Em meio à pandemia da covid-19, a imunização contra a gripe se tornou ainda mais importante, pois a vacina, de acordo o Ministério da Saúde (MS), deixa o sistema imunológico 80% protegido contra cepas do vírus Influenza que, embora pareça ser uma doença simples, pode causar inúmeras complicações e levar, inclusive, o paciente a óbito, sobretudo em pessoas de alto risco. Mas é importante destacar que a vacina da gripe não serve para diminuir o risco de contágio por coronavírus.
Neste sentido, e por saber que a vacinação ajuda a reduzir a circulação do vírus e, consequentemente, o número de hospitalizações, a Prefeitura de Aracaju, por intermédio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), iniciou no último dia 19 de abril a campanha de imunização contra a influenza.
Seguindo orientação do MS, a primeira fase foi focada nos trabalhadores da saúde, gestantes e puérperas, e crianças de seis meses a menores de seis anos. Já a segunda fase começou no último dia 11 de maio, destinada a idosos com mais de 60 anos e professores. A vacina está disponível em 27 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da capital, das 8h às 16h e a meta é atingir 90% de cada público-alvo.
Contudo, mesmo diante da maciça publicização da importância da campanha da imunização contra a influenza, levando em consideração que o pico de incidência da gripe ocorre justamente no inverno, o qual se descortina no próximo dia 21 de junho, a população precisa estar atenta e se conscientizar de que, mesmo com a circulação do coronavírus, é extremamente relevante se vacinar contra a influenza.
A médica infectologista da SMS, Fabrízia Tavares, diz que esse período de vacinação é estratégico justamente para evitar o aumento do número de casos que possam se agravar.
“A gente sabe que todo ano temos vacinação contra a influenza em grupos prioritários e de risco para o agravamento, e o objetivo dessa vacinação é evitar os óbitos e os casos de síndromes respiratórias agudas graves pela influenza. A gente viu que a vacinação para influenza anual baixou significativamente o número de casos de óbitos e casos graves pela influenza, principalmente nos grupos de riscos, a exemplo de pacientes com pneumopatia, cardiopatas, idosos, gestantes, crianças pequenas, renais crônicos, então, pacientes com risco de agravamento foi observada a redução significativa do número de casos. Esse período de vacinação é estratégico para evitar esses casos”, destaca.
Fabrízia é taxativa ao revelar que, se houver uma baixa cobertura para vacinação de Influenza neste momento estratégico, será observada, num futuro próximo, o aumento dos casos graves da doença.
“Isso somado ao panorama de uma pandemia de casos de covid-19. É tudo que a gente não quer. A gente não quer que nenhuma outra doença infectocontagiosa venha aumentar nesse momento. Se a gente tem uma vacina contra a influenza, a gente deve tomar para que a gente não possibilite um surto ou uma epidemia de influenza somada à pandemia de covid.
A infectologista frisa ainda que, com base no MS, não é recomendável a aplicação das vacinas contra a covid-19 e influenza conjuntamente. A pasta recomenda que as pessoas que estiverem nos grupos prioritários procurem se vacinar antes contra a covid-19. “Tomou a vacina da covid, aguardar 14 dias para tomar a da influenza, precisa haver esse intervalo”, reitera.
Vacinação continua
Promovida pelo Ministério da Saúde em todo o território nacional, e coordenada pela Secretaria Municipal da Saúde, em Aracaju, a primeira etapa da campanha, que teve início no mês passado, foi direcionada a grupos de gestantes, puérperas, crianças menores de seis anos e maiores de seis meses, povos indígenas e trabalhadores da área da saúde, os quais continuam sendo vacinados nas UBSs da capital, além dos grupos prioritários da segunda fase, a qual se encerra no dia 8 de junho. Já a 3ª etapa de vacinação, conforme cronograma do MS, começa no dia 9 de junho, encerrando no dia 9 de julho, contemplando demais grupos prioritários.