Aracaju, 28 de março de 2024

Um conjunto de narrativas irresponsáveis, mortais, cruéis”, diz senador Rogério sobre a atuação de Bolsonaro na pandemia

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O senador Rogério Carvalho (PT-SE) fez um duro discurso contra a condução do governo Bolsonaro na pandemia. O senador sergipano voltou a afirmar que Bolsonaro é o principal responsável pelas mais 505 mil mortes por Covid-19 no Brasil. A fala foi feita durante a CPI do Genocídio, nesta quinta-feira (24).

De acordo com o senador Rogério, Bolsonaro agiu  de forma dolosa, porque mesmo depois do avanço da pandemia e de toda comunidade científica apontar para o alto grau de contágio e o perigo que poderia a levar milhões de pessoas à morte, o ex-capitão insistiu em boicotar as medidas de expansão do vírus.

“Foi ele (Bolsonaro) quem aglomerou, foi ele quem reproduziu a gripezinha, foi ele quem interferiu na ação de governadores e prefeitos para evitar o isolamento e as medidas restritivas de circulação para garantir a contenção da expansão da pandemia e foi ele quem negligenciou a vacina”, disse o senador Rogério.

O senador petista recordou ainda que o próprio Bolsonaro disse que vacina só depois de autorização da Anvisa e agiu de forma diferente em relação a um imunizante. “E ele (Bolsonaro) mesmo autorizou e negociou a compra de determinadas vacinas sem aprovação da Anvisa, como é o que está em investigação, o caso da Baratch Biontech”, declarou.

“Portanto, é um conjunto de narrativas irresponsáveis, mortais, cruéis, que nos leva à uma indicação que se praticou crime contra a saúde pública indiscutivelmente com uma ação de governo e com a ação de uma pessoa chamada presidente da república, que teve 57 milhões de votos, que deveria ter responsabilidade com seu povo e com a vida de seu povo”, prosseguiu.

Para senador petista, também houve um crime de genocídio contra a vida. “Em Manaus, enquanto as pessoas estavam morrendo sufocadas por falta de oxigênio, teste de cloroquina em massa, para saber qual era o comportamento, se ia controlar ou não a pandemia”, explicou para justificar o argumento do crime.

O senador argumentou ainda que não é mais possível a CPI ficar desacreditando a ciência. “Não dá pra gente ficar nesse bate-boca de versões sobre o que é a ciência, o quem tá certo e quem tá errado, quem tá certo é quem faz o melhor estudo acadêmico assentado sobre as melhores técnicas de práticas científicas”, esclareceu.

Por fim, questionou os dois participantes da CPI, a diretora-executiva da Anistia Internacional e coordenadora do Movimento Alerta, Jurema Werneck, e o epidemiologista, pesquisador e professor da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), Pedro Hallal, se eles acreditavam se houve crime sanitária na condução da pandemia no Brasil. “Se tem morte evitável, tem crime contra a vida”, indagou o senador Rogério.

Hallal respondeu que não era papel dele dizer se estava ou não caracterizado o crime sanitário, mas ponderou que era possível apontar que Bolsonaro era o responsável pelas 400 mil mortes a mais do que seria esperado. “Eu não tenho dúvidas que a responsabilidade maior pelos equívocos na condução da pandemia não é dos senadores que defendem as ações do governo, não é dos deputados que defendem as ações do governo, é especificamente do Palácio do Planalto”,  disse o epidemiologista.

A diretora-executiva da Anistia Internacional foi no mesmo sentido. “Lideranças tem que dar o exemplo, não podem propagar desinformação, lideranças não podem propagar curas milagrosas, lideranças não podem dividir ao invés de agregar,  nunca, mas especialmente nesse momento de pandemia”, concluiu Jurema Werneck.

Da assessoria

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