Aracaju, 26 de abril de 2024
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Senador Alessandro Vieira desmente deputado Ricardo Barros, que voltará CPI como convocado

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“A mentira tem perna curta”, alertou o senador. Comissão arguirá o STF sobre qual procedimento deve adotar caso o depoente, transformado em convocado, insista em mentir.

Uma questão de ordem do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), apoiada pela direção da CPI da Covid, levará a uma reconvocação do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, que ocorrerá após uma consulta ao Supremo Tribunal Federal (STF). A CPI quer saber o que pode fazer se o depoente mentir flagrantemente e sistematicamente para os senadores da comissão, após jurar dizer a verdade. Após a resposta do STF, Ricardo Barros, que nesta quinta (12) foi convidado para depor na CPI, voltará, mas como convocado. O depoimento, iniciado pela manhã, foi interrompido quando *Barros causou revolta na direção da comissão, e em senadores independentes, ao dizer que a comissão atrapalha a compra de vacinas*. Ele se referia à compra da indiana Covaxin e da chinesa CanSino. Na volta do depoimento, Alessandro Vieira abriu com uma questão de ordem arrebatadora.

“Toda *mentira tem perna curta*. O suposto desinteresse de empresas fabricantes de vacinas, no mercado brasileiro, por conta da atuação da CPI, é uma mentira”, afirmou o senador. Um dos fabricantes, *a CanSino, desmentiu o depoente enquanto ocorria a sessão da CPI*. Informou que *mantém total interesse em vender para o país e que decidiu apenas trocar o laboratório que a representa no Brasil “por questões de de compliance”*. Encerrando relações com *a paranaense Belcher, de Maringá, cidade Natal de Barros*. O líder do governo teve reuniões com o empresário Daniel Moleirinho Feio Ribeiro, dono da empresa. Da mesma forma, *o laboratório indiano Bharat Biotech, que fabrica a Covaxin, anunciou a rescisão do contrato com a Precisa Medicamentos*, cujos ‘rolos’ são investigados pela CPI.

“Esse é um *momento grave da vida nacional, que não comporta molecagem oou brincadeiras*, exige respostas sérias e que se fale a verdade”, afirmou Alessandro Vieira. Barros havia afirmado que a CPI teria trazido resultados negativos para o Brasil ao afastar interessados em fechar negócios com o país. “O mundo inteiro quer comprar vacinas e espero que essa CPI traga bons resultados para o Brasil, porque o negativo já produziu muito. Afastou várias empresas interessadas em fazer negócios com o Brasil…”, especulou Barros, antes de ser interrompido pelos senadores, inconformados.

O líder Ricardo Barros foi citado na CPI em junho pelo deputado Luis Claudio Miranda (DEM-DF), que *levou ao presidente Jair Bolsonaro indícios de ilegalidade na negociação para compra da vacina Covaxin*, acompanhado de seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda. Segundo o parlamentar do DEM, *o presidente afirmou que sabia que um deputado da base do governo estava envolvido no caso* e que levaria a denúncia ao delegado-geral da Polícia Federal, o que não foi feito naquele momento. *Questionado na CPI sobre quem seria esse deputado, Miranda disse: “Foi o Ricardo Barros que o presidente falou”*. Bolsonaro nunca desmentiu a fala de Miranda e não removeu Barros da posição de líder do governo na Câmara.

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