Aracaju, 18 de abril de 2024
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Papel do farmacêutico no controle da automedicação em meio à pandemia

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Efeitos colaterais do uso indiscriminado de remédios do ‘kit Covid’ podem, inclusive, estar levando os pacientes à fila de transplante de órgãos.

Prevenção, cuidado e orientação adequada estão entre as qualificações do farmacêutico. O papel deste profissional ganhou ainda mais destaque em meio à pandemia da Covid-19, onde um movimento de corrida às farmácias e o aumento indiscriminado no consumo de remédios têm colocado a saúde de milhões de pessoas em risco.

O tratamento precoce contra a Covid-19 não é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por não ter comprovação científica de que o mesmo funcione. Mas mesmo assim muita gente acaba se arriscando e insistindo na automedicação. O problema desta conduta já é notado em algumas instituições de saúde, como é o caso do Hospital das Clínicas em São Paulo, que notificou em três meses, oito casos de pacientes com complicações hepáticas por uso de medicações do ‘kit Covid’. Ainda em São Paulo, foram registradas neste ano e estão sendo investigadas por pesquisadores três mortes de pacientes, em decorrência de falência do fígado.

“Em 2020, com o surgimento da pandemia causada pelo SARS-CoV-2, conhecido como Coronavírus, um cenário de calamidade foi instalado no sistema de saúde. Em meio ao caos social, o farmacêutico é considerado protagonista por sua prestação de serviço à sociedade e atuação na linha de frente no enfrentamento da doença e das consequências da automedicação”, destaca Ingrid Borges, professora do curso de Farmácia da Universidade Tiradentes.

A especialista reforça ainda que, em tempos tão difíceis, a prevenção, o cuidado e a orientação adequada continuam sendo o melhor remédio. “Durante todo este período, o desafio do farmacêutico tem sido a automedicação por medo, por grande parte da população. Essa procura descontrolada por tratamento precoce, onde medicações como a azitromicina, hidroxicloroquina, ivermectina, além de complexos vitamínicos, potencializa os quadros de intoxicação e danos causados ao organismo ao ponto da pessoa precisar entrar na fila do transplante”, alerta.

Assessoria de Imprensa

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