Aracaju, 26 de abril de 2024
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Uso correto de EPIs minimiza e previne danos mais graves em acidentes de trabalho

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Seja uma queda em um piso molhado ou uma perfuração com uma ferramenta, os acidentes de trabalho, com menor ou com maior gravidade, estão presentes na rotina das empresas. E para alertar sobre o tema, a campanha Abril Verde chama atenção para a preservação da saúde do trabalhador, evitando afastamentos e incapacidade para o serviço.

“Entende-se por acidente de trabalho aquele que ocorre durante o exercício da atividade a serviço da empresa contratante, independentemente do vínculo empregatício. A isso, inclui lesões corporais ou perturbações funcionais que podem provocar a perda ou a redução da capacidade de trabalhar, sendo ela temporária ou permanente”, explica a fisioterapeuta da Unimed Sergipe, Luma Soares Lustosa.”

Lesões causadas por esforços repetitivos ou até mesmo psicossomáticos, que podem ser provocadas por estresse contínuo, são exemplos de acidentes recorrentes em empresas. De acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social, em 2018 foram registrados 360.320 acidentes de trabalho no país. Destes, 68% ocorreram com trabalhadores do sexo masculino.

Recorrentes

Entre os principais acidentes de trabalho ocorridos, a fisioterapeuta destaca a queda como um dos mais recorrentes. “As quedas podem ocorrer em diversos setores, como na linha de montagem de uma indústria ou até mesmo no departamento de arquivamentos. Uma grande parcela das quedas ocorre em pisos nivelados, em pisos molhados e em locais que precisam de calçados especiais. Para os funcionários que trabalham em altura, quanto mais alto for o local em que o trabalhador se encontra, maiores serão os riscos de queda e os danos sofridos em razão da força da gravidade”, pontua Luma.

Ainda segundo a profissional, acidentes com ferramentas, como serras, empilhadeiras, tornos, prensas hidráulicas e compressores de ar também são recorrentes, podendo causar danos graves e irreversíveis, como a de perda de membros, incapacitação para o trabalho e até a morte.

As lesões por esforço repetitivo (LER) podem ser causadas por postura incorreta na execução do trabalho, levantamento excessivo de peso ou por atividades repetitivas, como carga e descarga de máquinas, digitação intensas e condução de veículos.

As descargas elétricas também são comuns nos trabalhos onde há contato com rede ou painéis elétricos. Elas podem causar queimaduras e paradas cardíacas intensas, o que pode levar à morte. “É de responsabilidade da empresa proibir que funcionários sem a capacitação adequada tenham contato com a rede elétrica, mas você também deve ter a consciência se tem o conhecimento necessário para manejar os equipamentos ou não”, frisa Luma.

Em todos os acidentes ocorridos, é necessário haver a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), um comunicado feito ao Ministério do Trabalho, e uma perícia médica de confirmação, realizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Dessa forma, o perito pode constatar a relação entre o acidente e a atividade desenvolvida pelo colaborador.

Prevenção

Em relação aos acidentes mais recorrentes, a fisioterapeuta alerta que é preciso ter bastante cautela para usar corretamente os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), independente da área.

“Sobre as quedas, a melhor solução para evitar esse tipo de acidente é utilizando os EPIs, que devem ser fornecidos pela empresa, como botas antiderrapantes, capacetes e cinto de segurança. Uma forma de minimizar os riscos de acidentes com ferramentas é aprendendo a utilizá-las com maestria, dedicando-se aos treinamentos fornecidos pela empresa e nos ensinamentos de funcionários mais antigos, testando os equipamentos antes de utilizá-los e alertar os supervisores caso sejam observadas falhas”, destaca Luma.

Em relação às lesões por esforço repetitivo, a fisioterapeuta explica que deve-se descansar a cada determinado período, como a cada uma ou duas horas trabalhadas, fazer exercícios de ginástica laboral, alongamentos ao longo do expediente, manter a postura adequada e, se trabalhar com computadores, preferir teclados e mouses com apoiadores.

Sobre os choques elétricos, as medidas fundamentais para evitar esses acidentes são a utilização correta dos EPIs durante a jornada de trabalho, que incluem luvas isolantes de borracha, botas de segurança, mangas isolantes de borracha, protetor facial contra arco elétrico, entre outros. Além disso, checar o estado dos fios elétricos antes de manejá-los e verificar se as instalações elétricas foram instaladas corretamente antes de trabalhar nelas.

A técnica em Segurança do Trabalho da Unimed Sergipe, Áurea Poconé, explica que acidentes ocorridos no trajeto até à empresa também se caracteriza como um acidente de trabalho. “Os acidentes de trajeto são todos aqueles que ocorrem da residência para a empresa e da empresa para a residência”, explica. Ainda segundo a técnica, o acolhimento ao trabalhador após o acidente é de grande importância.

“Sempre acolhemos o trabalhador acidentado para entender de que forma aquilo ocorreu para que não aconteça outro acidente semelhante. Também encaminhamos para o médico do trabalho para que sejam feitos os procedimentos necessários, além da comunicação do acidente ao Ministério do Trabalho, que precisa ser feita em até 24 horas”, detalha Áurea.

“Sempre trabalhamos na parte de prevenção. Vamos até os locais de trabalho para ver como cada atividade está sendo desenvolvida, se precisa melhorar em algo, damos orientações. Mesmo com a pandemia, permanecemos com os nossos treinamentos para os colaboradores”, destaca Áurea.

Fonte e foto assessoria

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