparato de segurança na igreja nos anos em que a frequentamos, isto pode ser visto nos vídeos e fotos que temos em nossa posse; e de modo agressivo também fomos “recebidos” por pessoas da igreja (as quais não pudemos naquela ocasião identificar) que puxaram de dentro dos carros os nossos cartazes e os rasgaram, bateram nos vidros dos carros, chutaram os veículos, outros ainda emitiram palavras de ordem para que acabássemos a manifestação, etc. Recebemos insultos e palavras que não podemos repetir aqui.
  4. Além disto, fomos estranhamente (muito estranhamente) acompanhados durante toda a manifestação por uma viatura da SMTT e duas viaturas da Polícia Militar comandadas por um tenente-coronel da polícia, com militares que empunhavam armas de grosso calibre, como se pode ver nos vídeos gravados, e que a nosso ver, tal ação e modo de abordagem foram efetuados sem nenhuma necessidade, fora dos padrões de dissuasão para um grupo desarmado em uma manifestação pacífica, pois somos homens e mulheres pais de família que nos manifestamos de forma ordeira, pacífica e organizada. Destacar duas guarnições de polícia comandadas por um tenente-coronel, trabalhando no dia de domingo, para “contenção” de mães e pais de família desarmados, nos causa bastante estranheza e perplexidade, além do susto e constrangimento pela exposição de armas utilizadas em combate a criminosos. Esperamos e merecemos das autoridades policiais respeito e segurança como cidadãos. Só isso, e isso é o bastante.
  5. Em vídeo publicado hoje dia 13/04/2021, pelo pastor líder da IEQ, ele atribui à manifestação do domingo, a tentativa de impedir os fiéis de participarem do culto e de atacarem a Igreja do Evangelho Quadrangular. Notoriamente, isto está evidente no discurso proferido por ele, a sua fala não possui veracidade por ser totalmente distorcida e não se apoia nos fatos realmente acontecidos (uma lástima para fala de um líder pastoral). Pois, como toda a imprensa que esteve no local é conhecedora e registrou, a manifestação foi para pedir verdade e justiça solicitando um pronunciamento oficial da Igreja e o afastamento dos dois pastores acusados de assédio por denunciantes que sofreram este tipo de crime e que estão sendo ouvidas em inquérito policial para apurar os fatos que lhes são imputados. Em nenhum momento houve qualquer ataque à Igreja, aos fiéis, ou qualquer tentativa de impedimento das pessoas de participarem do culto. É uma tentativa grosseira de desviar o foco das acusações e colocar em suspeição as intenções legítimas da manifestação ocorrida.
  6. Enfim, desejamos que os líderes acusados de assédio, manifestem-se publicamente sobre as denúncias, pois permanecem calados e sumidos dos cultos da igreja, e isto não pode ser visto de forma natural. As acusações são gravíssimas e já divulgadas publicamente por toda a imprensa.Não cabe a um pastor líder de uma igreja tão grande, prestigiosa, bem vista e aclamada no meio cristão, calar e se omitir sobre as acusações feitas a ele num momento tão angustiante e tão triste para toda comunidade evangélica.
  1. Nossa manifestação não foi e nunca será contra a Igreja do Evangelho Quadrangular como instituição religiosa, a qual respeitamos e agradecemos pelos anos em que nos acolhe e acolheu como membros e ex-membros. Mas nos manifestaremos sim, por verdade e justiça, sempre que decidirmos pela necessidade do momento, contra os atos insanos de lascívia carnal perpetrados por líderes religiosos nas suas dependências, o que é totalmente diferente de manifestar-se contra o lugar de culto ou contra a instituição como a nota execrável emitida pela igreja (seu assessor de comunicação) fez parecer. Respeito pela dor das mulheres vítimas de assédio e seus familiares é o que esperamos.
  2. “Nada há oculto, que não haja de manifestar-se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado. Vede, pois, como ouvis; porque ao que tiver, se lhe dará, e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado”. Lucas 8: 17-18. Nossa oração é ao Pai para que todos sejamos um.

Da assessoria

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