Aracaju, 23 de abril de 2024
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Psicólogos do Huse acompanham pacientes durante hospitalização

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O Dia do Psicólogo é comemorado em 27 de agosto, a data enfatiza a importância do profissional responsável por realizar o estudo da mente e do comportamento dos indivíduos. No Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse), essa categoria se destaca por realizar seu trabalho em todas as áreas do hospital, destina-se ao atendimento de pacientes, acompanhantes e familiares durante o processo de hospitalização, até a melhora efetiva do seu quadro emocional frente ao adoecimento, como explica a Referência Técnica da Psicologia do hospital, Adriana Amaral.

“Sabemos que o adoecimento e a hospitalização causam uma ruptura na vida cotidiana do paciente e de seus entes queridos, trazendo angústias, incertezas, dor e sofrimento. Nossa equipe, ao admitir e acompanhar o paciente, proporciona um espaço de escuta no qual se pode falar das suas dores e angústias, frente ao que está sendo vivido, reelaborando assim, a sua vivência e experiência frente ao adoecimento e hospitalização. Para isso, realiza avaliação psicológica, investiga sua dinâmica familiar e psicossocial, seu estado mental, busca compreender os impactos psicológicos, faz a mediação da relação paciente, equipe e família, estimulando o usuário a se tornar um sujeito ativo em seu processo de tratamento”, explicou a Referência Técnica da Psicologia do Huse.

UTQ, Internamento, Pediatria, UTI

Na Unidade de Tratamento de Queimados do Huse, o paciente passa por um trauma físico e psicológico após sofrer o acidente, pois a queimadura provoca uma lesão na pele que causa uma dor física muito grande, além da dor emocional, nesse momento o papel do psicólogo é fundamental para ressignificar a sua autoimagem, como destaca a psicóloga da UTQ do Huse, Keysin Blohem.

“O psicólogo vai ajudar o paciente que sofreu esse trauma a lidar com essa dor, quando ele dá entrada na UTQ, ele revive esse trauma, chorando por conta do acidente e o psicólogo vai trabalhar esse paciente, no sentido de ressignificar essa autoimagem, ele sofre uma lesão na pele e vai modificar sua vida por conta dessa lesão. Nós trabalhamos também a questão da ansiedade, o paciente sofre a queimadura e fica ansioso pela recuperação e a gente tenta minimizar essa dor, eles também passam por episódios depressivos, sem querer comer, sem querer participar do tratamento e essas questões emocionais atrapalham a recuperação clínica, então a gente tenta fazer com que o paciente elabore melhor essa adaptação hospitalar e da nova imagem que ele vai ter”, disse a psicóloga.

Na UTQ os psicólogos também trabalham os acompanhantes, principalmente os de criança, porque os pais têm a questão da culpa, de ser responsabilizado pelo acidente. Os psicólogos tentam minimizar esse acidente causado por todo esse adoecimento hospitalar e trabalham em conjunto com a equipe multidisciplinar da unidade, fazendo reuniões para discutir a recuperação do paciente. A equipe é composta por nutricionista, enfermeiros, cirurgiões, entre outras especialidades com a finalidade de promover uma assistência integral do paciente.

No internamento do Huse, as psicólogas Vanessa Furtado, Giselle Mello, Karla Yanne e Déborah Cavalcante, atuam para ajudar o paciente no processo de aceitação de diagnósticos difíceis, como câncer, proporcionando a desmistificação de crenças errôneas de certas doenças e tratamentos. “A gente ajuda o paciente a aceitar e se adaptar às possíveis limitações e mudanças de vida associadas ao processo de adoecimento. A gente consegue estimular o paciente a encontrar estratégias de enfrentamento saudáveis para lidar com o processo de adoecimento e hospitalização”, pontuou a psicóloga Karla Yanne.

Na Pediatria do Huse, a psicóloga Déborah Cavalcante, atua avaliando os pacientes por solicitação da equipe multidisciplinar, realizando a busca ativa, demanda espontânea, ou atendimento por intercorrência em caso de urgência psicológica com pacientes em situação de crise. “Avaliada a demanda psicológica, o paciente será acompanhado até alta hospitalar ou cessado a necessidade do atendimento com a melhora do quadro emocional. É trabalhado também o vínculo mãe e filho favorecendo a relação interpessoal para melhorar adesão ao tratamento e recuperação, elaboração do luto principalmente dos pacientes crônicos”, declarou a psicóloga.

Para o psicólogo que atua na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), o comprometimento é ainda maior com os pacientes e seus familiares. A UTI é uma unidade complexa, onde pacientes e familiares ficam fragilizados e vulneráveis devido a diversos fatores como o distanciamento familiar, gravidade do caso, privação da vontade, das referências físicas e morais quanto a sua intimidade e da iminência da morte. Isso faz com que os aspectos emocionais aflorem de forma extrema, afetando inclusive a equipe de saúde.

O papel do psicólogo implica em minimizar o sofrimento provocado pela hospitalização, favorecer a adaptação ao ambiente e rotina da UTI, facilitar a comunicação entre paciente, família e equipe, realizar estimulação cognitiva e afetiva, principalmente quando o paciente está saindo da sedação e acorda assustado, desorientado e sem saber o que aconteceu.

Mas, foi durante a pandemia da Covid-19 que o trabalho do psicólogo tornou-se um desafio. “Foi preciso lidar com os temores e angústias dos pacientes, trabalhadores e equipe, ao mesmo tempo enfrentar seus próprios medos provocados pela alta exposição numa UTI Covid, pelas perdas frequentes dos próprios familiares, amigos e colegas de trabalho. O psicólogo precisou se reinventar e se adaptar aos protocolos de combate à contaminação, sem afetar o acolhimento e cuidado aos pacientes e familiares. Por isso, além das técnicas psicológicas tradicionais, lançou-se mão de recursos como vídeo-chamada, prontuário afetivo, leitura de cartas e bilhetes dos familiares para os pacientes”, finalizou a psicóloga da UTI, Cristina Maura.

Fonte SES

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