Diógenes Brayner – diógenesbrayner@gmail.com
O retorno do sistema de Coligação foi aprovado na Câmara Federal, mas ainda precisa passar pelo Senado. De Brasília a informação é de que os senadores não aceitam o Distritão e muito menos a coligação. O próprio presidente, senador Rodrigo Pacheco (DEM), deixou passar a dificuldade da Casa em aprovar um dos dois sistemas para as eleições de 2022. O Senado prefere manter o atual modelo eleitoral, através de chapas e com maioria de votos, mas sem somar as sobras. Essa possibilidade, principalmente do Distritão (já descartado) fez com que pequenos partidos conseguissem aprovar as federações, que os fortalecem na disputa dentro da cláusula de barreira.
A aprovação do retorno das coligações animou a muitos candidatos a deputados estadual e federal – inclusive os que tentam reeleição – principalmente de partidos que têm dificuldade em formar blocos e entrar numa disputa proporcional, onde, em alguns casos, menos vale mais. Trocando em miúdo: as coligações permitem que deputados com menos votos sejam eleitos diante de outros bem mais votados. Como a maioria que trocou de modelo eleitoral para o próximo ano,está com dificuldade de retornar, optou pela volta das velhas parcerias, para tentar se manter no mandato. Um dos parlamentares de Sergipe – nessa condição de impossibilidade de reeleição – disse que considerava um equívoco o Senado reprovar a indicação da Câmara e buscar outro sistema.
Não vê como senadores candidatos a Governos votarem contra ao modelo aprovado: “é tiro no pé”, exagerou. Citou inclusive o próprio senador Rogério Carvalho (PT), que terá dificuldade maior em caso do Distritão ou do sistema atual. Não deixou de falar no também senador Alessandro Vieira (Cidadania), “que não terá condição de candidatar-se a governador, sem o regime proposto pela Câmara Federal”. Avaliou, ele próprio, que não está conseguindo montar uma chapa que atinja 140 mil votos para eleger o primeiro e acrescentou que votou no retorno da coligação porque sabia que sem a proporcionalidade jamais retornaria à Câmara dos Deputados.
Os partidos pequenos também estão eufóricos. Alguns que se acabariam em caso do Distritão, esperam que a coligação seja decidida pelo Congresso. O objetivo é buscar composições com as siglas maiores, para ter esperança de eleger pelo menos um parlamentar para a Assembleia Legislativa. Os nomes das legendas Podemos, Patriota e Cidadania foram citados. Se esses três formarem uma coligação, com a delegada Daniele Garcia e a vereadora Emília Correa juntas na disputa para Federal, pode até eleger as duas, como assim fazer dois ou três estaduais.
Na realidade, a coligação pode ressuscitar políticos sem votos, mas certamente será um atraso para o país e uma agressão à Democracia, porque nem sempre quem o povo escolhe ganha.
Edvaldo cai em campo
O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), não declara publicamente, mas mostra que trabalha firme nos bastidores para ter o seu nome à disposição da base aliada ao Governo do Estado.
*** Em seu bloco tem quem defenda que ele cumpra o mandato e deixe para retornar às urnas em 2026 e disputar Governo ou Senado.
*** Mas os seus aliados mais próximos lembram que passar dois anos sem mandato pode causar problemas, apesar do trabalho que ele realiza.
Laércio acelera atuação
O outro nome que está atuando para colocar seu nome a governador nas eleições de 2022, é o deputado federal Laércio Oliveira (PP) que visita prefeitos e lideranças do interior diariamente.
*** Ontem Laércio reuniu-se com várias lideranças políticas e o assunto foi sua provável candidatura ao Governo. Hoje o deputado continuará com novos encontros.
Mitidieri mais discreto
Da base aliada, o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD) é mais discreto com a sua já decidida candidatura ao Governo do Estado, embora mantenha o diálogo aberto com grupos que o apoiam.
*** Mitidieri acha que é cedo para expor candidatura e deixa claro que vai esperar a decisão da base e anuncio do governador Belivaldo Chagas.
*** Há receio é que essa aceleração para escolha do candidato, provoque algum problema entre os que não forem escolhidos.
Já é página virada
Quanto ao senador Rogério Carvalho (PT) “pensar em colocar o seu nome para escolha de sua candidatura a governador para decisão da base aliada, é página virada”, disse ontem um dos seus fortes aliados.
*** O PT toma a posição que considera a mais correta para seu projeto político em Sergipe e “já está convencido que não há outra opção”.
Federação de partido
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (12) o projeto de lei que permite a criação de Federações Partidárias. O PCdoB era o principal defensor da pauta.
***A federação permite que os partidos com maior afinidade ideológica e programática se unam para atuar de maneira uniforme em todo o País.
*** Também contribui para que pequenos partidos ultrapassem a cláusula de barreira. Funciona como agremiação partidária, formada até quatro meses antes das eleições.
Zero sobre ideologias
No atual momento político não haverá preocupação com a questão de qualquer tipo de afinidade ideológica, em razão das posições diversas dos partidos.
*** As siglas menores querem se fortalecer, eleger maior número de parlamentares, independente das ideologias políticas.
Sobre coligações
O ex-deputado José Carlos Machado (DEM), sobre a aprovação das coligações pela Câmara Federal, admitiu que “todas as alternativas têm suas virtudes e defeitos”.
*** Reconhece que “o grande mal está no número excessivo de partidos autorizados a funcionar no País”. Para ele, “esse número tem que ser reduzido, senão viveremos sempre em crise”.
Sobre composições
José Carlos Machado diz ainda que todo Governo, depois de eleito, tem que compor uma maioria e aí o preço é sempre muito alto.
*** – Precisamos de uma reforma política séria e não discussões pontuais a cada dois anos, concluiu.
Senado não aprova
O senador Alessandro Vieira (Cidadania) diz que é contrário ao retorno das coligações, mas vamos ouvir os parlamentares e filiados.
*** É muito difícil o Distritão ou coligação ser aprovado no Senado. A maioria é contra, inclusive o presidente Rodrigo Pacheco (DEM). Ele mesmo declarou isso.
No Podemos e em reunião
Como noticiado por esta coluna, ontem, a professora Adriana Leite já está no Podemos. Filiou-se ontem mesmo à tarde em solenidade presidida por Daniele Garcia.
*** Após a filiação, Adriana participou de reunião com o senador Eduardo Amorim (PSDB), Valmir de Francisquinho (PL) e seu marido, ex-prefeito Ivan Leite (PSDB).
Formação de chapa
Segundo informações de bastidores, a reunião entre Valmir, Ivan, Adriana e Eduardo foi para tratar com o ex-prefeito de Itabaiana da disputa pelo Governo do Estado.
*** A mesma fonte diz que Ivan Leite seria o vice e Eduardo Amorim iria para o Senado. Não houve confirmação de nenhum dos três citados
Posição do PL
O ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho (PL), disse ontem que na realidade as conversas e entendimento estão no campo do diálogo.
*** Em relação ao PL acompanhar Bolsonaro isso ainda não foi colocado à mesa, “se vai com Bolsonaro ou com outro agrupamento”, explicou
*** – A gente está conversando e o certo é que o PL deva ter candidatura majoritária ao Governo e Senado. Por enquanto é o que a gente está pensando, disse.
*** Se depender do presidente nacional do PL, Waldemar da Costa Neto, o partido apoia Bolsonaro.
Republicanos lamentam
Membros do Republicanos lamentaram a saída da professora Adriana Leite. Um deles disse que deu sempre todo apoio a ela quando vice-prefeita de Estância.
*** Acrescentou que no pleito de 2020 o Republicanos queria apoiar a reeleição de Gilson Andrade (PSD), “não o fez em razão dela, que apoiou o Psol”.
Ricardo a federal
O médico Ricardo Hagenbeck (PSDB), que disputou vaga a deputado federal no pleito de 2014, recebeu convite do partido para disputar as eleições do próximo ano.
*** Como o próprio Ricardo diz, “sou bolsonarista de carteirinha” e talvez por isso dispute por outra legenda
Suspensão do sigilo
O senador Rogério Carvalho (PT) sugeriu e a CPI acatou a suspensão do sigilo em documentos sobre o contrato da Covaxin.
*** – Houve uma manobra de um servidor do Ministério da Saúde para impedir que a CPI da Covid tivesse acesso aos detalhes desta tentativa de corrupção, disse Rogério.
*** – Vamos saber todos os segredos!
Questão de Ordem
O senador Alessandro Vieira (Cidadania) apresentou questão de ordem para que o STF responda que medidas a CPI pode adotar diante das mentiras de um depoente que é parlamentar federal.
*** E mais: “CPI não é lugar para brincadeira, estamos apurando responsabilidades pelo fracasso no combate à pandemia. Já são quase 600 mil mortos”.
Um bom bate papo
Mendonça Prado – O problema da CPI da Covid é a falta de credibilidade dos investigadores. É uma Comissão “PRA Lamentar” de Inquérito.
Carlos Ayres Britto – Sempre que um lugar se vê como palco de graves decisões, ele olha ao redor e treme nas bases se não vê um só humanista.
Metrópoles – O cabo da Polícia Militar de São Paulo estava bêbado e acusou um jovem negro de tê-lo roubado. O militar disparou dois tiros contra a vítima.
Mônica Bergamo – O Exército impôs sigilo de cem anos para o processo do Pazuello. Aquele que rachou as Forças Armadas. Ele também interessa a todos nós.
O Antagonista – Em live, presidente atribuiu o problema a medidas de estados e municípios contra a Covid e disse que “não dá” para o governo federal resolver tudo.
Miranda Sá – Fiquem com Rui Barbosa: “Quem, senão a cólera santa poderá exterminar da ciência o apedeuta, o plagiário e o charlatão? ”
Cássio Casagrande – Ao criar uma nova categoria de trabalhadores “sem direitos”, a Câmara dos Deputados tornou a Constituição facultativa por força de lei.
Benedita da Silva – O desgoverno Bolsonaro está destruindo as universidades, o vestibular, as escolas e todos os níveis da educação!