Aracaju, 29 de março de 2024

Plenária aprova a ‘Política para a Agricultura Familiar, Camponesa e dos Povos das Águas no estado de Sergipe

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As condições de produção da agricultura familiar foi o assunto central da Plenária Estadual ‘Política para Agricultura Familiar em Sergipe’, organizada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT Sergipe).

Na manhã desta sexta-feira, a atividade on-line reuniu organizações representativas da agricultura familiar de Sergipe, associação de pescadoras e pescadores, além de produtores agroecológicos.

O agricultor familiar Alberto Marques, dirigente do Sindicato dos/as Trabalhadores/as Rurais e Agricultores/as Familiares de Aquidabã, apresentou uma proposta de texto com alguns dos principais problemas enfrentados pelos agricultores familiares. Os demais representantes presentes sugeriram alterações e o texto continua sendo elaborado até a definição do documento que será entregue aos secretários da Seagri (Secretaria de Agricultura) e da Seias (Secretaria de Inclusão e Assistência Social).

Segundo Alberto, além do apoio para a produção, os trabalhadores carecem de uma política pública que também garanta condições de fazer o beneficiamento, estocagem e a distribuição da produção.

“Acerola, por exemplo, é um fruto de fácil produção e distribuição, mas o Governo do Estado precisa da acerola empacotada e congelada. Isso é impossível porque não temos freezer e a infraestrutura. Precisamos melhorar a infraestrutura da casa de farinha. Precisamos de uma máquina de beneficiamento do milho para o mungunzá. Não temos tecnologia para isso. Precisamos que o estado proporcione um programa de industrialização voltado para a agricultura familiar. Assim teremos como produzir mais o alimento que está faltando na mesa de tantas famílias após mais de 1 ano de pandemia”, explicou Alberto.

A pescadora Zilda Marina, do município de Ilha das Flores, presidenta da Associação de Mulheres e Homens Pescadores Nossa Senhora Aparecida (APESB) concordou com Alberto sobre a importância da agricultura familiar neste momento.

“Por conta da pandemia, o arroz ficou muito caro no prato dos brasileiros. Nós, pescadores e a agricultura familiar, precisamos que o Estado olhe direito pra estes trabalhadores. Apesar dos projetos que existem, muitas vezes o agricultor e nós pescadores não somos atendidos nas nossas demandas. É muito importante que nós, pescadores e agricultor familiar estejamos unidos para crescer nas nossas condições de produção. Quem é pequeno produtor precisa deste apoio, precisa da defesa do Estado para poder crescer”, reforçou a dona Zilda.

Presidente da Associação dos Produtores Orgânicos de Estância, o senhor Tiago também afirmou a necessidade de que as políticas públicas do governo beneficiem os pequenos produtores. “Falta assistência técnica para a produção. O governo e a secretaria já têm seus programas. Nós queremos nos juntar para conseguir mais força em beneficio do pequeno produtor. Estou à disposição”, afirmou.

O agricultor familiar Alberto Marques também falou sobre a entressafra. “A gente sabe que temos uma safra de 4 meses. A entressafra precisa ser pensada. Quando as mulheres e jovens da agricultura familiar participam de programas do Governo de incentivo ao artesanato e têm que se cadastrar como autônoma, na mesma hora ela perde o registro de agricultora familiar. Mulheres e jovens não podem ficar sem  este apoio. Então seja com a produção de comidas típicas ou artesanato, precisamos de um projeto para a entressafra”, destacou Alberto.

Dirigente sindical da CUT Sergipe, a agricultora familiar do município de Cumbe, no Alto Sertão, Maria José comentou a proposta de texto apresentada por Alberto e destacou a importância de alcançar todas as regiões do Estado de Sergipe. “O documento apresentado por Alberto está ótimo, principalmente por ampliar este apoio para todas as regiões do Estado de Sergipe. Esta é uma necessidade geral do agricultor familiar”, observou Maria.

Nova Reunião com Seagri e Seias

O presidente da CUT Sergipe, Roberto Silva, informou a todos como foi produtiva a reunião da semana passada com os secretários da Seagri e da Seias.

“Reivindicamos a criação de um programa estadual de incentivo à agricultura familiar. Para dar apoio à preparação da terra, doação de sementes, insumos e estocagem da produção. A lei aprovada pelo governo Lula exige que no mínimo 30% dos alimentos comprados para a merenda escolar venham da agricultura familiar. O governo de Sergipe até hoje nunca conseguiu cumprir esta lei. Precisamos conseguir resolver os problemas dos agricultores familiares e assim aumentar a produção da agricultura familiar”, explicou Roberto Silva.

Segundo o presidente da CUT, haverá uma reunião de trabalho com a Seagri para a construção de um plano para a agricultura familiar em Sergipe. “Por isso é tão importante esta Plenária com agricultores de diferentes regiões do Estado de Sergipe. Vamos levantar os principais problemas e decidir as melhores sugestões para resolvê-los”, afirmou.

Além dos dirigentes sindicais já citados, também participaram da Plenária Estadual ‘Política para Agricultura Familiar em Sergipe’ os agricultores familiares Maria José da Articulação do Semiárido de Aparecida (ASA), Maria do Carmo do Sindicato dos/as Trabalhadores/as Rurais e Agricultores/as Familiares de São Cristóvão, os dirigentes da CUT Quitéria Silva, Leila Morais, Cláudia Oliveira, João Fonseca e Ivônia Ferreira, entre outros.

Por Iracema Corso

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